Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:25:45 PM
Rememoramos dias atrás a luta ideológica em torno da Reforma Agrária a partir de 1960. Era tamanha nesse ano a zoeira para a implantação de sua reforma, que já apontava para um desfecho imediato e sangrento.
Contudo, alvejada nas asas por uma hábil reação, a Reforma Agrária foi obrigada a fazer um longo e penoso percurso até os nossos dias, apesar do apoio constante da inteligentsia esquerdista, da CNBB, de certa mídia e de não poucos inocentes úteis.
Naquele mesmo ano, Plinio Corrêa de Oliveira entrou na liça com o livro “Reforma Agrária – Questão de Consciência”, no qual tratava dos aspectos morais dessa reforma, cujo objetivo não era resolver os problemas da agropecuária, mas dar um golpe de morte no direito de propriedade, irrompendo contra dois mandamentos da Lei de Deus: “Não roubarás” e “Não cobiçarás as coisas alheias”.
Sobre o tema, acaba de vir a lume em nossa grande imprensa um artigo, surpreendente não só por estar nela estampado, mas também por sua raridade e contundência: “Pá de cal na Reforma Agrária”. Seu autor, Zander Navarro, não é ruralista, mas sociólogo e professor da UFRGS, defensor e ativista da Reforma Agrária. A matéria saiu no jornal “O Estado de S. Paulo” de 21-09-13.
O autor explica: “Usei o mesmo título em artigo publicado em 1986, indignado com a afronta do governo Sarney ao nomear um latifundiário (sic) para o INCRA. Naquela década me envolvera no ativismo a favor da reforma agrária. Não obstante o anúncio pessimista, o esforço [..] contribuiu para animar a política de redistribuição de terras”.
Mas para o professor-sociólogo, chegou a hora de fazer o seu funeral: “Mantenho o título acima porque é preciso reconhecer desapaixonadamente o fato, agora definitivo: morreu a reforma agrária brasileira. Falta apenas alguma autoridade intimorata para presidir a solenidade de despedida”.
Ele continua: “Outro fator a ser considerado diz respeito às organizações que demandam reforma agrária, responsáveis pelas pressões que ativaram esta recente “bolha” redistributiva. O MST agoniza simultaneamente ao desaparecimento da reforma agrária, a razão de seu nascimento”.
E mostra o contraste: “Outra razão a ser considerada decorre do desempenho da agropecuária no mesmo período, o qual inundou os mercados com volumes crescentes e, graças ao espetacular aumento da produtividade, barateou os alimentos”.
Conclui o sociólogo gaúcho: “Do ponto de vista econômico e produtivo, seu fracasso é assombroso, pois a área total dos assentamentos é maior do que a área plantada de todos os cultivos nos demais estabelecimentos rurais”.
Com todo o respeito, confesso que para mim foi tarefa agradável ler as palavras do sociólogo, pois elas refletem a realidade tal qual esta se apresenta diante de nós. Trata-se de comentar o fim de uma excrescência que sequer deveria ter vindo à luz do dia, pois tivemos todos de pagar valor altíssimo pela tão decantada quanto fracassada Reforma Agrária… Que descanse em paz!
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