Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 8 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:25:54 PM
O matemático Bruno Barberis, professor de Mecânica Racional na Universidade de Turim, desenvolveu um cálculo estatístico sobre a probabilidade de o Santo Sudário ser efetivamente o lençol mortuário que envolveu o corpo de Jesus.
O cálculo tomou como ponto de partida a imponente massa de dados coletados por outras ciências e submetidos à crítica da comunidade científica.
O resultado do professor Barberis é que a chance de o Santo Sudário não ser verdadeiro é de uma em 200 bilhões.
O autor publicou seus resultados explicando o método empregado no trabalho “L’uomo della Sindone e il calcolo delle probabilità” (O homem do Santo Sudário e o cálculo de probabilidade, Bruno Barberis, in AaVv, “Sindone. Vangelo-storia-scienza”, Elledici 2010, pp.231-246).
Numa entrevista à agência Zenit o professor Barberis explicou como chegou a tal número.
“Trata-se de um cálculo feito para verificar a correlação entre a descrição que emerge da imagem que vemos no Santo Sudário e a narração da Paixão e Morte de Jesus que lemos nos Evangelhos.“Podemos avaliar de modo quantitativo a probabilidade de que o Homem do Sudário seja verdadeiramente o mesmo Homem do Evangelho?“Pelos exames confirmados sabemos que se trata de um homem torturado e crucificado. Um dos muitos da História, considerando que a crucificação foi usada desde o século VII antes de Cristo até pelo menos a época do imperador Constantino.
“Trata-se de um período de pouco mais de mil anos, no qual se pode calcular talvez alguns milhões de crucificados e com certeza algumas centenas de milhares.
“Flávio Josefo nos conta que depois da destruição do templo de Jerusalém as crucificações de judeus duraram meses, com uma média de quinhentas por dia.
“Portanto, os números são elevados. Mas podemos deduzir algumas características do Santo Sudário ligadas a tudo o que aconteceu a esse homem em particular.
“Por exemplo:
– os golpes no rosto,
– a fratura da cartilagem nasal,
– o hematoma no pômulo direito,
– as feridas nas arcadas ciliares,
– o casco de objetos pontiagudos sobre a cabeça que provocou uma trintena de feridas com suas respectivas hemorragias,
– o fato de ter carregado nas costas uma peça rústica e pesada que lhe provocou duas grandes chagas, que terá sido muito provavelmente a trave horizontal da cruz.“Podemos acrescentar:
– o fato de ter sido flagelado, crucificado com pregos numa época em que se preferia cordas em lugar de pregos;
– o fato de ter sido ferido no tórax depois da morte;
– o fato de ter sido envolvido num pano fúnebre como se fazia só com as personalidades importantes, porque os ritos fúnebres custavam caríssimo e os crucificados em geral eram escravos ou prisioneiros de guerra, certamente não romanos, porque era proibido crucificar os cidadãos romanos.“Também destacamos como o corpo ficou no lençol durante poucas horas, porque não se veem as manchas da decomposição que aparecem por volta de 50-60 horas depois da morte.
“Isso significa que esse corpo ficou no Sudário durante um número inferior de horas e depois foi tirado e nunca mais reposto.
“Todas essas características estão presentes no Santo Sudário e na narração evangélica de Jesus e coincidem na perfeição.”
O entrevistador perguntou ao matemático Bruno Barberis qual seria a probabilidade de que essas características se verificassem em algum outro homem crucificado ao longo da História.
O professor de Turim respondeu:“A flagelação é um dado pouco significativo, porque era aplicada a pelo menos 80% dos crucificados. A crucificação com pregos é mais significativa, pois foi usada em pelo menos 50% dos supliciados.
“Se examinarmos a coroa de espinhos sobre a cabeça, verificamos que é um caso único na História que conhecemos.
“Certamente não era costume nas crucificações. Não poso garantir que tenha sido o único caso, mas sim que apresenta certamente uma probabilidade muito baixa.
“Inclusive a ferida no tórax está fora das normas: se se queria provocar a morte do crucificado, fraturavam-lhe as pernas. Além do mais, a ferida do lado foi infligida depois de ter morrido.
“Até a existência do Santo Sudário é um dado significativo: ninguém reclamava os corpos dos crucificados, que certamente não eram envoltos num pano que se costumava comprar dos comerciantes importadores.
“Os crucificados eram deixados sobre as cruzes ou sepultados em fossas comuns. Além do mais, o enterro foi feito com presteza e deve ter acontecido algo significativo por onde o corpo ficou poucas horas envolto no véu mortuário.
“Se atribuo a cada fato uma probabilidade matemática, a probabilidade geral de que estas condições se verifiquem num outro caso se obtém um número pequeníssimo: 1 entre 200 bilhões.
“Quer dizer, a probabilidade de que esses fatos possam se verificar ao mesmo tempo num outro crucificado é quase zero.
“Se tivessem sido crucificadas mais de duzentos bilhões de pessoas, eu poderia dizer que poderia haver a probabilidade de um.
“Mas no caso isto equivale a dizer que não pode ter acontecido algo do gênero, nem sequer a um só dos supliciados.
“Quando eu tenho dois casos que apresentam características similares – Jesus e o Homem do Sudário – e a probabilidade matemática de que eles coincidem é altíssima, eu tenho quase uma certeza”.
Seja o primeiro a comentar!