Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:48:20 PM
Nestes tempos tão decadentes em que vivemos, nos quais todo sentimento religioso e moral praticamente desapareceu, uma das instituições mais atingidas pela crise é a família, reduzida infelizmente a frangalhos. O número de divórcios é avassalador — calcula-se que quase 50% dos casamentos se desfazem —, sem falar das uniões ilícitas, que se tornaram hoje um hábito corriqueiro e aparentemente sem consequências.
Por isso é salutar saber que — pasmem os leitores! —, apesar da malícia dos tempos, há uma cidade no mundo que não se entregou à depravação universal, e na qual os vínculos da família são tão fortes, que nela não há registros de divórcios.
Essa cidade privilegiada é Siroki-Brijeg. Situada na Bósnia, país da Península Balcânica que fez parte da antiga Iugoslávia no período comunista, seus aproximados 26 mil habitantes, de origem croata, sempre foram aguerridos na defesa de sua fé católica, mesmo diante das piores adversidades. Foi o ocorreu, por exemplo, durante a invasão muçulmana e, depois, quando o país caiu sob as botas do ateu regime comunista, período em que sua fé foi provada de todos os modos.
Esses católicos de escol tiveram seus mártires quando, em 7 de fevereiro de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, Siroki Brijeg foi palco do selvagem martírio de 66 frades franciscanos, mortos pelos sem-Deus por ódio à fé católica [foto ao lado].
A confiar em notícias de diversos sites católicos fidedignos, “Siroki-Brijeg é notável […] porque jamais houve — na memória coletiva de todos — um só divórcio entre os católicos croatas da cidade”(*).
Qual a explicação para fato tão notável?
Primeiro porque, seguindo sua profunda tradição croata, essa cidade com quase 100% de católicos vive com muita seriedade sua fé. Por isso seus habitantes consideram como ponto de honra a defesa da indissolubilidade conjugal e da família monogâmica formada pela união de um homem e uma mulher – como consta na Constituição do país – com as bênçãos da Santa Madre Igreja.
Entretanto, o que dá a profunda base religiosa a essa atitude é o fato de o matrimônio ser visto como uma cruz indissoluvelmente unida à cruz de Cristo. Isso leva os cônjuges a encarar sua união sem romantismo, sem uma visão cinematográfica da vida, sem falsas expectativas, enfim, sem ilusões. Realistas, eles sabem que neste Vale de Lágrimas todos têm defeitos, e que não há bom entendimento mútuo sem o também mútuo exercício da paciência.
É essa visão católica do matrimônio que evita a incidência de divórcios e separações. Nela os cônjuges encontram força para, na prece em comum diante do Crucifixo que tinham em mãos na cerimônia religiosa do casamento, ser fiéis aos votos de fidelidade ali feitos.
Nessa cerimônia o sacerdote benze o Crucifixo apresentado pelos noivos, põe sobre ele a mão direita da noiva e a mão do noivo sobre a da noiva, as cobre com a estola e lhes diz que encontraram o “sócio” ideal com o qual devem compartilhar suas vidas: “Vós encontrastes vossa cruz! Trata-se de uma cruz que é preciso amar, e levar convosco em todos os dias de vossas vidas. Sabei apreciá-la” diz-lhes o ministro de Deus.
Osculando a cruz, os cônjuges depois a entronizam em lugar de honra em suas casas, pois creem profundamente que a família deve nascer da cruz.
Quando surgem as provações, as incompreensões, as desavenças, as dificuldades, tão comuns e a que todos estão sujeitos neste mundo, ambos vão se ajoelhar diante do Crucifixo. E com uma fé que não permite enganos, pedem forças para suportá-las, pois o jugo de Nosso Senhor “é suave, e seu fardo leve”. Essa atitude é coerente com a crença de que, uma vez que eles fundamentaram seu matrimônio na cruz, esta lhes dará forças para superar as provações cotidianas.
Ficam desse modo sabendo que, se um deles abandona o outro, estará abandonando a Cristo. Pois a experiência lhes ensina que a fonte da perseverança pela qual ganharão a vida eterna só pode vir da Cruz de Cristo, e não de outros fatores ou ajudas externas, quaisquer que sejam.
Vindo os filhos, a forte tradição familiar lhes é inculcada, aprendendo eles desde pequenos a ver com veneração o Crucifixo da família, e a dirigir ao Crucificado suas primeiras orações.
Desse modo, esses católicos aprendem a praticar desde a mais tenra idade aquilo que cantava o nosso imortal Camões: “Tu, que descanso buscas com cuidado, neste mar do mundo tempestuoso, não esperes de achar nenhum repouso, senão em Cristo Jesus Crucificado”. E adquirem com isso coerência para enfrentar depois as vicissitudes da vida com espírito sobrenatural.
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Referências
(*) http://www.ncregister.com/site/article/surefire-start-to-marital-happiness/
Outras Fontes consultadas:
http://adelantelafe.com/descubra-pueblo-donde-no-solo-divorcio/ https://catholicismpure.wordpress.com/2012/09/24/marriage-crucifix/
http://www.uccronline.it/2016/03/11/il-paesino-di-siroki-brijeg-dovrebbe-essere-il-centro-del-mondo/
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