Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:25:07 PM
Frutos amargos vai produzindo a política racista do governo do PT e da esquerda católica, separando índios e brancos, como se não fossem todos brasileiros e filhos de Deus
Humaitá, cidade com cerca de 50 mil habitantes ao sul do estado do Amazonas, tem em sua vizinhança uma reserva indígena. Dessas que o governo federal se empenha para que conserve seus costumes e tradições, mas que vive contraditoriamente em grande parte das benesses proporcionadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai): luz elétrica, celular, tablet, tênis da moda!
Sou favorável a que os índios tenham todos os benefícios autênticos da civilização. E por isso não compreendo por que mantê-los confinados nesse tipo de reservas, que funcionam quase como um território sagrado e autônomo no qual um reles branco não pode pôr os pés. E não se alegue a Constituição, pois nos pontos em que ela coloca entraves ao bem comum é possível mudá-la — a base governamental tem maioria.
Como fruto dessa política de criar uma classe indígena privilegiada, não sujeita às leis que valem para todos os brasileiros, vão se produzindo acirramentos indesejáveis entre brancos e índios, quando o ideal seria que houvesse cooperação e amizade.
A população de Humaitá se revolta
Para ganhar uns cobres extra, os índios de Humaitá se deram ao luxo de instituir postos de pedágio irregulares na rodovia Transamazônica, pois são impunes. É mais uma causa de atrito com os moradores.
Ocorre que três humaitaenses desapareceram, e depois foram encontrados pela polícia mortos com tiros de espingarda e enterrados no território indígena. Cinco índios já foram presos, e suspeita-se que há ainda outros envolvidos. As notícias abaixo foram largamente publicadas (*).
Ao praticar o sequestro e posterior assassinato, os índios acusados estariam querendo se vingar da morte do cacique Ivan Tenharim — encontrado agonizante na estrada, ao lado de sua motocicleta —, desconfiando que ele foi assassinado. A versão que prevaleceu, porém, é que ele caiu da moto e morreu. Alega-se que estaria bêbado.
Como surgiu a suspeita de assassinato desse cacique? Segundo Gilvan Tenharim, 24, filho do cacique, “em nenhum momento a gente falou que o meu pai foi assassinado. A gente não protestou nem chegou a acusar ninguém”. Mas a reação do coordenador regional da Funai, Ivã Bocchini, foi diferente. Em texto publicado no blog oficial do órgão dias após a morte, ele levantou a hipótese de assassinato. Para o filho do cacique, houve uma “precipitação” da Funai. “A gente viu que ele caiu da moto.”
Contatado pela imprensa, Bocchini desligou o telefone após a reportagem se identificar. O texto acusador foi apagado do blog da Funai. Dias depois Boschini foi exonerado.
Tensões acumuladas
“Milhares de pessoas revoltadas com o assassinato de três moradores cometido pelos índios Tenharim promoveram um quebra-quebra na cidade de Humaitá no início da noite de Natal. Atearam fogo na sede da Funai e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e incendiaram 13 carros estacionados no pátio. Depois seguiram para as margens do rio Madeira, onde atearam fogo a três barcos de grande porte usados pela Funai para transportar índios da cidade para as aldeias”.
Moradores disseram à PF que viram os índios empurrando o carro onde estavam os desaparecidos. Segundo autoridades policiais locais, o atual conflito é resultado de tensões acumuladas na região entre índios e não índios. A população está revoltada, há um ódio acumulado.
“Os líderes da manifestação alegam que a polícia federal, o exército e a força nacional foram omissos no momento de efetuarem as buscas dos três desaparecidos que segundo informações sigilosas foram assassinados, e tiveram seus corpos queimados e enterrados no meio do mato, por dezenas de índios”.
146 índios estavam no centro de Humaitá quando começaram a ser hostilizados. Acuados, decidiram se refugiar na base do 54º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército. Cerca de 3.000 pessoas participaram do protesto e entraram em confronto com a polícia. Vários humaitaenses ficaram feridos.
Para o superintendente da Polícia Federal em Rondônia, Carlos Manoel Gaya da Costa, os índios “não são amigáveis” e limitaram a área de atuação dos agentes da PF na reserva. “Eles dificultam o acesso da polícia à área”.
Dois dias após essas manifestações, cerca de 300 moradores invadiram as aldeias da Terra Indígena Tenharim. Eles se dividiram em carros e caminhonetes, passaram pela aldeia Mafuí, atearam fogo em casas e destruíram o pedágio criado pelos índios no quilômetro 145 da Rodovia Transamazônica (BR-230).
Antes de destruir o pedágio e incendiar as casas, ainda de madrugada, o grupo cortou a energia elétrica das aldeias. “Eles estavam muito furiosos”, disse o funcionário da Eletrobrás, Carlos Alberto Santos, chamado para restabelecer o fornecimento de energia.
No momento em que escrevemos, os corpos foram encontrados e o carro em que viajavam está destruído; os índios não querem abrir mão do pedágio; e a população de Humaitá continua revoltada.
Depoimentos
Eis alguns depoimentos de moradores publicados em “O Estado de S. Paulo” (29-12-13):
1 – “Temos índio aqui que é professor, a gente os respeita como seres humanos, mas como podemos confiar neles depois do que aconteceu? Revoltada, a população é capaz de tudo”, diz a funcionária pública Marlene Souza.
2 – “Eles vêm à cidade, enchem a cara, fazem baderna e fica por isso. Agora que o povo reagiu, eles pegaram o peco (fugiram); índio é protegido pelo governo que nem bicho, então tem de ficar no mato, não tem que viver em dois mundos, no nosso e no deles; o cacique deles caiu da moto porque era um pé inchado (bêbado)”, disse o almoxarife Edvan Fernandes Fritz, 29 anos.
3 – “Temos dois Brasis: um, esse em que a gente vive; o outro, um Brasilzinho que o governo reservou para os índios”, disse o madeireiro Elias Trepak, de 60 anos. Segundo ele, há mais de seis anos os índios controlam a Transamazônica nos 140 quilômetros da reserva e não se faz nada.
4 – A multidão chegou, tombou e incendiou uma viatura e começou a depredar o prédio [da Funai], disse a dona de casa Wilma Oliveira da Paixão, de 24 anos. “Logo alguém jogou uma bola de fogo, aí começaram a incendiar tudo”.
___________
(*) “A Crítica de Humaitá”, 26-12-13 e 11-1-14; “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, edições de 27-12-13 até 15-1-14.
Seja o primeiro a comentar!