Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
6 min — há 7 anos — Atualizado em: 2/27/2018, 12:47:29 AM
Enquanto Dom Zhuang, bispo de Shantou (Guangdong), no sul do país, era extorquido policiescamente no frio de Pequim, a delegação do Vaticano em conúbio com as autoridades marxistas se moveu para a província de Fujian, no sul do país.
Lá tentou extorquir do bispo diocesano de Mindong uma renúncia que permitisse a ocupação da diocese por Mons. Vicente Zhan Silu, um dos sete bispos ilícitos excomungados pela Santa Sé.
Os representantes vaticanos intimaram Mons. José Guo Xijin, a se tornar auxiliar ou coadjutor do bispo ilícito.
A medida afina com o projeto do ditador Xi Jingping: “sinizar” a Igreja chinesa independizando-a de Roma e submetendo-a às políticas socialistas ditadas pela liderança marxista do Partido Comunista.
O presidente marxista pôs isso bem claro no XIX Congresso do PC em outubro de 2017: “a cultura (…) deve ser aproveitada para a causa do socialismo de acordo com a orientação do marxismo”. Acrescentando que por causa disso a religião deve ter uma “orientação chinesa” e se adaptar à sociedade socialista guiada pelo partido. (The Washington Post, 18.10.2017).
O bispo Guo passou quase um mês em detenção antes da Semana Santa de 2017. De acordo com AsiaNews, na prisão os agentes do governo apresentaram ao bispo resistente um documento a assinar. Segundo esse, ele aceitaria “voluntariamente” ser reduzido a bispo coadjutor.
Em troca receberia um reconhecimento do governo, uma “honraria” acompanhada de vantagens materiais concedidas aos colaboracionistas com o comunismo.
O bispo sacrílego e ilegal Mons. Zhan não quis confirmar seu próximo reconhecimento pela Santa Sé. Mas referiu a AsiaNews que representantes da Ostpolitik e do governo comunista chinês estão tocando as negociações.
Um padre da comunidade subterrânea de Mindong disse que “é óbvio que para nós, [esta decisão] é difícil de aceitar, mas temos o direito de nos opor ao Vaticano?”
E acrescentou, aliás erroneamente, que se isso acontecer, “eu poderia pensar em abandonar meu sacerdócio”. A Ostpolitik leva ao desespero e à apostasia os católicos resistentes.
A redução do status de um bispo diocesano soa estranha e incrível na Igreja Universal, mas não é o caso na China.
“Qiushi”, uma revista de alto nível sobre as teorias comunistas, administrado pelo Comitê Central do Partido, publicou em 15 de setembro um artigo intitulado “Teoria e práticas inovadoras no trabalho religioso do 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês”, desenvolvido em 2012.
Até agora, não foi explicado no que consistem essas “práticas inovadoras” em relação à Igreja Católica.
Mas em 14 de dezembro, a Associação Patriótica e o Conselho dos Bispos, entidades igualmente governamentais, aprovaram um plano quinquenal para “sinificar” a Igreja Católica.
A diretiva “Sincronização da religião” é um sofisma do ditador Xi Jinping que na essência impõe que as religiões não obedeçam a autoridade estrangeira alguma – leia-se Roma – e professem o socialismo.
Exige também que a Santa Sé reconheça sete bispos ilicitamente sagrados. Desses sete, Dom Huang e mais dois foram excomungados publicamente pela Santa Sé.
Pequim, daria em troco o reconhecimento de 20 candidatos ao episcopado nomeados pela Santa Sé nos últimos anos, desde que se ponham a serviço da comunidade pro-marxista.
Alguns já foram ordenados em segredo. No total, Pequim aceitaria cerca de 40 bispos da comunidade subterrânea com as mesmas exigências imorais.
Num jornal sem religião ostensiva como o “The New York Times”, Yi-Zheng Lian, professor de economia na Universidade Yamanashi Gakuin de Kofu, Japão, escreve que a política do Papa Francisco ante de um governo ateu e comunista “não é inteiramente transparente”.
Há entre 9 e 12 milhões de católicos na China, diz, e metade deles recusa a submissão à igreja cismática criada pelo regime.
O Vaticano pretende obriga-los a se submeterem ao sistema anticristão alegando uma conciliação.
Reconhecendo a pseudo igreja “patriótica”, o Vaticano estaria danificando a pregação católica no país.
Os clérigos “patrióticos”, como é bem sabido no país, cortam passagens da Bíblia consideradas politicamente subversivas pelo Partido Comunista, acrescenta o jornal nova-iorquino.
Milhões de fiéis chineses se sentiriam abandonados e traídos após décadas de opressão marxista sofrida por fidelidade a Roma.
A aproximação com Pequim sinalizaria que o Vaticano deixará de reconhecer a Taipei, Taiwan, e só a Pequim como representante da China.
A diplomacia vaticana já sacrificou o Primaz anticomunista da Hungria, e arcebispo de Budapest Mons. Josef Mindszenty, para agradar os soviéticos e o regime títere que instalaram no país.
Segundo se anuncia, o acordo poria Pequim no controle da Igreja Católica, pois nomearia seus bispos. No fim um silêncio de morte desceria sobre o catolicismo, completa o prof. Yamanashi Gakuin.
Um grupo de intelectuais católicos influentes de Hong Kong, inicialmente 1.600, lançou uma petição internacional pedindo brecar o iníquo acordo entre a Santa Sé e Pequim, divulgou Hong Kong Free Press.
O site de grupo foi objeto de ataques cibernéticos desde Tianjin, China continental, que bloquearam seu funcionamento momentaneamente.
Os autores renovaram o apelo: “por favor some-se à petição e continue a rezar pela Igreja perseguida na China”.
Para o influente “Wall Street Journal” a imagem do Papa Francisco “defensor dos oprimidos” está ficando sem sentido.
O pontífice que já não ajudava os ucranianos oprimidos e invadidos pela Rússia, agora dá as costas aos perseguidos católicos chineses e se alia com os perseguidores.
Ele parece ter abandonado o perfil de “campeão dos oprimidos”, diz “The Wall Street Jornal” em sua manchete.
E até está se tornando líder dos opressores, auxiliado inescrupulosamente pelo seu assessor Mons. Marcelo Sánchez Sorondo.
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