Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:51:42 PM
O escultor espanhol e catedrático da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro estudou durante dez anos o Santo Sudário de Turim.
Como resultado esculpiu um Crucificado que, segundo o artista, seria uma reprodução científica do estado físico de Nosso Senhor Jesus Cristo depois de sua morte.
O autor não visava provar a existência de Jesus de Nazaré, mas destacar os impressionantes acertos anatômicos constatados no estudo científico do Santo Sudário.
O professor Miñarro disse à BBC Brasil que, embora tenha privilegiado a “exatidão matemática”, “essa imagem só pode ser compreendida com olhos de quem tem fé”.
“A princípio, ela pode chocar pelo realismo, mas ela reproduz com fidelidade a cena do Calvário”, completou. Miñarro levou mais de dois anos para concluir sua obra.
O escultor não trabalhou só. Ele presidiu o trabalho de um grupo de cientistas que levaram adiante uma investigação multidisciplinar do Sudário de Turim.
O crucificado é o único “sindônico” no mundo, pois reflete até nos mais mínimos detalhes os múltiplos traumatismos do corpo estampado no Santo Sudário.
A imagem representa um corpo de 1,80 metros de altura, de acordo com os estudos no Sudário feitos pelas Universidades de Bolonha e Pavia. Os braços e a Cruz formam um ângulo de 65 graus.
A Coroa de Espinhos tinha forma de casco, cobrindo toda a cabeça, e foi feita com jujuba “ziziphus jujuba”, uma espécie de espinheiro cujas agulhas não se dobram.
A pele apresenta exatamente o aspecto de uma pessoa morta há uma hora. O ventre aparece inchado por causa da crucifixão.
O braço direito aparece desconjuntado pelo fato do crucificado se apoiar nele à procura de ar durante a asfixia sofrida na Cruz.
O polegar das mãos está virado para dentro, reação do nervo quando um objeto atravessa a munheca.
A escultura reflete também a presença de dois tipos de sangue: o vertido antes da morte e o derramado post mortem. Também aparece o plasma da ferida do costado, de que fala o Evangelho.
A elaboração destes pormenores foi supervisionada por hematologistas. A pele dos joelhos está aberta pelas quedas e pelas torturas.
Há grãos de terra incrustados na carne que foram trazidos de Jerusalém.
As feridas são típicas das produzidas pelos látegos romanos, que incluíam bolas de metal com pontas recurvadas para rasgar a carne.
Não há zonas vitais do corpo atingidas pelos látegos porque os verdugos poupavam essas partes para que o réu não morresse na tortura.
A maçã do rosto do lado direito está inchada e avermelhada pela ruptura do osso malar.
A língua e os dedos do pé apresentam um tom azulado, característicos da parada cardíaca.
Por fim, embaixo da frase em hebraico “Jesus Nazareno, rei dos judeus”, a tradução em grego e em latim está escrita da direita para a esquerda, erro habitual naquela época e naquela região.
A escultura esteve exposta na igreja de São Pedro de Alcântara, Córdoba, Espanha, e saiu em procissão pelas ruas da cidade durante a Semana Santa.
Com os mesmos critérios e técnicas, Miñarro está criando outras imagens que representam a Nosso Senhor em diferentes momentos de sua dolorosa Paixão.
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“Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas fraquezas, e ele mesmo carregou com as nossas dores; nós o reputamos como um leproso, como um homem ferido por Deus e humilhado.
“Mas foi ferido por causa das nossas iniqüidades, foi despedaçado por causa dos nossos crimes; o castigo que nos devia trazer a paz, caiu sobre ele, e nós fomos sarados com as suas pisaduras.” (Isaías 53, 2-5).
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