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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Razões profundas da ascensão do Nazismo: fruto da deterioração gerada pelo liberalismo


Explica o Prof. Plinio o “quadro” da falência do liberalismo (pós Ia. Guerra Mundial) que propiciou a ascensão do nazismo.

O liberalismo preparou o terreno ao nazismo

“Corroendo as inteligências com a ação lenta do cepticismo que lhe é inerente, depravando os costumes com a tolerância criminosa que prega, desorganizando a vida política, econômica e social pela anarquia que traz inevitavelmente consigo, o liberalismo tinha levado a Alemanha às portas da ruína total.

Estava em curso um ressurgimento do Catolicismo na Alemanha

“Percebendo claramente os motivos profundos da crise, muitos espíritos eminentes se inclinavam para o Catolicismo, no qual viam o único fanal salvador. Quanto às massas, guiadas finalmente por aquela percepção segura das realidades que às vezes possuem, também elas se inscreviam largamente nas associações católicas, com manifesto prejuízo para o protestantismo e o socialismo.

“De um lado, pois, o Catolicismo lucrava imensamente com a situação, pois que ela constituía uma apologia indireta das verdades pregadas pela Igreja. De outro lado, entretanto, também crescia o perigo comunista.

“Mas os católicos, fortemente organizados no terreno político e social, de acordo com as prescrições de Leão XIII, não receavam a avalanche vermelha, certos como estavam de que poderiam jugular o perigo do mesmo modo que o fizeram na Áustria, a dois passos apenas da Alemanha, os invictos católicos da infeliz Osmark de nossos dias. Assim, pois, a situação na Alemanha era francamente favorável a uma restauração religiosa que acarretaria automaticamente a restauração econômica e social.

“Diante da afluência de simpatizantes que de todos os quadrantes intelectuais rumavam para a Igreja em busca da Verdade e da unidade, os católicos tomavam uma caridosa atitude de compreensão que facilitava imensamente o acesso das ovelhas perdidas ao único aprisco de Jesus Cristo. E, assim, no meio das tormentas e das crises econômicas, numerosas réstias da luz deixavam entrever para um futuro próximo a salvação da Germânia.

Surge Hitler como uma falsa direita, uma falsa opção

“Surgiu então Hitler. Alistando em suas fileiras inúmeros indivíduos de todas as tendências intelectuais, unidos entre si graças à exacerbação de um patriotismo ulcerado pela derrota e pela dor, levantou também ele uma bandeira anticomunista e anti-liberal que empolgou as multidões.

“Hitler, entretanto, não era um verdadeiro simpatizante (da Igreja). O que sua corrente apresentava era totalmente mau; mau naquilo em que divergia da Igreja e mau também – o paradoxo é justo e nós o explicaremos abaixo – naquilo em que se assemelhava a Ela.

“Pelos pontos de contato que apresentava com a Igreja, Hitler conseguiu os seguintes efeitos péssimos:  desviou para si as simpatias que naturalmente se encaminhavam para a Igreja; antes do nazismo, tornava-se cada vez mais evidente que o único recurso contra a anarquia e o comunismo era o Catolicismo; depois do nazismo, o Catolicismo passou a ser considerado como “uma” das soluções possíveis, não porém “a” solução por excelência”.

  • * * *
  • O Cardeal von Galen, arcebispo de Münster, (O “Leão de Münster”)
    soube enfrentar Hitler e lutar contra o nazismo.

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Nuno Alvares

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