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1 min — há 13 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:30:28 PM
“A última onda”, Emilio Ocón y Rivas, detalhe |
José Manuel Coentrão, mestre da embarcação ‘Virgem do Sameiro’, um dos protagonistas do naufrágio que emocionou todo o país e muito em particular as Caxinas, zona entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim, falou ontem, pela primeira vez, sobre o sucedido, um relato pleno de emoção e coragem.
Foram 60 horas à deriva no alto mar, muita fé, muitas preces e um desespero que parecia não ter fim.
«Passa tudo pela cabeça. A família, a mulher, o filho, os amigos», recordou o pescador, de lágrimas nos olhos, ainda visivelmente consternado pelos acontecimentos ainda tão recentes e frescos na memória.
O mestre foi o primeiro a fazer soar o alarme: «Tinha mandado os homens descansar e, não sei como, apercebi-me de que havia água a entrar no barco. Foi tudo muito rápido. Enviei o primeiro very light às cinco horas da manhã, mas ninguém viu. Mais tarde atirei outro, já de dia, mas uma embarcação que passava ao longe também não se apercebeu», explicou José Manuel Coentrão, que sublinhou o recurso às preces e à fé como recurso para combater o desespero:
«Havia um terço na balsa, que é do pescador que ainda está no hospital. Rezámos muito a Nossa Senhora de Fátima. Eu rezava em voz alta e os outros oravam em silêncio. Não tenho dúvidas de que foi um milagre.»
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