Salvo pequenas exceções, até agora os aparentemente finados rolezinhos se apresentaram e se portaram como movimento pacífico. Isto torna mais difícil determinar-lhe os fins, pois parece uma manifestação sem finalidade.
Ficou demonstrado e reconhecido o óbvio, ou seja, que há uma coordenação por detrás. É necessário saber quais seus objetivos. Não de cada rolezinho, é claro, pois há muito bobinho mero farrista, mas das lideranças invisíveis. Existe provavelmente um plano, o qual provavelmente é um item de outro plano. Para facilitar a leitura e a reflexão do leitor preocupado ou curioso, dou algumas possíveis linhas desse intento sob a forma de meras hipóteses numeradas:
1. Fornecer assunto quente e de uso imediato para a midiagogia, ou seja, a demagogia da mídia, a demagogia de certos meios de comunicação social.
2. Desviar as atenções gerais de algo desagradável para a esquerda, no momento. Por exemplo, a crise atual da Economia, o fracasso do MST, apagão, “médicos cubanos”, etc.
3. Treinamento dos inocentes úteis para o momento em que for oportuno substituí-los por homens violentos, armados ou não, tipo black blocks ou outros. O treinamento pode ser incruento e invisível, mas depois…
4. Preparação do público dos shoppings, e os funcionários das lojas, para esse momento. Muita gente não está entendendo o que está acontecendo. Pura bagunça? Acredite se quiser.
5. Acostumar o povo em geral para movimentações pacíficas, mas cheios de nervosismo e carregadas de eletricidade. Carregadas de eletricidade e nervosismo.
6. Manobra comunista de guerra psicológica evolucionária: instigar a luta de classes. Os proletários “que nada possuem” se revoltariam diante do “luxo espantoso” dos shoppings. Há um tanto de comunismo latente. Três dos principais rolezeiros filiaram-se à União da Juventude Socialista (UJS), entidade que representa a juventude do PC do B e dirige a UNE.[1]
7. Promover o caos. Como diz Plinio Corrêa de Oliveira – patrono deste site – em “Revolução e Contra-Revolução”, é indispensável “pôr um pouco de clareza e de ordem num horizonte em cujos quadrantes o que cresce principalmente é o caos”.[2] Ele se preocupava muito com a situação da opinião pública, face ao caos.
Não sei se estou mal informado, mas não soube de nenhum pronunciamento expressivo a respeito provindo da esquerda e centro clericais. Se estou enganado, dou a mão à palmatória. Mas nada de pronunciamentos impactantes de Bispos, de agitação de Padres, ou atitudes pregando a ordem. Como o interpretar este silêncio? Quem cala, consente? Eles estão de acordo com o que está acontecendo? Ou nada têm a ver?
Pode também acontecer que subitamente os rolezinhos saiam de moda, se é que já não saíram, e os shoppings voltariam a seu ambiente costumeiro. “Acho que não vamos mais fazer. Não tem mais lugar”, disse Tharcisio Henrique Macedo, de 16 anos, um dos organizadores[3]. Será mesmo?
Seria um alívio geral.
Num ambiente de caos, tudo pode acontecer. Se está encerrado ou se o episódio está se encerrando, cabe um balanço. É o que procurei apresentar.
[1] OESP, 31-1-2014.
[2] Parte III. Edição do cinquentenário, p. 159.
[3] OESP, 3-2-2014.
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