Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 8 anos — Atualizado em: 10/8/2016, 7:15:12 PM
Em recente pesquisa, a organização Angus Reid Institute (ARI) constatou que 84 por cento dos canadenses aprovam a expansão da lei canadense de Direitos Humanos com penas mais severas contra o que chamam de “discurso de ódio” em relação aos transexuais. Quase 80 por cento consideram a aceitação do transgênero como “um sinal de progresso social”; 70 por cento acreditam que o país está se movendo em direção a “um conceito mais fluido de gênero”.[1]
O Ministro da Justiça do Canadá, Jody Wilson-Raybould, apresentou um projeto de lei em maio p.p. propondo a pena de dois anos de prisão para quem se manifestar contra o “transgenerismo”. Tal projeto não passou pelo Senado, mas teve apoio do Primeiro Ministro Justin Trudeau, que se diz católico.
Além disso, Trudeau declarou em entrevista para o canal de TV Sanday que o governo canadense pretende lançar uma cédula de identidade com a opção de gênero neutro. Durante uma passeata de homossexuais da qual participou, ele disse que tal documento com gênero neutro é uma real possibilidade.[2]
Os bispos católicos canadenses se mantêm em silêncio sobre a intenção do governo de regularizar o dito terceiro sexo. Somente o Bispo Frederick Henry, da diocese de Calgary (foto ao lado), considera a atitude do governo como totalitária referente às novas diretrizes educacionais forçando escolas católicas a aceitarem o comportamento LGBT entre os estudantes. Ele condenou as diretrizes do governo dizendo que “eles respiram secularismo puro”. Disse ainda que isso é o “bater da loucura do relativismo e da imposição forçada de uma ideologia particular tacanha, anti-católica. “
A agenda homossexual chega ao extremo do ridículo e da loucura. No mês passado o Parlamento Canadense votou pela mudança de uma estrofe do Hino Nacional para introduzir o gênero neutro. A frase que diz “in all thy sons command” (em vossos filhos comanda) foi alterada para “in all of us command” (em todos nós comanda). A seguir assim, falta pouco para aparecer quem sugira a troca das cores da bandeira pelas do arco íris.
Existe também um movimento para mudar a linguagem com o intuito de se livrar dos pronomes masculino e feminino e introduzir um pronome neutro. Eles procuram uma palavra que possa ser usada internacionalmente. No começo de janeiro p.p., reuniram-se em Marriott, nos Estados Unidos, 334 linguistas, lexicógrafos, gramáticos e etimólogos para discutirem esse tema. O resultado foi o mesmo da Torre de Babel. Ninguém se entendeu.[3]
O Facebook, por sua vez, oferece mais de 50 opções de gênero para os seus usuários, incluindo fluídos de gênero (a pessoa com uma identidade de gênero que está mudando), bigender (a pessoa que teria os dois sexos distintos) e agender (a pessoa sem um gênero identificado).
Como se pode notar, estamos diante de uma manipulação linguística. O conceito de “gênero” não define o sexo. Não se pode dizer “gênero masculino” ou “gênero feminino” para os seres vivos, mas “sexo masculino” e “sexo feminino”. Já as palavras têm gênero e não sexo.
A Revolução faz uso de palavras carregadas de uma força talismânica, como descreve o Prof. Prof. Plinio Correa de Oliveira no livro “Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo”[4]. Hoje em dia temos várias palavras-talismãs como, por exemplo, amor, preconceito, homofobia, intolerância, diálogo, gênero etc. Tais palavras trazem um sentido diferente do que elas de fato têm e levam as pessoas a uma verdadeira baldeação ideológica inadvertida. O único meio para “exorcizar” a ação da palavra-talismã é a sua explicitação. Nesse sentido, a agenda homossexual se utiliza da palavra “transgênero”, e de uma quantidade enorme de outras palavras, com o objetivo de propagar a Ideologia de Gênero.
Segundo a socióloga alemã Gabriele Kuby, “a Ideologia de Gênero é a mais radical rebelião possível contra Deus: o ser humano não aceita que é criado homem e mulher, e por isso diz: ‘Eu decido! Esta é a minha liberdade!’ — contra a experiência, contra a Natureza, contra a Razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação.” E acrescenta: “É uma ideologia diabólica: embora toda a gente tenha uma noção intuitiva de que se trata de uma mentira, a Ideologia de Gênero pode capturar o senso-comum e tornar-se em uma ideologia dominante do nosso tempo”.[5]
Em 21 de dezembro de 2012, o Papa Bento XVI proferiu um discurso à Cúria Romana, no qual afirmou que o uso do termo gênero pressupõe uma “nova filosofia da sexualidade”; e que a“profunda falsidade desta teoria e a tentativa de uma revolução antropológica que ela contém, são óbvias”.[6]
Continua o Pontífice: “Quando a liberdade para sermos criativos se transforma em uma liberdade para nos criarmos a nós próprios, então é o próprio Criador que é necessariamente negado e, em última análise, o ser humano é despojado da sua dignidade enquanto criatura de Deus que tem a Sua imagem no âmago do seu ser”.[7]
Diante dessa rebelião contra Deus, peçamos a ajuda de S. Miguel Arcanjo que bradou “Quis ut Deus?” (Quem como Deus?) contra Satanás e os outros anjos rebeldes.
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[1] http://angusreid.org/transgender-issues/
[2] http://www.churchmilitant.com/news/article/canada-pm-pushes-gender-neutral-id-cards
[3] http://www.nytimes.com/2016/01/31/fashion/pronoun-confusion-sexual-fluidity.html?_r=0
[4] Plinio Corrêa de Oliveira, Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo, 5ª edição, 1966, Editora Vera Cruz, São Paulo.
[5] LifeSite News, 17-6-14.
[6] http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2012/december/documents/hf_ben-xvi_spe_20121221_auguri-curia.html
[7] idem
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