Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 12 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:28:34 PM
Chegamos ao Natal. Talvez o mais triste desde que o Menino Jesus nasceu em Belém e foi amorosamente embalado nos braços virginais de Maria, sob o olhar transportado de admiração de São José. O mais triste, sim, mas também carregado de esperanças.
Comecemos pelo aspecto triste.
Desde aquele bendito dia em que “um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz” (Is 9,5), o culto ao Divino Infante foi crescendo nos corações e na sociedade, venceu o paganismo, tornou-se público, encheu o mundo de uma serena alegria.
Vieram, porém, as épocas de decadência da humanidade, a fé foi se extinguindo nas almas. Como a chama da lamparina da qual se esvaiu o azeite, hoje a fé bruxuleia apenas, mesmo em grandíssima parte dos que ainda se dizem cristãos. Se assim é o presente, o que esperar para o futuro, uma vez que a juventude está sendo tão malformada (deformada!?)
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Votos de Feliz Natal e bom Ano Novo do IPCO |
Não vou estender-me sobre esse infausto tema, dou apenas um exemplo. Cito o ex-reitor da USP, Prof. Roberto Leal Lobo e Silva F°, em seu lúcido artigo “A escola hoje e os alunos que não aprendem” (“Folha de S. Paulo”, 23-10-12).
“A educação brasileira está em crise. Além da recorrente violência escolar — a imprensa noticia com frequência casos de alunos armados ou com drogas, além de agressões a professores — pais e filhos parecem achar que a escola não pode contrariar os alunos ou exigir desempenho.
“As próprias famílias não conseguem impor limites aos filhos — às vezes, nem os pais têm limites — algo que se espraia à sala de aula.
“Neste momento, vale lembrar um livro francês ‘A Escola dos Bárbaros’, de Isabelle Stal e Françoise Thom.
“Elas consideram que a falta de disciplina nas escolas reflete uma sociedade que ‘adota o prazer como o ideal, em todas as direções — para tal sociedade, o objetivo da civilização é se divertir sem limites’.
“As autoras acertam em cheio ao apontar a profusão de práticas extracurriculares, fáceis e sem conteúdo, que servem para matar o tempo do jovem, como um dos grandes problemas da escola de hoje em dia. Nas palavras das autoras: ‘É uma enganação afirmar que a inaptidão para expressar-se, que a ignorância crassa em história, em geografia, em literatura e a incapacidade em seguir um raciocínio elementar’ sejam um preço que tenhamos de pagar para que todos se sintam à vontade na escola, permitindo a ‘inclusão’ de todos os alunos.
“Sob o pretexto de instaurar na escola a igualdade, o ensino é nivelado por baixo. ‘A ambição da igualdade a todo preço desencoraja o esforço de aprender, tipicamente individual’.
“As autoras criticam, com muita dureza, pedagogos, professores, administradores, sindicatos de professores e a nova geração de pais. Isso sem falar nas ideologias que banalizam o ensino, como se o papel principal da escola não fosse tirar o aluno da ignorância”.
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Mas, perguntará o leitor: e a esperança, em que se baseia?
Primeiramente, nas infalíveis palavras de Nosso Senhor: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo, 16,33).
Em segundo lugar, nas promessas de Nossa Senhora feitas em Fátima no ano de 1917, sobre o triunfo de seu Imaculado Coração.
Por último, é preciso considerar que, disseminadas por toda a superfície da Terra, há pessoas que gemem e choram no interior de suas almas por causa das calamidades presentes. O Menino Jesus não frustrará seus anseios, pois Ele veio para vencer: “Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras” (Ap. 22,12).
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