Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
6 min — há 4 anos — Atualizado em: 10/4/2020, 3:53:42 AM
Hoje, 3 de outubro, completam-se 25 anos do passamento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. O Instituto promoveu um terço junto à sua tumba no Cemitério da Consolação, uma reunião em sua Sede social na Rua Maranhão, 341 e Missa no rito católico tradicional na igreja da Consolação.
Constatamos, com grande contentamento, que suas teses principais, esboçadas em no livro Revolução e Contra-Revolução ganham atualidade, confirmação e força junto aos setores conservadores no Brasil e no mundo.
Em duas palavras, o avanço do processo revolucionário impondo ideologia de gênero, agenda lgbt, invasão de propriedades, aborto, progressismo, teologia da libertação despertou em tantos jovens de nossos dias a ideia de Revolução. O que é a Revolução? É essa soma de todos esses erros que pretende impor a sua IVa etapa: ditadura da ecologia, tribalismo, Novo Normal.
E, em contrapartida, a Contra Revolução ficou também clara aos espíritos mais lúcidos e combativos de nossos dias: ela é a soma de todo bem oposto àqueles erros.
Vejamos o que nos diz o Prof. Plinio:
“Quando entrei para a Congregação Mariana de Santa Cecília e comecei a participar do movimento católico, posso dizer que já era inteiramente um ultramontano [1], e quase todas as idéias que tenho hoje, na sua raiz eu já as tinha [2]. Aos 20 anos, quanto ao mundo contemporâneo, eu já havia tudo visto, contado, medido e pesado. De lá para cá houve torrentes de explicitações, em vista dos fatos que se sucediam, porém não mais do que explicitações [3].
– Eu era partidário convicto de uma catolicidade radical, e convicto de que um catolicismo de meias-tintas não resolveria absolutamente nada.
– Convicto também de que só se é católico, sendo absolutamente fiel ao Papado, e é nessa fidelidade absoluta ao papado que está a substância do catolicismo.
– Profundamente convicto igualmente de que a Igreja é propriamente a coluna do mundo, da ordem temporal, da ordem civil e da ordem moral. E que, portanto, só da Igreja e da doutrina da Igreja, dos Mandamentos e dos ensinamentos dela poderia decorrer alguma solução efetiva para a crise mundial.
– Convicto ainda de que toda a organização político-social decorrente do protestantismo, e de tudo que se lhe seguiu, até o comunismo, representava a destruição da civilização.
– Convicto também de que nos encontrávamos muito adiantados nesse fenômeno de decomposição, e de que deveria explodir uma grande crise que determinaria o fim da civilização moderna.
– Por cima de tudo, estava convicto da importância da devoção a Nossa Senhora, embora não conhecesse ainda o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luís Maria Grignion de Montfort, o qual me forneceu a expressão definitiva do assunto devoção a Nossa Senhora. Mas compreendia bem que a devoção a Nossa Senhora constituía o lado saliente da doutrina católica em matéria de piedade e de minha vida espiritual.
– Por fim — e aqui está propriamente o traço característico da mentalidade que graças a Deus eu já adquirira nesse tempo — tinha uma noção muito viva da diferença entre o bem e o mal, da luta do bem contra o mal dentro da História, embora a influência das forças organizadas do mal nesse combate eu conhecesse muito deficientemente naquela época; tinha apenas uma certa noção intuitiva do papel delas dentro dessa luta.
(…)
Todas essas idéias se formaram dentro de minha cabeça, não propriamente lendo a doutrina em um livro e aplicando-a aos fatos, mas tomando uma atitude instintiva em face dos fatos e como que adivinhando a doutrina contida nesses fatos.
Por conseguinte, esse conhecimento não se deu por meio de dedução, mas de uma primeira intuição que já continha em si tudo o que eu iria explicitar depois.
Não se tratava, portanto, de um processo dedutivo, mas de um processo intuitivo em que, num primeiro olhar, se via tudo, e depois crescia como uma árvore de dentro da semente. Mas no primeiro olhar já estava tudo contido. É assim que funciona uma cabeça brasileira [4].
Bem entendido, isto não significava de minha parte um desprezo pelo livro. Mas eu julgava um erro palmar considerar a cultura como mera resultante da quantidade de livros que se leu. A leitura é proveitosa, não tanto em função da quantidade, mas da qualidade dos livros lidos, e principalmente em função da qualidade de quem lê, e do modo pelo qual lê.
Sustento que uma pessoa muito lida, muito instruída — ou seja, informada de muitos fatos ou noções de interesse científico, histórico ou artístico — pode ser bem menos culta do que outra de cabedal informativo menor.
É que a instrução só aprimora adequadamente o espírito quando seguida de uma assimilação profunda, resultante de acurada reflexão. E por isto quem leu pouco, mas assimilou muito, é mais culto do que quem leu muito e assimilou pouco.
A reflexão é o primeiro dos meios desta ação positiva. Mais do que um repositório vivo de fatos e datas, nomes e textos, o homem de cultura deve ser um pensador. E para o pensador, o livro principal é a realidade que ele tem diante dos olhos, o autor mais consultado é ele próprio, e os demais autores e livros são elementos preciosos mas nitidamente subsidiários.
Contudo a mera reflexão não basta. O homem não é puro espírito. Por uma afinidade que não é apenas convencional, existe um nexo entre as realidades superiores que ele considera com a inteligência, e as cores, os sons, as formas, os perfumes que atinge pelos sentidos. O esforço cultural só é completo quando o homem embebe todo o seu ser dos valores que sua inteligência considerou [5].
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e seu livro Revolução e Contra Revolução tornaram-se o referencial da luta contra os erros de nossos dias. A luta dos conservadores contra os erros da esquerda, seja eclesiástica ou político-ideológica fica enobrecida e eficaz sob a luz desta obra. Convidamos nossos leitores a continuarem a luta travada pelo Prof. Plinio contra o progressismo e o esquerdismo com vista à realização da providencial missão do Brasil.
https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Minha_Vida_publica/MVP_03_Introducao.htm
A atualidade do pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira se torna uma referência à reação conservadora cuja missão é edificar o novo Brasil em resposta à esquerda e à imposição do Great Reset.
Notas:
[1] — Ultramontano era a designação dada no século XIX à corrente de católicos franceses defensores do Primado Pontifício e militantemente contrários aos católicos liberais. Como Roma estava além dos Alpes, dizia-se então que eram ultra (além) montanos (dos montes). O termo depois se estendeu a outras nações, sempre para designar os católicos antiliberais.
[2] Palestra sobre Memórias (I) 6/8/54.
[3] RR 14/4/74.
[4] Palestra sobre Memórias (I) 6/8/54.
[5] Conferência no Seminário dos jesuítas de São Leopoldo-RS, 13/11/54 (v. Catolicismo n° 51, março de 1955).
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
2539 artigosO Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.
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