Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:50:41 PM
Nos últimos dias 15 de março e 12 de abril, não foi apenas uma pessoa ou um partido que foi possantemente vaiado e completamente desprestigiado em várias capitais, mas também o respectivo “programa” que, como um fantasma, estava por detrás de tudo.
Tudo sem alarde porque, como todo fantasma que se preze, esse quer ser pouco visto. Ele é um importante comparsa do governo, tão vaiado nos últimos dias 15 de março e 12 de abril, mas não apareceu — é claro — nem foi citado. Mas é muito poderoso e tem-se materializado em leis, normas, regulamentos. Sua influência derruba muitas barreiras.
O que ele pregou? Entre outras coisas, as invasões rurais e urbanas. Também a aplicação de uma “política racial” que estimula a luta de raças. Após ter aceso a luta de classes. Intromete-se nos lares, por exemplo com a “teoria do gênero” e a “lei da palmada”. Deseja um controle cada vez maior dos meios de comunicação social. Luta pela oficialização paulatina da prática do aborto. Desrespeita a propriedade privada e persegue a livre iniciativa, com leis e impostos cada vez mais escorchantes. Propõe banir os símbolos religiosos das escolas e repartições públicas, etc.
O leitor talvez tenha adivinhado do que se trata. Esse fantasma é o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), decretado pelo presidente Lula em 21 de dezembro de 2009, no apagar das luzes de seu governo e atualizado em 12 de maio de 2010.
Se ele assumisse carne e osso, certamente seria vaiado e objeto de um ou vários panelaços. Mas se isso acontecesse, ele perderia uma de suas principais características, que é trabalhar na surdina. Por isso, não acusou recebimento das vaias que choveram dias atrás.
Em vez dos Dez Mandamentos da Lei de Deus, teremos agora que pautar nossas ações pelos “direitos” das prostitutas, dos transgêneros, das feministas, dos vadios, dos invasores de terras e de prédios, das “culturas” primitivas, dos revoltados de todo gênero.
E o texto do PNDH-3 é ainda mais amplo, pois recomenda: “incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade”.
As prostitutas são chamadas no PNDH3 eufemisticamente de “profissionais do sexo” e deverão ter sua ocupação regulamentada.
O PNDH-3 propõe também “desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União”, e recomenda “o respeito à laicidade pelos Poderes Judiciário e Legislativo, e Ministério Público, bem como dos órgãos estatais, estaduais, municipais e distritais”. Mais isso!
Laicidade parece ter aqui o significado de ateísmo. O Estado laico seria ateu e não toleraria qualquer símbolo religioso em seus estabelecimentos. É uma inquisição laica (ou ateia) contra os crucifixos e as imagens de santos.
O PNDH-3 propõe “instrumentos de avanço” para a “redução das desigualdades sociais concretizadas por meio de ações de transferência de renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, à expansão da reforma agrária”.
Ademais, é indisfarçável a antipatia do PNDH-3 em relação à propriedade privada, entretanto fundamentada em dois Mandamentos da Lei de Deus: o 7º (“Não roubar”) e o 10º (“Não cobiçar as coisas alheias”).
Atualmente, se a propriedade urbana ou rural for invadida por esquerdistas ou arruaceiros, cabe ao Poder Judiciário restabelecer imediatamente a ordem por meio de uma liminar. Mas, para o PNDH-3, deverá ser obrigatório haver um diálogo prévio com os envolvidos, “com a presença do Ministério Público, do poder público local, órgãos públicos especializados e Polícia Militar”. Ou seja, o que normalmente seria uma ação de polícia, submissa ao discernimento de um magistrado, passaria a ser uma assembleia tumultuada, com a presença de meio mundo, ocasião ideal para muito discurso e não pouca demagogia. É fácil prever quais seriam os resultados. Os cubanos e os venezuelanos já os conhecem…
Não nos deixemos enganar a respeito dessa conspiração contra o que resta de civilização cristã no Brasil. O PNDH-3 é uma seita, uma hidra de sete cabeças, cada uma das quais deve ser anulada. Foi contra ele, embora de modo inexplícito, que se dirigiram a indignação e as vaias dos manifestantes.
Forçado a resumir muitíssimo, sinto-me na obrigação de acrescentar que nunca, em toda sua história, o Brasil foi ameaçado com violência tão veemente como a PNDH-3, quer pela sua radicalidade anticristã, quer pela sua universalidade.
O que ele propugna vai muito além do chavismo venezuelano. Mas está inteiramente de acordo com a Teologia da Libertação.
Na realidade, o PNDH-3 se afirma, sem dizê-lo, quase como uma nova religião. Sim, a religião do homem em substituição à religião de Deus, exigindo de seus adeptos submissão total. Uma religião laica que traz consigo uma nova moral, pois determina que devemos agora pautar as nossas ações pelos direitos das prostitutas, dos homossexuais, das feministas, dos vadios, dos invasores de terras e prédios, das “culturas” primitivas, dos revoltados de todo gênero, em substituição aos Dez Mandamentos da Lei de Deus. O ponto de referência para tudo quanto o homem pensa ou faz, passa a ser os tais “direitos humanos”, pelos quais será julgado.
Em espírito de concórdia e cooperação, apresentamos estas linhas à consideração dos leitores, implorando a decisiva e materna intercessão de Nossa Senhora Aparecida, gloriosa Rainha do Brasil, para que afaste de nossa Pátria tais perspectivas.
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