Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

16/10 – Santa Margarida Maria Alacoque, Virgem

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

5 minhá 3 anos


No século XVII o jansenismo –  espécie de infiltração do espírito calvinista protestante dentro da Igreja –  causava na Filha Primogênita grandes estragos nas almas dos fiéis, destruindo nelas a noção da misericórdia de Deus e da confiança filial que devemos ter em relação ao Pai Celeste. Inculcava-lhes também um temor desprovido de amor, fazendo-as fugir dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia.

Eis o Coração que tanto amou os homens, que a nada se poupou até se esgotar e consumir para lhes testemunhar o seu amor. E em reconhecimento não recebo da maior parte deles senão ingratidões pelos desprezos, irreverências, sacrilégios, e friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor“.

         Foi então que o Sagrado Coração de Jesus apareceu a Margarida Maria, jovem religiosa da Ordem da Visitação fundada por São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal, para transmitir sua mensagem de misericórdia e confiança, expressa no Coração humano e divino do Verbo Encarnado.

Filha de Cláudio Alacoque e de Felisberta Lamyn, Margarida Maria foi a quinta dos sete filhos do casal, nascida a 22 de Julho de 1647.

Deus a queria só para Si. Por isso, como ela mesmo conta em sua Autobiografia, Ele a preveniu praticamente desde o berço da mais leve mancha de pecado. O Divino Mestre a dirigia nos segredos da vida interior, para que sua comunicação fosse só com o Céu.

Desse modo, Margarida teria por volta de apenas quatro anos quando fez o voto de castidade. Diz ela em sua Autobiografia: “Sem saber o que dizia, sentia-me continuamente impelida a dizer estas palavras: “Meu Deus, eu vos consagro a minha pureza, e vos faço voto de perpétua castidade”.

Por volta dos onze anos, uma grave doença pôs a vida de Margarida em perigo, e obrigou a família a retirá-la do convento onde era aluna, e  levá-la para casa. A menina ficou semi-paralítica e tão magra que “os ossos furavam-me a pele por todos os lados”.  Também não podia andar. Os médicos locais esgotaram toda a sua ciência sem nenhum resultado, pelo que parece que a doença era sobretudo de origem sobrenatural. Durou quase quatro anos, e Margarida só se curou depois de se ter consagrado a Nossa Senhora.

Com efeito, a devoção a Nossa Senhora é sinal de predestinação. Por isso Margarida sempre a teve desde os albores da razão. Maria Santíssima retribuía amor com amor: “A Santíssima Virgem teve sempre grandíssimo cuidado de mim, e a Ela é que eu recorria em todas as minhas aflições. Foi Ela que me apartou de perigos muito grandes”, confessa Margarida. Antes mesmo de São Luís Maria Grignion de Montfort ter popularizado a devoção da Sagrada Escravidão a Nossa Senhora, Margarida, ainda menina, como afirma, a Ela se consagrou como escrava.

Santa Margarida Maria era grande mística, e vivia quase por completo imersa no sobrenatural.

Ao atingir a adolescência, Margarida quis entrar no convento, mas a mãe e os irmãos, perseguidos pelos parentes do defunto marido, quiseram obrigá-la a se casar com um bom partido, para aliviar a situação de pobreza da família.

 Entretanto, vencendo a pressão dos familiares, Margarida Maria entrou no convento da Visitação, em Paray le Monial aos 23 anos. Apenas no locutório, ouviu interiormente estas palavras: “É aqui que te quero”.

No convento, o Sagrado Coração de Jesus foi se revelando a ela aos poucos, dos anos de 1672 e 1673, até chegar a fazê-lo claramente em 1674 e 1675. Dez anos depois, em 1685 e 1686, Ele revela a Margarida Maria suas magníficas promessas ao gênero humano. Assim, na festa de São João Evangelista. Margarida Maria rezava diante do Santíssimo Sacramento quando Nosso Senhor “fez-me repousar por largo tempo em seu divino peito; e ali me descobriu as maravilhas do seu amor e os segredos insondáveis do seu Sagrado Coração”. Disse Ele: “O meu divino Coração está tão abrasado de amor para com os homens, e em particular para contigo que, não podendo já conter em si as chamas de sua ardente caridade, precisa derramá-las por teu meio, e manifestar-se-lhes para os enriquecer de seus preciosos tesouros, que eu te mostro, os quais contêm a graça santificante e as graças salutares indispensáveis para os apartar do abismo da perdição; e escolhi-te a ti, como abismo de indignidade e ignorância, para a realização deste grande desígnio, para que tudo seja feito por mim” (Autobiografia, 53).

Não dispondo de espaço para relatar com pormenores as outras aparições, citamos a chamada “Grande Revelação”, ocorrida na oitava de Pentecostes do ano de 1675: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que a nada se poupou até se esgotar e consumir para lhes testemunhar o seu amor. E em reconhecimento não recebo da maior parte deles senão ingratidões pelos desprezos, irreverências, sacrilégios, e friezas que têm para comigo neste Sacramento de amor. Mas o que é ainda mais doloroso, é que os que assim me tratam são corações que Me são consagrados. Por isso te peço que a primeira Sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar o meu Coração, reparando a sua honra por meio dum ato público de desagravo, e comungando nesse dia para reparar as injúrias que recebeu durante o tempo que esteve exposto nos altares. E Eu te prometo que o meu Coração se dilatará para derramar com abundância o influxo do seu divino amor sobre aqueles que Lhe renderem esta homenagem.

Para concluir, citamos a consoladora promessa das primeiras sextas-feiras do mês que lhe foi comunicada quase no fim de sua vida (provavelmente em 1688), e que ela comunica à sua ex-superiora,Madre de Saumaise:

Numa Sexta-feira, durante a santa Comunhão, Ele disse estas palavras à sua indigna escrava, se ela não se engana: ‘Eu te prometo, na excessiva misericórdia de meu Coração, que seu amor todo poderoso concederá a todos aqueles que comungarem nove primeiras sextas-feiras do mês em seguida, a graça da penitência final, não morrendo em minha desgraça e sem receber os Sacramentos, [meu divino Coração] se tornando seu asilo seguro no derradeiro momento”.

Santa Margarida Maria morreu em 17 de outubro de 1690. O seu corpo repousa sob o altar que lhe é dedicado na capela das visitandinas em Paray-le-Monial. Foi canonizada por Bento XV em 1920.

Detalhes do artigo

Autor

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

2539 artigos

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.

Categorias

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados