Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
Em 1657, a morte sangrenta de Santo André Bobola, jesuíta polonês. Pregador e missionário ativo, teve tamanho sucesso, que atraiu a inimizade de certos cismáticos, diante de quem deu testemunho pela última vez: ‘Eu creio e confesso que, como há apenas um só Deus, há também apenas uma e verdadeira Igreja e uma e verdadeira fé católica, revelada por Jesus Cristo, e pregada pelos Apóstolos e, a exemplo de muitos mártires, sofro e morro de boa vontade por ela’
8 min — há 3 anos
Este santo é um exemplo de até aonde pode chegar o ódio religioso. Ele foi martirizado pelos cismáticos ortodoxos russos com uma crueldade tão diabólica, que não houve praticamente parte do seu corpo que não tivesse sido atingida. Pelo que a Sagrada Congregação dos Ritos afirmou que o seu “é talvez o martírio mais cruel que jamais se submeteu ao exame desta sagrada Congregação”.
André Bobola nasceu no ano de 1592 no Palatinado de Sandomir, na Polônia, de família ilustre e religiosa. Desde pequeno notaram-se no menino os dons extraordinários com que Deus tinha cumulado sua alma.
Fez seus estudos no colégio jesuíta de sua cidade natal, e já era apontado pelos mestres como modelo para os outros estudantes.
Na idade de 21 anos entrou para a Companhia de Jesus em Vilna. Depois de sua profissão religiosa, foi empregado na educação da juventude em vários colégios jesuítas, conquistando seus alunos por sua extrema amabilidade e bondade de coração.
Santo André Bobola era corpulento, mas de baixa estatura. Seu ar nobre, afável e piedoso atraía as pessoas. Com longa barba, excelente espírito, memória feliz e expressão acolhedora, ia direto aos corações. Era entretanto, sua profunda convicção religiosa o que mais atraia.
No dia 2 de junho de 1630 Santo André Bobola fez sua profissão solene, e se tornou Superior da residência dos jesuítas em Bobruisk. Nesse tempo pôde mostrar sua ardente caridade durante uma epidemia que dizimou a Lituânia. Ele só não foi dela vítima porque Deus Nosso Senhor o reservava para outro martírio mais heroico.
Por esse tempo os cossacos da Ucrânia, os russos e os tártaros devastavam a Polônia, e a fé católica era objeto dos ataques simultâneos dos protestantes e dos cismáticos. Os jesuítas, em particular, eram o alvo de seu ódio. Muitos foram expulsos de suas casas e levados em cativeiro. Era, pois, uma época muito difícil para o apostolado.
Entretanto, o intrépido Pe. Bobola não se detinha diante dessas dificuldades. Ele podia dizer como São Paulo: “ai de mim se não evangelizo”. Seu apostolado era fecundo. Em apenas uma das cidades da Lituânia, Janow, se bem que das mais cultas, e que contava com apenas dois católicos quando ele começou a evangelizá-la, seu trabalho foi tão abençoado que, à sua morte, praticamente toda a cidade tinha voltado à verdadeira fé. Mesmo os fiéis da chamada Igreja Ortodoxa Russa não podiam resistir à sua pregação. E em grande número passavam para a verdadeira Igreja.
Os sacerdotes cismáticos, não podendo segurar esses fiéis em suas fileiras, voltavam contra o missionário todo seu ódio. E pagavam a desclassificados para atacarem-no com injúrias e maus tratos. Como isso não dava resultado, idealizaram outro método ainda mais grosseiro de prejudicar o Pe. Bobola: arrebanharam meninos de rua e os industrializaram tão bem, que eles esperavam o missionário sair de sua residência e o acompanhavam atirando-lhe os objetos mais vis, em meio a tremenda algazarra. Se o santo ia visitar um enfermo, esperavam-no do lado de fora gritando contra ele os mais injuriosos epítetos. O mesmo faziam quando ele ia pregar. E assim procuravam tornar sua vida impossível.
Mas o pior veio depois. No dia 16 de maio do ano de 1657, véspera da Ascensão de Nosso Senhor, Santo André Bobola estava na pequena cidade de Perezdyle, onde fora pregar em preparação para a festa do dia seguinte. À notícia da aproximação dos cossacos, os fiéis pressionaram o Santo para que fugisse. No caminho, dois dos cossacos alcançaram-no, despiram-no, amarraram-no a uma árvore e o moeram de golpes. Era o começo de uma série inaudita de tormentos que só o ódio religioso pode suscitar.
Levado para os chefes, estes quiseram de todos os modos obter a apostasia do campeão de Jesus Cristo. Como nada conseguissem, ataram-no a um poste e o flagelaram impiedosamente durante largo tempo. Depois, pegando dois galhos de um arbusto, aplicaram-nos em redor da cabeça do Santo, e apertavam-nos por meio de torções e contorções, provocando-lhe dores atrozes. Arrancaram então ao herói de Jesus Cristo a pele da parte exterior das mãos, deixando-as em carne viva.
Mas não pararam aí. Ligaram-no às selas de dois cavaleiros e obrigaram ao generoso mártir a segui-los até Janow. Como ele não andava com a velocidade desejada pelos cossacos, estes lhe davam vários golpes, recebendo ele nesta ocasião duas profundas feridas nos braços.
À entrada de Janow havia uma pequena casa destinada ao matadouro público. Ali levaram o santo, amarraram-no a um banco e, com tochas, foram-lhe queimando a fogo lento os lados e o peito. Lembrando-se de que a vítima era sacerdote católico, lhe cortaram a pele da cabeça, no local da tonsura eclesiástica, deixando os ossos do crânio a descoberto. As mãos que tinham recebido a unção sagrada e às quais já haviam arrancado a pele, foram ainda mais mutiladas. Cortaram-lhe as falanges de ambos os polegares, que serviam para a consagração da Vítima do Calvário, e o indicador da mão direita, desligando os músculos da mão esquerda para arrancarem os dedos juntamente com a pele. Virando o corpo do mártir, tiraram-lhe a pele das costas e de uma parte dos braços. À carne viva, lançaram palha de cevada moída. Afiaram depois estiletes de madeira e meteram-nos debaixo das unhas dos artelhos e dos dedos da vítima. Tudo isso, à exemplo do que foi feito com Nosso Senhor em sua Paixão, entremeado com pancadas e bofetadas tão fortes, que fizeram saltar vários dentes do mártir, inchando-lhe enormemente as faces.
Um requinte ainda era necessário: a língua que tanto pregara, necessitava ser arrancada. Por isso, depois de lhe vazarem um olho, de lhe cortarem o nariz e de lhe rasgarem os lábios, abriram-lhe a garganta e arrancaram-lhe toda a língua. Depois tomaram um estilete e o espetaram no coração. Como o martirizado corpo ainda se contorcia, rindo, diziam “Como dança esse polaco!”. Finalmente deram-lhe dois golpes de misericórdia.
Quarenta e cinco anos depois de sua morte, seu corpo estava incorrupto, coberto com os mil ferimentos do martírio, nos quais se via ainda o sangue fresco. A carne permanecia branda e flexível. Foi assim, por esse milagre estupendo, que a Providência quis que muitos dos detalhes do martírio desse grande defensor da fé fossem conhecidos. Pelo que, no seu processo de beatificação, é dito que foi ele mesmo o verdadeiro postulador de sua causa.
Santo André Bobola foi beatificado pelo imortal Pontífice Pio IX. Mas seu martírio post-mortem não cessara ainda. Quando os bolchevistas tomaram a Polônia, arrebataram violentamente as relíquias desse apóstolo, e as levaram para Moscou. Foi só depois de muitas e demoradas negociações que a Santa Sé conseguiu de volta, em 2 de novembro de 1923, as santas relíquias. Em 1938 Pio XI canonizou solenemente André Bobola, que mais tarde se tornou o protetor da nobre nação polonesa.
O Martirológio Romano Monástico diz dele:
Em 1657, a morte sangrenta de Santo André Bobola, jesuíta polonês. Pregador e missionário ativo, teve tamanho sucesso, que atraiu a inimizade de certos cismáticos, diante de quem deu testemunho pela última vez: ‘Eu creio e confesso que, como há apenas um só Deus, há também apenas uma e verdadeira Igreja e uma e verdadeira fé católica, revelada por Jesus Cristo, e pregada pelos Apóstolos e, a exemplo de muitos mártires, sofro e morro de boa vontade por ela’
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2539 artigosO Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.
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