Santa ativa, audaz sem desfalecimento, sempre unida a Deus e confiada no Coração de Jesus, alma de cruzado e coração compadecido com todas as desgraças, eis o retrato de Santa Francisca Xavier Cabrini, a grande missionária dos imigrantes italianos nas três Américas.
O papa Pio XII a descreveu como “Heroína dos tempos modernos … imagem da mulher forte, conquistadora do mundo, com passos audazes e heroicos através do curso de sua vida mortal”.
Maria Francisca, filha de Agostinho Cabrini, foi a mais nova de uma família de treze filhos. Nasceu em Sant’Angelo Lodigiano, na Lombardia, no dia 15 de julho de 1850. Sua mãe já tinha cinquenta e dois anos quando ela nasceu prematuramente, miúda, frágil, e de aspecto tão doentio, que a levaram imediatamente à igreja para o batismo de medo que falecesse pagã.
Cecchina, como a chamavam em casa, crescendo, apesar de débil e enfermiça, tinha muita força de vontade e uma sólida piedade. Mesmo ainda criança, aprendeu a amar a prece, seguindo o esplêndido exemplo de seus pais, irmãos e irmãs. Foi crismada aos 7 anos, e fez a Primeira Comunhão com 10. Com 11 fez voto de castidade
Aos 13 anos entrou na escola dirigida pelas Filhas do Sagrado Coração, onde estudou por cinco anos, formando-se professora. Nessa altura, com 18 anos, pediu admissão entre aquelas religiosas, mas não foi aceita por causa de sua pouca saúde
Começou então a lecionar e a ensinar o catecismo às crianças. Em 1874 foi chamada para reorganizar um orfanato muito mal dirigido em Cadogno. Mais tarde, o bispo de Lodi, reconhecendo suas extraordinárias qualidades intelectuais, morais, e administrativas, disse-lhe um dia: “Vós quereis tornar-vos missionária. O tempo está pronto. Não conheço nenhuma comunidade de irmãs missionárias. Portanto, deveis fundar uma”. Francisca apenas respondeu: “Vou procurar uma casa”.
No dia 14 de novembro de 1880, com sete companheiras, tomou posse de um antigo convento franciscano abandonado, colocando em sua porta o letreiro: “Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração. Assim nascia essa imensa obra missionária.
Leão XIII a encorajou em suas fundações, e recomendou-lhe que, em vez de ir para o Oriente como pedia, deveria dedicar-se ao Ocidente.
Sucedeu então que o bispo de Placença, Dom João Batista Scalabrini, homem segundo Deus, tinha fundado exatamente a Congregação de São Carlos Borromeu para atender aos milhares de imigrantes italianos que se dirigiam ao Novo Mundo. E persuadiu Madre Cabrini a juntar-se à sua obra, secundando os missionários.
Com quase 40 anos de idade, Madre Cabrini começa aquela série ininterrupta de viagens, realizadas com o entusiasmo e ardor que a faziam escrever, ao sulcar as águas do mar do Caribe, esta frase digna de um novo Alexandre: O mundo parece-me muito pequeno, e não descansarei enquanto sobre o meu Instituto não se puser o sol.
Fazendo suas as palavras de São Paulo “Tudo posso naquele que me conforta” (Fil 4,13), Madre Cabrini abriu em várias cidades americanas e da América do Sul, jardins da infância, escolas, colégios, hospitais e clínicas para imigrantes pobres.
Em pouco tempo, com uma energia insuspeita naquele corpo pequeno e frágil, ela abriu casas na América do Sul – inclusive no Brasil – na Espanha, na França e na Inglaterra.
Em 1909, considerando vantajoso para seu instituto, Santa Francisca Xavier se tornou cidadã dos Estados Unidos aos cinquenta e nove anos de idade. Ela bem entendeu a mentalidade americana; e, por outro lado, os americanos, em sua admiração pela completa dedicação da “pequena irmã” ao trabalho de Deus, a assistiram generosamente.
Aos 67 anos de idade Madre Cabrini, que contraíra umas febres palúdicas quando esteve no Brasil, faleceu repentinamente no hospital que fundara em Chicago, no dia 22 de dezembro de 1917.
Canonizada pelo papa Pio XII, ela foi declarada “Padroeira celeste dos imigrantes”.