Há acontecimentos que, à primeira vista, parecem ser meros episódios diplomáticos, encontros internacionais sem maiores consequências. Mas, como ensina Plinio Corrêa de Oliveira em Revolução e Contra-Revolução, a História caminha por marés profundas, muitas vezes invisíveis ao observador desprevenido.
A COP-30, convocada para se reunir em Belém, é um desses fatos. Sob o véu sedutor da ecologia, move-se ali um processo que não é episódico, mas estrutural; não é técnico, mas ideológico; não é neutro, mas revolucionário.
I — O simbólico que pretende tornar-se tutela
A escolha de Belém — porta de entrada da Amazônia — é apresentada como gesto de prestígio e deferência ao Brasil. Nada mais fácil do que vestir intenções ambíguas com roupagens solenes.
Mas a Revolução age assim: confere símbolos para minar substâncias; oferece honras para melhor impor cadeias.
O que se diz ser homenagem ao Brasil pode, na realidade, transformar-se em instrumento de fiscalização internacional sobre nosso território, abrindo caminho para ingerências que ferem o mais elementar princípio de soberania.
II — Quando a preparação revela o espírito do evento
As dificuldades logísticas que inundam Belém — hotéis com preços exorbitantes, infraestrutura tensionada, alimentação em pontos oficiais com preços estrambólicos, delegações em risco de exclusão — são apontadas como simples “problemas de organização”.
Mas um olhar atento vê mais.
Nada é tão revelador como constatar que, já nas primeiras movimentações, o Brasil aparece curvado: esforça-se para corresponder às exigências do grande aparato internacional, não como anfitrião soberano, mas como curador de um patrimônio que dizem não ser exclusivamente seu.
No fundo, o país parece obrigado a provar continuamente sua “idoneidade ambiental” diante de tribunais invisíveis, compostos por ONGs, organismos multilaterais e centros ideológicos que nunca foram eleitos pelo povo brasileiro.
III — A Amazônia: cenário e vítima
A Amazônia — sempre ela — surge como cenário ideal para discursos inflamados sobre a “salvação do planeta”.
Mas nas entrelinhas, encontra-se a lógica revolucionária denunciada pelo Prof. Plinio: a diluição da ordem natural, a dissolução das soberanias, a subversão da propriedade.
Ninguém ignora que milhões de hectares da região são cobiçados como “bens da humanidade”, expressão nebulosa que seduz o incauto e alarma o patriota.
E se, para acomodar a conferência, obras “potencialmente lesivas ao ambiente” surgem em Belém, isso pouco importa aos zeladores da agenda. A ecologia é bandeira; o objetivo é outro.
IV — O método revolucionário: infiltrar para dominar
A tática é velha como a própria Revolução:
– proclama-se uma crise global;
– exige-se uma “governança” supranacional;
– convoca-se o planeta para “salvar a humanidade”;
– e, no momento oportuno, dilui-se a soberania dos Estados sob o pretexto da solidariedade ecológica.
Não se exige mais do Brasil que seja virtuoso: exige-se que seja obediente.
E o que está em jogo não é apenas a política ambiental: é a própria autonomia da Nação, a liberdade do proprietário rural, o destino de uma região que faz parte da integridade da Pátria.
V — O dever contra-revolucionário
Diante disso, impõe-se ao brasileiro algo que vai muito além do debate ecológico:
a defesa da soberania como valor moral, enraizado no IV Mandamento — honrar pai e mãe, honrar a Pátria, honrar a terra que a Providência confiou ao nosso povo.
A COP-30 não é uma assembleia neutra.
É o mais recente capítulo da ofensiva igualitária e internacionalizante que tenta remodelar o mundo segundo padrões alheios à nossa civilização cristã.
Trata-se de mais uma etapa do “Processo Revolucionário” do qual fala Revolução e Contra-Revolução — processo que, se não for enfrentado, reduzirá o Brasil a quantia desprezível nos cálculos da chamada “comunidade internacional”.
VI — Conclusão: posição e combate
É preciso que o Brasil desperte.
É preciso que veja.
É preciso que resista.
Não podemos permitir que a Amazônia seja transformada em laboratório ideológico, nem que o País seja submetido a modelos de governança que quebram o vigor da soberania.
De joelhos, imploremos à Nossa Senhora Aparecida que preserve a unidade católica da Pátria e ilumine os brasileiros para não se deixarem conduzir por este Titanic ambiental de falácias e imposturas.
Que Ela fortaleça nossa coragem na defesa da Terra de Santa Cruz.
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