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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

A Federação Europeia, sonho de ateus socialistas ou realização do Reino de Cristo?


O Great Reset, a Estrutura Supra Nacional, a Federação de Naçõessão apenas nomes que são dados a fases do processo revolucionário. O sonho de reorganização (e massificar) as Nações e os Povos vem, pelo menos, desde o fim da Primeira Guerra Mundial

A Liga da Nações foi uma primeira tentativa. Fracassada essa, a Revolução Universal ideou, no fim da Grande Guerra (IIa.) a Estrutura Supra Nacional, a ONU.

Na Ordem Mundial, o sonho das forças secretas desde o século XIX

Concretamente, na Europa, como solução para os problemas nacionais do pós Guerra, cogitou-se da Federeação Europeia. Essa é a matéria tratada pelo Prof. Plinio, em Catolicismo. Ela toma toda a sua atualidade face ao Novo Normal, ao Great Reset, às elucubrações do Forum Econômico Mundial, dos super poderes que pretendem dar à ONU (batizados pelo Vaticano), que pretedem dar à OMS acima das soberanias nacionais.

Passamos a transcrever o artigo publicado no jornal Catoliciismo.

A Federação é uma novidade?

“Se se pergunta se é uma novidade a Federação, a resposta deve ser negativa. A Europa já constituiu, em outros tempos, um grande todo de natureza federal, pelo menos no sentido muito amplo e muito genérico da palavra.

“Em 476, o Império Romano do Ocidente deixou de existir. O território europeu, coberto de hordas bárbaras, não possuía Estados definidos e de fronteiras duráveis. Era toda uma efervescência de selvageria, que só foi amainando à medida que a ação dos grandes missionários assegurou, um pouco por toda parte, um início de pujante germinação para a semente evangélica. A esta altura, tornando os costumes menos rudes, a vida menos incerta e turbilhonante, a ignorância menos espessa, estava constituída na Europa um grande conglomerado de povos cristãos que, por sobre todas as suas diversidades naturais, estavam unidos por dois vínculos comuns profundos, nascidos de um grande amor, e de um grande perigo:

a) – sinceramente, profundamente cristãos, adorando pois em espírito e verdade ( e não apenas em palavras e rotina ) a Nosso Senhor Jesus Cristo, amavam e desejavam verdadeiramente praticar a Sua Lei, e estavam convictos de sua missão de estender o domínio desta Lei até os últimos confins da terra;

b) – como fruto desta fé coerente e robusta reinava em todos os espíritos um mesmo modo de conceber o homem, a família, as relações sociais, a dor, a alegria, a glória, a humildade, a inocência, o pecado, a emenda, o perdão, a riqueza, o poder, a nobreza, a coragem, em uma palavra, a vida;

c) – daí, também, uma forte e substancial unidade de cultura e civilização, a despeito de variantes locais prodigiosamente ricas em cada nação, em cada região, e em cada feudo ou cidade;

d) – diante da dupla pressão dos sarracenos vindos da África, e dos pagãos vindos do Oriente da Europa, a idéia de um imenso risco comum, em que todos deviam auxiliar a todos, para uma vitória que seria de todos.

Todo este conjunto de fatores de unidade encontrou seu grande catalisador em Carlos Magno ( 742-814 ), que encarnou aos olhos de seus contemporâneos o tipo ideal do soberano cristão, forte, bravo, sábio, justiceiro e paternal, profundamente amante da paz, mas invencível na guerra, considerando sua mais alta missão pôr a força do Estado ao serviço da Igreja para manter a Lei de Cristo em seus reinos, e defender a Cristandade contra seus agressores. Este homem símbolo realizou seus ideais, e quando Leão III, no ano de 800, na Igreja de Latrão, o coroou Imperador Romano do Ocidente, deu o mais alto remate à obra que Carlos Magno estava levando a efeito: ficava constituído, abrangendo toda a Europa cristã, um grande Império, destinado antes de tudo a manter, a defender, a propagar a Fé.

Este Império durou de 809 a 911. Em 962, o Imperador Othão, o Grande o ressuscitou, dando origem ao Sacro Império Romano Alemão. Assim, com vicissitudes diversas, das quais a mais terrível foi a cisão trágica do protestantismo e a eclosão das tendências nacionalistas, no século XVI, manteve-se pelo menos teoricamente esta grande instituição até 1806, quando Napoleão Bonaparte obrigou Francisco II, o último Imperador Romano Alemão, a aceitar a extinção do Sacro Império, e a assumir o simples título de Imperador da Áustria com o nome de Francisco I.

Não será uma Federação Européia leiga um passo para a república universal maçônica?

Não obstante certos períodos de crise, o Sacro Império teve grandes eras de glória, e sua estrutura serviu de fato para exprimir o ideal cristão de uma grande família de povos, unida à sombra maternal da Igreja, para manter a paz, a Fé, a moral, para defender a Cristandade, e apoiar no mundo inteiro a livre pregação do Evangelho.

Que pensar da Federação Européia?

Assim, em princípio, vê-se que a Igreja não se limita a permitir, mas favorece de todo coração as superestruturas internacionais, desde que se proponham um fim lícito. Em essência, pois, só merece aplausos a idéia de aproximar num todo político bem construído, os povos europeus.

As circunstâncias de momento parecem tornar particularmente oportuna a medida. Diante de um inimigo externo comum, lutando com uma crise econômica internacional, nada mais justo e recomendável do que todas as nações da Europa livre convergirem para lutar e vencer.

Mas aprovar a idéia em princípio é uma coisa. Aprová-la incondicionalmente, quaisquer que sejam suas aplicações práticas, é outra. E até esta incondicionalidade não podemos chegar.

Vivemos em uma época de estatalização brutal. Tudo se centraliza, se planifica, se artificializa, se tiraniza. Se a Federação européia entrar por este caminho, aberrará das normas muito sábias do discurso do Papa Pio XII aos dirigentes do movimento internacional em favor de uma Federação Mundial ( v. “Catolicismo”, nº 8 ).

Antes de tudo, devemos fazer sentir que a Igreja é contrária ao desaparecimento de tantas nações para constituir um só todo. Cada nação pode e deve manter-se, dentro de uma estrutura supranacional, viva e definida, com seus limites, seu território, seu governo, sua língua, seus costumes, sua lei, sua índole própria. Um de nossos colaboradores já teve ocasião de desenvolver este princípio quando comentou em números anteriores a alocução monumental do Papa Pio XII, há pouco citada (Plinio Corrêa de Oliveira, nºs 8, 9, 11 e 12). A Alemanha é uma nação, a França outra, a Itália outra. Se alguém as quisesse fundir como quem joga num cadinho jóias de finíssimo valor, para as transformar num maciço lingote de ouro, inexpressivo, anguloso, vulgar, certamente não agiria segundo as vistas de Deus, que criou uma ordem natural na qual a nação é uma realidade indestrutível. Assim, pois, se a Federação Européia tomar este caminho, será mais um mal, do que um bem. Deve ela ser a protetora das independências nacionais e não a hidra devoradora das nações. As autoridades federais devem existir para suprir a ação dos governos nacionais em certos assuntos de interesse supranacional; nunca para os eliminar. Sua atuação nunca poderá ter em vista a supressão das características nacionais de alma e cultura, mas antes, na medida do possível, seu robustecimento. Precisamente como no Sacro Império, em que cada nação podia desenvolver-se, dentro da órbita dos interesses legítimos e comuns da Cristandade, segundo a sua índole peculiar, sua capacidade, suas condições, ambientes, etc.

De outro lado, a estruturação econômica não deve chegar a um planejamento tal, que implique numa supersocialização. Se o socialismo é um mal, sua transposição para o plano superestatal não poderá deixar de ser um mal ainda maior. No Sacro Império, todo penetrado de feudalismo, de regionalismo sadio, de autonomismo municipal, do autonomismo grupal das corporações, Universidades etc., tal perigo só começou a se infiltrar quando apareceu, com os legistas, a semente do socialismo hodierno. Mas os legistas foram sempre uma excrescência na Cristandade, e sua influência coincidiu precisamente com o declínio do verdadeiro ideal cristão do Estado.

Por fim, permita-se-nos uma afirmação bem franca. Nenhuma sociedade, seja ela doméstica, profissional, recreativa, seja ela Estado, Federação de Estados, ou Império mundial pode produzir frutos estáveis e duráveis se ignorar oficialmente o Homem Deus, a Redenção, o Evangelho, a Lei de Deus, a Santa Igreja, e o Papado. Ocasionalmente, podem alguns de seus frutos ser bons. Mas se forem bons não serão duráveis e, se forem maus, quanto mais duráveis tanto mais nocivos.

Se a Federação Européia se colocasse à sombra da Igreja, fosse inspirada, animada, vivificada por Ela, o que não se poderia esperar? Mas, ignorando a Igreja como Corpo Místico de Cristo, o que esperar dela?

Sim, o que esperar dela? Alguns frutos bons, que convém notar e proteger de todos os modos, sem dúvida. Mas como é fundado esperar também outros frutos! E se estes frutos forem amargos, quanto se pode temer que nos aproximemos assim da República Universal cuja realização a maçonaria há tantos séculos prepara?” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1952_014_CAT_A_federacao_europeia.htm

***

Aqui termina o artigo publicado em Catolicismo, ao tempo do Papa Pio XII. Como se põe em outros termos a posição do Vaticano em 2022 recomendando e batizando a Nova Ordem Mundial, os super poderes à ONU.

Lembra o artigo que:

Nenhuma sociedade, seja ela doméstica, profissional, recreativa, seja ela Estado, Federação de Estados, ou Império mundial pode produzir frutos estáveis e duráveis se ignorar oficialmente o Homem Deus, a Redenção, o Evangelho, a Lei de Deus, a Santa Igreja, e o Papado“.

E o que dizer, quando o próprio Vaticano afirma batizar a Nova Ordem Mundial, laica, socialista, massificante e despersonalizante?

Nossa Senhora nos ajude nessa suprema batalha em defesa dos direitos da Santa Igreja, do Papado, da Lei Natural e da soberania das Nações … contra a nova ditadura mundial do Great Reset.

O Reino de Cristo, o Reino de Maria será a realização da plenitude das Nações, de sua soberania, de sua alteridade, de sua voçação, do plano de Deus para cada um dos povos da Terra.

Nossa Senhora Aparecida preserve o Brasil e o leve a ser uma farol junto às Nações da Terra.

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Nuno Alvares

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