Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
5 min — há 12 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:28:15 PM
Assinatura do tratado de paz entre lobos e ovelhas… |
Um leitor de meu blog pessoal, JERRY CTBA, sobre o post “FAMILIAFOBIA — Agressão praticada pelo movimento homossexual contra a ‘Cruzada pela Família’” enviou-nos um comentário (abaixo transcrito) crítico e severo. Após o mesmo, vai a minha réplica.
“Cara, o que precisamos não é diversidade, mas sim unidade. Não teria acontecido aquela briga em Curitiba, com direito a pedrada, se procurassem a unidade. Se um não está de acordo com o outro não precisa sair pelas ruas, como vc escreveu: “difundindo obras em defesa da família, que discorrem sobre a doutrina católica que condena o aborto, o “casamento” homossexual, a eutanásia, o kit homossexual nas escolas etc.”
“Cada macaco no seu galho! Cada um que fique no seu canto. Não existe um lado bom e outro lado mau. Um lado errado e outro certo. Se um lado procurasse o outro para fazer as pazes, todos viveriam felizes e em concórdia, não haveria mais guerras. Nada disso de ser pró algo, ou contra algo. Cada um que fique na sua. Nada de ficar uns hostilizando os outros.
“O que precisamos é de PAZ E AMOR! Por que vcs não procuram o outro lado para fazer um acordo de paz? Garanto que não mais seriam hostilizados e desse jeito viveriam tranquilos, sem o perigo das pedradas. rsrsrsrsrs
“O tempo da Cruzada já era, cara! Ou vc ainda está na Idade Média? Se vc estiver na Idade Média não vai publicar o meu comentário. Vai excluir este comentário, né?”
> JERRY CTBA
Jerry, como você pode ver, eu não excluí o seu comentário… E o motivo para publicá-lo não é porque não admiro a Idade Média — a época de ouro da Cristandade. É porque eu a admiro tanto, que não poderia deixar de replicar o seu comentário…
Mas, para ser breve, entro direto no ponto central de sua objeção. Nota-se que você tem uma noção muito equivocada do conceito de PAZ. Santo Agostinho brilhantemente a definiu: “A PAZ É A TRANQUILIDADE NA ORDEM”. Logo, não pode haver paz na desordem. Qual foi o motivo do confronto ocorrido em Curitiba? — A defesa da posição católica segundo a qual o “casamento” homossexual é uma profunda desordem, porquanto antinatural.
Daí a razão daquela campanha dos jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira: uma ação na opinião pública visando a uma restauração da ordem na sociedade, ou seja, o restabelecimento da “Paz de Cristo no Reino de Cristo”. Daí também o apoio que eles receberam dos curitibanos. Aqueles jovens só foram hostilizados por pessoas que querem viver na desordem. E que se continuarem a viver desordenadamente, não alcançarão a PAZ verdadeira. Afinal, Deus criou Adão e Eva, e não Adão e Ivo…
Jerry, sua objeção fez lembrar-me de uma fábula (entre parênteses, asseguro-lhe que ela não foi escrita na Idade Média…) e acho que ela poderá responder-lhe adequadamente. Assim, passo a palavra ao autor, nada menos que La Fontaine. Ela intitula-se “Les Loups et les Brebis” e foi publicada em 1668. O poeta francês Jean de la Fontaine nasceu em 1621 em Château-Thierry e morreu em Paris, em 1695.
Se você ler a fábula até o fim, não precisarei responder mais nada, pois tudo está subentendido. Sobretudo leia e releia a conclusão, tirando depois a moral da história. Mas, se desejar, estou aberto à sua eventual tréplica, como um cavaleiro medieval…
“Depois de mil anos e mais de guerra declarada,
Os lobos fizeram a paz com as ovelhas.
Era, aparentemente, a felicidade dos dois partidos:
Pois, se os lobos comiam muita rês extraviada,
Os pastores, da pele deles, para si faziam muitos trajes.
Jamais havia liberdade, nem para as pastagens,
Nem, de outro lado, para as carnificinas:
Não podiam usufruir de seus bens senão tremendo.
A paz se concluiu, portanto; trocam-se os reféns:
Os lobos entregam seus lobinhos; e as ovelhas, seus carneirinhos.
Sendo a troca feita nas formas habituais,
E ajustada por comissários.
Ao fim de algum tempo, quando os senhores lobinhos
Se viram lobos perfeitos e ávidos de matança,
Valem-se do tempo em que, no redil,
Os senhores pastores não se achavam,
Estrangulam metade dos cordeiros mais gordos
Agarram-nos com os dentes e se retiram para os bosques.
Haviam eles avisado sua gente secretamente.
Os carneiros, que, sob a palavra deles, repousavam confiadamente,
Foram estrangulados dormindo.
Foi isto feito tão rapidamente, que eles mal sentiram;
Foram todos feitos em pedaços; nem um só escapou.
Podemos concluir disto
Que é preciso fazer aos maus guerra contínua.
A paz é bastante boa em si mesma;
Concordo: mas de que serve ela
Com inimigos sem palavra?”
“Après mille ans et plus de guerre déclarée,
Les Loups firent la paix avecque les Brebis,
C’était apparemment le bien des deux partis:
Car, si les Loups mangeaient mainte bête égarée,
Les Bergers de leur peau se faisaint maints habits.
Jamais de liberté, ni pour les pâturages,
Ni d’autre part pour les carnages:
Ils ne pouvaient jouir qu’en tremblant de leurs biens.
La paix se conclut donc; on donne des otages:
Les Loups, leurs Louveteaux; et les Brebis, leurs Chiens.
L’echange en étant fait aux formes ordinaires,
Et réglé par des commissaires.
Au bout de quelque temps que messieurs les Louvats
Se virent loups parfaits et friands de tuerie,
Ils vous prennent le temps que dans la bergerie
Messieurs les Bergers n’étaient pas,
Étranglent la moitié des Agneaux les plus gras,
Les emportent aux dents, dans les bois se retirent.
Ils avaient averti leurs gens secrètement.
Les Chiens, qui, sur leur foi, reposaient surement,
Furent étranglés, en dormant,
Cela fut sitôt fait qu’à peine ils le sentirent;
Tout fut mis en morceaux; un seul n’en échappa.
Nous pouvons conclure de là
Qu’il faut faire aux méchants guerre continuelle.
La paix est fort bonne de soi;
J’en conviens: mais de quoi sert-elle
Avec des ennemis sans foi?”
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(http://www.histoire-en-ligne.com/spip.php?article727)
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