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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

A verdadeira elite se volta para o bem comum: tradição, família, propriedade


Elite está, certamente, entre as palavras que a esquerda mais rejeita. E a mídia tem deformado o conceito de elite como se ela envolvesse sobretudo poder, dinheiro, prestígio. Em consequência fala-se de elites globalistas. Elite e globalismo são termos contraditórios.

A principal responsabilidade, ou a principal missão da elite é dar a si mesmo ao bem comum. Essa doação de si mesmo ao bem comum consiste em que o homem tenha o conceito claro sobre o que a elite deve fazer. Que deve fazer a elite?

     Transcrevemos trechos da conferência do Prof. Plinio sobre a missão das elites:

Povos de que sobem ou descem no firmamento da História

“Há uma lição da História que é de suma importância para todos os que refletem sobre o futuro da América Latina. Essa lição é que os países que dispõem de uma elite que tenha a consciência de sua responsabilidade, são países que sobem no firmamento da História e que realizam brilhantemente sua missão. Porém, ao contrário, as nações que têm elites que não têm a consciência de sua responsabilidade e de sua missão, são nações que de uma maneira inevitável fracassam e se precipitam nas grandes catástrofes da História.

       “Isso se pode ver nos diferentes povos, na ascensão e declínio das diferentes nações da terra. E, para nós, portanto, nessa época em que se fala com tão grande insistência sobre os problemas sociais, há uma questão de ordem social para ser colocada, que parece ser da maior importância.

        “Têm as elites de nossos países, a consciência de sua responsabilidade? A consciência de sua missão? O assunto é grande demais para que eu dele me ocupe nessas rápidas palavras. Porém, há um princípio, que é como que uma pressuposição de toda a consciência da missão das elites e esse princípio, pelo menos, eu gostaria de explaná-lo nessa palavras.

Os privilégios da elite se explicam em função do bem comum

        “O princípio é o seguinte: que toda elite tem os privilégios que tem, tem as vantagens que tem, não principalmente para a vida agradável e suave daqueles que a compõem, mas para o serviço inteiro da sociedade. E esse serviço da sociedade supõe que a elite esteja disposta aos sacrifícios necessários para cumprir sua missão. Esse cumprimento de sua missão por certo inclui a disposição, em alguma medida, dos bens temporais para ajudar os que necessitam. Porém, não é somente o recurso temporal que se pede das elites. Eu ousaria acrescentar que nem sequer isso é o principal.

        “O homem de elite – seja qual for o tipo ao qual pertence essa elite -, o homem de elite tem a principal responsabilidade, ou a principal missão de se dar a si mesmo ao bem comum. Essa doação de si mesmo ao bem comum consiste em que ele tenha o conceito claro sobre o que a elite deve fazer. Que deve fazer a elite?

O chamado à abnegação das elites

        “A elite deve convidar a seus membros a adaptar suas vidas a um princípio do poeta francês Paul Claudel. Disse Claudel sobre a juventude, que a juventude não foi feita para o prazer, porém, para o heroísmo. Também se pode dizer o mesmo e, principalmente, se deve dizer o mesmo, da elite. Os bens de fortuna, o prestígio social não foram dados aos membros da elite principalmente para seu prazer, porém foram dados para o heroísmo, para que os ajudem a ter a elevação de alma necessária para uma abnegação completa de suas vidas. Essa abnegação se constitui principalmente dos seguintes elementos:

O dever da moralidade — “O membro de elite tem que ser uma pessoa consciente de que a moralidade é uma característica indispensável da verdadeira elite e que se a elite perde o sentido de moralidade, renuncia à missão de ser o freio de todas as formas de imoralidade. Se ela renuncia à responsabilidade de ser a classe social que dá um tônus à sociedade, mas um tônus cristão e moralizador, em lugar de ser um tônus descristianizante e paganizador, se a elite renuncia a essa responsabilidade, ela deixa de ser uma verdadeira elite.

        — Reação contra a paganização dos costumes — Portanto, as elites contemporâneas na América do Sul, devem ter como obrigação fundamental uma reação contra as modas paganizantes, contra as modas que convidam à nudez, à corrupção, à dissolução dos costumes; também contra as modas que não são diretamente contrárias à pureza dos costumes, porém que por sua extravagância, por sua maneira de ser, induzem à falta de seriedade, a uma falta de compenetração, a uma falta de dignidade que rebaixa a importância do homem como rei de toda a Criação, e que, portanto, representa uma revolução dentro dos planos de Deus.

        — Dever da luta contra o comunismo — Por outro lado, a elite deve ser a classe social à qual pertence a responsabilidade de lutar contra os fautores de desordens e de revoltas. A elite deve ser, por excelência, a classe que deve lutar contra a maior praga de nossos dias, que é o comunismo. E cada membro de elite tem a responsabilidade de ser um soldado na luta, mas numa luta militante, uma luta declarada, não somente contra o comunismo aberto, porém contra essas mil formas de comunismo insidioso e disfarçado que conduzem à preparação do povo para a aceitação da revolução comunista.

Lutar pela Civilização Cristã

        “Quer dizer que um membro da elite não pode gastar todo o seu tempo só em diversões, só no trabalho para o aumento de seu patrimônio, só em suas atividades particulares, porém que uma grande parcela de seu tempo, de sua atenção, de sua dedicação, devem ser dadas a esses grandes problemas sociais e ao desenvolvimento de uma atuação metódica, de uma atuação ordenada, de uma atuação voluntária e consciente para impedir esses fatores de dissolução.

        Eu entendo por isso – e vale insistir um pouco sobre o que diz o audiovisual sobre a matéria – eu entendo por isso a luta que as elites devem ter para prestigiar os princípios fundamentais da Civilização Cristã. E entre esses princípios me é necessário recordar aqui um, que vai sendo esquecido cada vez mais e que por isso deve ser objeto de uma insistência particular: é o princípio da propriedade privada.

A defesa da propriedade privada, da família, da tradição

        “A propriedade privada não pode ser vista somente como uma vantagem do proprietário. A existência do princípio da propriedade privada é um bem ainda para aqueles que desgraçadamente não tenham propriedade, porque a condição de proprietário é a condição natural do homem. O homem, porque é dono de si mesmo, é dono de seu trabalho; porque é dono de seu trabalho é dono do fruto de seu trabalho; porque é dono do fruto de seu trabalho, é dono da economia que pode fazer com os frutos de seu trabalho. E porque é dono desses bens, tem a possibilidade de constituir para si condições de existência que lhe facilitem o aperfeiçoamento de toda a sua personalidade.

       “Esse aperfeiçoamento da personalidade de uns, importa por osmose num movimento de elevação de todo o corpo social. É uma afirmação da autonomia do homem, da propriedade que ele tem sobre ele mesmo, da dignidade, portanto, que lhe compete como ente racional que tem a inteligência necessária para fazer a seleção de seus caminhos na vida e para escolher o trabalho que lhe convém e a maneira pela qual deve atender suas próprias necessidades.

        “A propriedade é fruto de tudo isso e como quando se contrariam as causas, os efeitos comprimem as causas, também quando se mutila a propriedade privada, se persegue a propriedade privada, se elimina a propriedade privada, se faz um mal profundo ao senso de autonomia, ao senso de dignidade do homem como ente racional, dotado de uma alma imortal, e máxime como cristão batizado ao homem compete.”

        Três grandes valores combatidos de tantas maneiras… a tradição, que liga ao passado glorioso da Cristandade; a família, que é a célula da sociedade, que a dissolução dos costumes, o divórcio, mil outros fatores a todo momento ameaçam de uma destruição completa. E, por fim, a propriedade privada de que acabo de vos falar.

Veja o texto integral em https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_680506_importanciadaselites.htm#.YCqG2mhKiMo

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Nuno Alvares

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