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Plinio Corrêa de Oliveira
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“Casamento” homossexual: um assunto político e religioso


Os fatos revelam que a agenda homossexual nos EUA é imposta de cima para baixo. Apenas através dos poderes judiciários dos estados e da união é que medidas de caráter antinatural como o aborto e casamento homossexual são aprovadas, pois, de 32 referendos sob o “casamento” homossexual nenhum deles resultou na aprovação.

Desse modo, é crucial ao lobby homossexual vencer ao menos um desses referendos para conseguir que a mídia espalhe que se trata de uma causa popular ou democrática. Assim,  a batalha que se desenvolve no Estado de Washington com relação ao referendo sobre o “casamento” homossexual tem tido colaboradores multimilionários que favorecem o “sim”.

P. J. Ginés no site ReligionenLibertad.com (1) descreve que a luta entre movimentos religiosos e movimentos homossexuais assemelha-se à luta entre Golias e Davi. Enquanto Golias é amparado pelos milionários dos EUA, como exemplo o fundador da Amazon.com que doou para o lobby homossexual 2,6 milhões de dólares, Davi é representado pelas paróquias católicas que não podem recolher donativos diretamente para causas políticas.

O motivo do impedimento é alegado pela porta-voz da Public Disclossure Commision no episódio em que o Bispo Joseph Tyson enviou uma carta a seus diocesanos pedindo-lhes para distribuir envelopes de donativos para a campanha “Preserve Marriage” entre seus paroquianos.

Há quem alegue que arrecadar fundos, para uma causa política, invalida, para efeitos fiscais, o caráter de entidade religiosa.

Discordamos, pois, o casamento é uma questão de esfera de competência mista. Trata-se de um contrato que envolve consequências de ordem civil e moral. Tratando-se de sucessão, patrimônio,  guarda dos filhos, etc. isso é regulado pelo direito civil. Porém, das consequências morais do ato do casamento é de competência da Igreja reger. Por isso não é licito aos membros da hierarquia católica se omitir nessa problemática do referendo.

Para maior fundamento, recorro ao luminoso arcabouço doutrinário do pensamento de Plinio Corrêa de Oliveira. No artigo intitulado “Posição do ‘Legionário’ em face da política brasileira”, publicado no jornal Legionário, Nº 265 de 10 de outubro de 1937, ele escreve o seguinte:

“A subordinação da política à moral (2), implica pois, numa subordinação da política à Religião. Mas no seu campo próprio, a política constrói todo um edifício feito de material estranho à doutrina e à ação da Igreja. Não se pode, no entanto, separar a política da moral, da religião, como fez Maquiavel e como fazem os liberais, os socialistas, os adeptos do Estado totalitário, mas não se pode também estabelecer os princípios próprios da ciência política, isto é, da administração ou do governo, com princípios morais ou religiosos.

Não existe, pois, uma política teológica, mas há uma teologia política e na medida em que a política se subordina a esta, como deve ser, ela pode ser dita mais ou menos católica.

“Assim fica, também resolvido o problema de saber se a Igreja tem uma doutrina política. Sim, se por doutrina política entendermos os princípios que remotamente norteiam a ação dos governos, ou seja, princípios de ordem moral (teologia moral) aos quais se deve subordinar a ciência política para não cair nos erros do naturalismo político. Não, se por doutrina política entendermos um sistema completo de organização do Estado e do governo.”

(1) Cfr.: Referendo homossexual nos EUA: multimilionários contra paróquias, e com leis anticoletas

(2) A moral tem por objeto a ordenação da atividade humana para o seu fim último. As outras ciências práticas tratam de aspectos parciais da atividade humana. A economia por exemplo, estuda a atividade humana na ordem dos interesses materiais. Como os diversos fins que o homem pode ter em vista com a sua atividade se subordinam ao fim último, assim também as ciências que deles tratam (política, economia, direito, etc.) se subordinam à moral.

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Nilo Fujimoto

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