Portal do IPCO
Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação
Logo do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
Instituto

Plinio Corrêa de Oliveira

Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

América Latina: Ideologias populistas-marxistas e corrupção

Por Gonzalo Guimarães

2 minhá 9 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:31:33 PM


PRC_Manifestacao-13-de-dezembo-2015-86

1. Fala-se muito, e com razão, a respeito do desprestígio das esquerdas latino-americanas, incluindo exemplos de recentes derrotas eleitorais na Venezuela e na Argentina, assim como a perda de popularidade, no gigantesco Brasil, do ex-presidente Lula — um ícone publicitário das esquerdas gramscianas — e da atual presidente Dilma Rousseff.

2. Contudo, os analistas, ao mesmo tempo em que batem justificadamente na tecla da corrupção de importantes líderes da esquerda, parecem esquecer que a causa mais profunda do problema reside nas ideologias populistas-marxistas-gramscianas sustentadas por esses líderes.

3. Com esse silêncio sobre o papel motriz das ideologias de esquerda, minimizam-se os estragos mentais, morais e sociais causados durante as últimas décadas por seus líderes, reduzindo o ocorrido apenas a causas econômicas. Absolvem-se assim, indiretamente, tais ideologias de sua manifesta e enorme responsabilidade nos fracassos da Venezuela, da Argentina e do Brasil. No fundo, para protegê-las e para que se cicatrizem as feridas, preparando com essa tática um eventual retorno.

4. Nesse sentido, fica difícil entender — exemplificando com o caso do Brasil — que líderes da oposição e editores dos principais órgãos de comunicação reduzam suas críticas à presidente Dilma ao fato de que seu governo é corrupto. Deixam assim a impressão de que se o governo fosse populista-marxista, mas não corrupto, não haveria motivos para impeachment. Entretanto, deve ficar bem claro que os fragorosos fracassos dos regimes populistas são devidos não apenas à corrupção, mas, sobretudo, à estatização da economia, à asfixia da propriedade privada e a uma política externa hostil aos aliados naturais, como são os Estados Unidos e a Europa. A corrupção é a filha da estatização. A estatização promove clientelismo, propina e falta de fiscalização, e faz proliferar monopólios estatais, “elefantes brancos” ineficazes, relutantes de atualização profissional e caldo de cultura para todo tipo de corrupção.

5. No caso da Argentina, não se pode esquecer que o candidato populista obteve quase 50% dos votos e que setores influentes do peronismo, contaminados pela luta de classes, estão ativos e com poder politico. Paralelamente, o vírus chavista e o vírus lulista continuam presentes na Venezuela e no Brasil, para não falar da Cuba comunista — o mais protegido ícone revolucionário da história latino-americana — e para não falar de eclesiásticos latino-americanos, como no caso do Brasil, que criaram o ícone Lula conforme os parâmetros da “Teologia da Libertação”.

6. Se, realmente, deseja-se mudar para melhor o curso da América Latina e do Caribe, deve-se ver de frente o fato de que a essência da ideologia populista-marxista-gramsciana ainda domina as mentalidades não apenas de líderes políticos, mas também de não poucos acadêmicos, jornalistas e figuras da própria vida cultural.


(*) Este texto — traduzido do original espanhol por Paulo R. Campos — pode ser divulgado livremente.

Detalhes do artigo

Autor

Gonzalo Guimarães

Gonzalo Guimarães

13 artigos

Jornalista especialista em assuntos cubanos e em política latino-americana.

Categorias

Esse artigo não tem categoria

Tags

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Comentários

Seja o primeiro a comentar!

Tenha certeza de nunca perder um conteúdo importante!

Artigos relacionados