Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 9 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:31:33 PM
1. Fala-se muito, e com razão, a respeito do desprestígio das esquerdas latino-americanas, incluindo exemplos de recentes derrotas eleitorais na Venezuela e na Argentina, assim como a perda de popularidade, no gigantesco Brasil, do ex-presidente Lula — um ícone publicitário das esquerdas gramscianas — e da atual presidente Dilma Rousseff.
2. Contudo, os analistas, ao mesmo tempo em que batem justificadamente na tecla da corrupção de importantes líderes da esquerda, parecem esquecer que a causa mais profunda do problema reside nas ideologias populistas-marxistas-gramscianas sustentadas por esses líderes.
3. Com esse silêncio sobre o papel motriz das ideologias de esquerda, minimizam-se os estragos mentais, morais e sociais causados durante as últimas décadas por seus líderes, reduzindo o ocorrido apenas a causas econômicas. Absolvem-se assim, indiretamente, tais ideologias de sua manifesta e enorme responsabilidade nos fracassos da Venezuela, da Argentina e do Brasil. No fundo, para protegê-las e para que se cicatrizem as feridas, preparando com essa tática um eventual retorno.
4. Nesse sentido, fica difícil entender — exemplificando com o caso do Brasil — que líderes da oposição e editores dos principais órgãos de comunicação reduzam suas críticas à presidente Dilma ao fato de que seu governo é corrupto. Deixam assim a impressão de que se o governo fosse populista-marxista, mas não corrupto, não haveria motivos para impeachment. Entretanto, deve ficar bem claro que os fragorosos fracassos dos regimes populistas são devidos não apenas à corrupção, mas, sobretudo, à estatização da economia, à asfixia da propriedade privada e a uma política externa hostil aos aliados naturais, como são os Estados Unidos e a Europa. A corrupção é a filha da estatização. A estatização promove clientelismo, propina e falta de fiscalização, e faz proliferar monopólios estatais, “elefantes brancos” ineficazes, relutantes de atualização profissional e caldo de cultura para todo tipo de corrupção.
5. No caso da Argentina, não se pode esquecer que o candidato populista obteve quase 50% dos votos e que setores influentes do peronismo, contaminados pela luta de classes, estão ativos e com poder politico. Paralelamente, o vírus chavista e o vírus lulista continuam presentes na Venezuela e no Brasil, para não falar da Cuba comunista — o mais protegido ícone revolucionário da história latino-americana — e para não falar de eclesiásticos latino-americanos, como no caso do Brasil, que criaram o ícone Lula conforme os parâmetros da “Teologia da Libertação”.
6. Se, realmente, deseja-se mudar para melhor o curso da América Latina e do Caribe, deve-se ver de frente o fato de que a essência da ideologia populista-marxista-gramsciana ainda domina as mentalidades não apenas de líderes políticos, mas também de não poucos acadêmicos, jornalistas e figuras da própria vida cultural.
(*) Este texto — traduzido do original espanhol por Paulo R. Campos — pode ser divulgado livremente.
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