Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 3 anos
O papel fundamental da América Latina, campo de batalha da luta entre conservadores e progressistas, é reconhecido por sua influência nos rumos da Igreja pós conciliar. E a TFP esteve no centro desse embate, com suas grandes campanhas contra o clero de esquerda e a Teologia da Libertação.
“Vários sacerdotes atuaram como verdadeiros pregadores e capelães da Revolução. E essa revolução eclesiástica era de índole teológica. E identificava-se com a Teologia da Libertação, que tinha por mestre o sacerdote peruano Gustavo Gutiérrez, participante do IV Congresso Internacional de Teologia, e um dos oradores da sessão de abertura da Semana de Teologia, presente, aliás, à “Noite Sandinista”.”
Vejamos mais uma confirmação de fonte insuspeita.
“No meu segundo vôo para América Latina, no ano emblemático de 1968, (…) estava sentado ao lado de um bispo alemão a caminho da famosa Conferência do Episcopado Latinoamericana em Medellín. Lembro bem de nossa conversa, na qual fui, pela primeira vez, confrontado com a preocupação do clero europeu e norte-americano de que a Igreja Católica, na América Latina, se inclinasse para uma visão marxista na sua doutrina social, econômica e política, com sua “Teologia da Libertação”. Significou também um certo aggiornamento, mas muito diferente daquele do Norte-Atlântico.
Como jovem intelectual de 1968, defendi, naturalmente, a “opção pelos pobres”.
Continua o autor: “Depois do ano acadêmico em Middlebury, tive a oportunidade, em 1963, de passar dois meses com um grupo de estudantes de vários países na Colômbia, e depois do porto de Letícia, no Rio Solimões, passei também alguns dias no Brasil. Era a tumultuada época, antes do golpe de 1964, que estabeleceu o regime militar; o lema da Igreja Católica oficial era “Tradição – Família – Propriedade”, e sua posição era claramente ao lado dos donos do poder e da propriedade.” (1)
Essa é a acusação da esquerda católica contra a Igreja: estar ao “lado dos donos do poder e da propriedade”. A Igreja sempre amparou todas as classes sociais, o que fez, por exemplo, São João Bosco com as escolas salesianas?
A histórica viagem do Papa Paulo VI à América Latina, 1968, para a Conferência de Medelin, ofereceu a ocasião para que o Prof. Plinio desencadeasse um memorável e filial Apelo à Sua Santidade pedindo medidas contra a infiltração comunista na Igreja.
1.600.368 brasileiros subscreveram a Mensagem ao Papa. Arcebispos, bispos, sacerdotes, governadores, ministros de Estado, oficiais das FFAA e, sobretudo, grande concurso de fieis católicos engrossaram as listas da TFP. Foi, a seu tempo, o maior abaixo-assinado da História do Brasil. (2)
“Depois de meticulosa recontagem, o impressionante total de 2.025.201 assinaturas colhidas nas quatro nações pôde ser entregue, em microfilmes, ao Vaticano, no dia 7 de novembro de 1969. A entrega, mediante protocolo, é efetuada por um enviado especial das diversas TFPs.
“Uma palavra final, melancólica, restaria dizer sobre a acolhida dada então pelo Vaticano a essas mensagens. O silêncio mais frio e completo seguiu-se à súplica entretanto filial, respeitosa, submissa, angustiada, ardente, de dois milhões de fiéis católicos da América luso-espanhola… ” (3)
“Até hoje não se sabe como foi ter às mãos da grande imprensa brasileira aquele documento-bomba, nascido da pena do padre belga Joseph Comblin. Não destinado à publicidade, como se alegou na época, o fato é que transpirou. E uma vez conhecido, estarreceu a opinião pública.
“Professor no Instituto Teológico (Seminário) da Arquidiocese de Recife, o Pe. Comblin é claro em seu escrito. Preconiza, como meios válidos para fazer cair as estruturas sociais vigentes, a revolução na Igreja, a subversão no País, a derrubada do Governo, a dissolução das Forças Armadas, a instituição de uma ditadura socialista férrea, esteada em tribunais de exceção, e aparelhada para reduzir ao silêncio – pelo terror – os descontentes.
“Na verdade, o público se dava conta, embora de modo difuso, de que o perigo comunista crescia graças à agitação contínua de uma minoria de eclesiásticos e de leigos que se proclamavam católicos. Era, porém, um dar-se conta vago, inexplícito, que continha, sim, uma recusa, mas ainda não expressa. E que, por isso, proporcionava ao “esquerdismo católico” o ensejo de gloriar-se, sem ser contraditado, de ter de seu lado a imensa maioria católica do continente.
“O Documento Comblin conferia nova precisão ao panorama anterior, por apresentar com clareza absoluta, num quadro único e numa só apologia, as tendências, opiniões e propósitos subversivos que afloravam esparsamente aqui e acolá em ambientes comuno-“católicos”.” (4)
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“Plinio Corrêa de Oliveira esteve no centro do acirrado embate da Igreja com o comunismo, que foi durante décadas a grande ameaça para a Fé católica na América do Sul”, escreveu o Cardeal Walter Brandmüller.” (5)
Aos que desejam ampla documentação sobre a atuação do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e da TFP, contra a esquerda católica, sugerimos a obra http://www.livrariapetrus.com.br/Busca.aspx?strBusca=Minha%20Vida%20P%FAblica
(1) Manfred Nitsch1 Berlim, 22/10/2013 “Deus é brasileiro”?
João Paulo Esteves Esteves
30 de outubro de 202330/10/2023 às 20:46