Como a comida foi industrializada

O professor de psiquiatria Peter Whybrow comenta que o que Henry Ford fez pelos carros, McDonald’s fez pelo “fast food”. É a industrialização do ato de comer. A intenção original era propiciar um serviço rápido. No entanto, comer de forma rápida tem sido o resultado final. Tudo sobre o McDonald’s (particularmente) e o “fast-food” (de um modo geral) diz respeito à velocidade. Onze minutos é o tempo médio que um cliente gasta numa lanchonete.

Todo esforço é feito para acelerar ainda mais o processo de produção de alimentos. Um exemplo extremo de como isso é feito pode ser encontrado no livro de Thomas Friedman, “The World is Flat” ¹. Ele fala de um McDonald’s em Cape Girardeau, Missouri, que terceiriza suas ordens do “drive-through” para uma empresa em Colorado. O cliente, a meros cinco pés, deve conversar com alguém que está a dois estados de distância para requisitar seu pedido. Friedman aponta como isso aumenta a eficiência, diminuindo cada solicitação em alguns segundos.

Outro quesito é a padronização e a engenharia do gosto. McDonald’s e outras redes utilizam uma ampla variedade de ingredientes sintéticos, adoçantes artificiais, açúcares com alto teor de frutose e gorduras-trans para assegurar que cada produto seja sempre o mesmo. “No negócio internacional do ‘fast-food’”, Dr. Whybrow observa, “o McDonald’s é a lendária referência da padronização, garantindo que um ‘Big Mac’ tenha exatamente o mesmo sabor em Moscou, assim como em Chicago” (Peter C. Whybrow, American Mania: When More is Not Enough, W. W. Norton, Nova York, 2005, p. 199) ².

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¹ Lançado no Brasil com título de “O Mundo é Plano – Uma Breve História do Século XXI”, pela Editora Objetiva.

² Título do livro: “Mania Americana: Quando Mais Não é o Bastante”, em tradução livre.

(Tradução: Fabio Ramos)

Fonte: http://www.returntoorder.org/2014/03/how-eating-was-industrialized/