Produzir comida é crime?
É sempre uma luta feroz que se trava na discussão em busca de responsáveis por crimes ambientais hediondos.
Mas no final sempre são os agricultores os apontados como culpados, como “aqueles que destroem o meio ambiente”.
São sempre eles os chamados de bandidos, que ousam derrubar árvores para produzir alimentos, criar suínos, aves, bovinos, peixes etc.
Ou como muitos dizem: “Esses caipiras, que não sabem nem falar ou se vestir, são tão ousados e atrevidos ao querer usar a natureza onde a legislação ambiental brasileira proíbe e diz que é crime”. Será ousadia?
Nessas andanças pelo Brasil, pelas audiências da Comissão Especial do Código Ambiental, o que vejo, e o que todo o Brasil também deveria reconhecer, são agricultores, trabalhadores que lutam por suas atividades, por melhor qualidade de vida, por garantias e também que pensam na produção brasileira, que abastece o País e exporta para manter o superávit da balança comercial e gerar 33% dos empregos.
Por onde passo, escuto dos agricultores, “mas deputado, nós trabalhamos de sol a sol e não temos salário fixo, 13º, plano de saúde, previdência, seguro de safra, estamos pagando para trabalhar. Produzir comida é crime?”.
Fonte: Valdir Collato, Eng° Agrônomo, deputado federal (SC), Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) no Congresso Nacional
Santa Catarina é um estado onde a pequena produção – a produção em pequenas propriedades – é tradição. O foco não é o agricultor não ter o que ele reclama (salário fixo, 13º salário, plano de saúde, férias, etc.) pois o patrão não faz milagres para oferecer tudo isso à ele (se empregado fosse). O certo é que o cidadão não tem noção básica de administração e não consegue prover seu próprio sustento. Conheço pessoas que com áreas diminutas, mas com conhecimentos e tecnologia se sustentam, levam vida de milionários e produzem para suprir milhares de pessoas. O foco dos “estudiosos do assunto” é sempre demagógicos. Já imaginaram deixar (se fosse possível) uma parte do país totalmente isolada entregue ao MST – dando à eles tudo que fosse pedido – semente, sistemas de irrigação, animais, semem, financiamentos, etc – mais um ano de carrencia? Depois da carência, não mais se entregaria sequer um pão, um grão de arroz ou um bife para comerem, forçando-os a produzir suas próprias alimentações. Em 6 meses todos morreriam de fome.