Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 12 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:27:56 PM
Na homilia para a Sexta-Feira Santa de 2005, o cardeal Joseph Ratzinger, que um mês depois sucederia a João Paulo II como Bento XVI, lamentou: “Muitas vezes, Senhor, a tua Igreja parece-nos um barco pronto para afundar“.
Oito anos se passaram, e a situação não fez senão piorar. Não é preciso dar detalhes, pois eles nos entram olhos adentro. Fato expressivo foi um raio cair sobre a cúpula de São Pedro. Como dizia São Paulo, “dies mali sunt” (os dias estão ruins).
Qualquer que seja a interpretação que queiramos dar a este fato, uma coisa é certa: jamais devemos perder a confiança. Afirmava Dr. Plinio, décadas atrás:
Esta certeza tranquila no poder da Igreja, tranquila de uma tranquilidade toda feita de espírito sobrenatural, e não de qualquer indiferença ou indolência, podemos aprendê-la aos pés de Nossa Senhora. Só Ela conservou íntegra a Fé, quando todas as circunstâncias pareciam ter demonstrado o fracasso total de seu Divino Filho. Descido da Cruz o Corpo de Cristo, vertida, pela mão dos algozes, não só a última gota de sangue, mas ainda de água, verificada a morte, não só pelo testemunho dos legionários romanos; como pelo dos próprios fiéis que procederam ao sepultamento; aposta ao túmulo a pedra imensa que lhe devia servir de intransponível fecho; tudo parecia perdido. Mas Maria Santíssima creu e confiou. Sua Fé se conservou tão segura, tão serena, tão normal nestes dias de suprema desolação, como em qualquer outra ocasião de sua vida. [1]
Enquanto Nossa Senhora pensava assim, Ela via a Cruz solitária no alto do Calvário, batida pelo vento, sem o divino Corpo de seu Filho, já morto e enterrado.
Seguiu-se sua gloriosa ressurreição. E também a barca de Pedro, por intercessão de Nossa Senhora, vencida a tempestade haverá de chegar a seus dias de glória.
Lembro-me de certa ocasião, nos dias de minha juventude, em que Dr. Plinio discursava, no Auditório Brasilio Machado, em São Paulo, na sessão de encerramento solene de um evento promovido por Catolicismo. O discurso chegava ao fim. Ele lembrava que Nossa Senhora em Fátima, depois de ter aludido à crise do mundo, tinha assegurado: por fim meu Imaculado Coração triunfará!
Dr. Plinio proclamou com sua voz vibrante e firme, mas calma: E triunfará mesmo! E encerrou seu discurso com essas palavras, mas com um acento tão expressivo, tão emocionado, tão cheio de Fé, que me lembro delas perfeitamente até hoje.
Assim, a barca de Pedro, que o então cardeal Ratzinger via como “um barco pronto para afundar”, não só não haverá de soçobrar, mas por intercessão de Nossa Senhora verá a glória inédita e indizível do Reino de Maria, segundo o descrevia São Luís Grignion de Montfort. A gloriosa ressurreição de Nosso Senhor, festa em cuja semana nos encontramos, nos indica esse caminho. E Nossa Senhora triunfará mesmo!
[1] O “Legionário” no 559, 25/4/1943.
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