Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 14 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 5:43:57 PM
A desconfiança cresce na Europa em relação ao presidente Lula. Celebrado pelo jornal francês “Le Monde” como “o homem do ano” em 2009, o primeiro mandatário brasileiro está hoje no pelourinho. Suas declarações e a linha de conduta da diplomacia brasileira em relação a ditadura iraniana estão sendo consideradas inquietantes em círculos europeus.
“As ligações perigosas entre Teerã e Brasília chamam a atenção sobre os limites da diplomacia brasileira” a qual, por certos aspectos, “surpreendem e inquietam a Europa e os Estados Unidos”. Foi o que publicou em recente artigo “Le Monde” (18-8-2010), com fortes críticas à diplomacia brasileira pelos seus “erros e falsidades”.
O artigo, assinado por Jean Pierre Langelier, correspondente no Rio de Janeiro, afirma que “o Irã oferece um alvo” aos opositores de Lula, “depois que o presidente Mahmoud Ahmaddinejad foi recebido como amigo em Brasília, em novembro de 2009, mas sobretudo pela surpreendente complacência que o Brasil, país democrático e tolerante, manifesta em relação a um regime obscurantista e despótico”.
O articulista declara que dois episódios recentes da diplomacia brasileira alimentam a controvérsia. “Em maio de 2010, a visita de Lula à Teerã “que terminaram num acordo tripartite Brasil-Irã-Turquia”, imediatamente rejeitado pelas grandes potências. Em junho, “pela primeira vez desde 1946, o Brasil não segue a maioria do Conselho de Segurança das Nações Unidas e se opõe às sanções contra Teerã”.
Registrando que “o caso das sanções, o conflito com as grandes potências e o descaminho do Brasil deixaram cicatrizes”, o artigo salienta o comportamento contraditório do presidente Lula. “Ele afirma jamais guardar ressentimento na política” mas externa um “real azedume” em relação aos membros do Conselho de Segurança da ONU, através de repetidos pronunciamentos públicos.
O Brasil – insiste o correspondente do “Le Monde” – propôs uma reforma do funcionamento do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra. “Trata-se, segundo os termos dos debates que ali estão se desenvolvendo, de não mais condenar os países que violam estes direitos”. O procedimento, julgado ineficaz, “deve ser substituído pela tentativa de converter as ditaduras pelo diálogo. Uma jogada pelo menos audaciosa”, conclui o articulista.
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