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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Mais 10 padres perseguidos na China; e o Acordo com o Vaticano?


A Igreja Católica na China (igreja subterrânea) continua sendo perseguida pelo PCCh apesar do Acordo Vaticano-Pequim. Esse chamado Acordo Provisório foi renovado em setembro de 2020, tendo sido objeto de severas críticas por parte do Cardeal Zen. O Cardeal Zen tem mostrado que o governo comunista de Pequim se serve do Acordo para fazer propaganda e forçar padres e fieis a aderirem à igreja patriótia comunista.

10 padres da igreja clandestina de Baoding desaparecem nas mãos da polícia

Artigo de Asianewsvpor Wang Zhicheng:
“Pequim – Pelo menos 10 padres, todos pertencentes à comunidade clandestina (não oficial) de Baoding (Hebei), desapareceram nas mãos da polícia durante um período que vai de janeiro de 2022 até hoje. Quatro deles desapareceram em 29 e 30 de abril, apenas alguns dias atrás.

“Os sacerdotes e fiéis da comunidade de Baoding pedem orações por eles e notícias sobre seu paradeiro. Muitos familiares dos padres desaparecidos recorreram aos policiais de suas aldeias para obter informações ou encontrar uma maneira de abrir um canal de comunicação, mas em vão.

Vários padres, que ainda estão livres, temem que possam ser presos em breve.

“A detenção a que os padres são submetidos chama-se “guanzhi”: não é uma prisão física, mas uma restrição de movimentos e atividades, e participação forçada em sessões políticas com o objetivo de coagi-los a ingressar na Igreja oficial (comunista). Mas aderir à Igreja oficial implica aderir e submeter-se ao Partido Comunista Chinês.

A lei chinesa permite “guanzhi” por até três anos, sem que nenhuma acusação seja apresentada. No entanto, os fiéis temem que algo possa acontecer aos sacerdotes. No passado, padres e bispos que foram sequestrados foram encontrados mais tarde morrendo ou mortos.

Lista dos sacerdotes presos

Confira os nomes dos presos até agora:

Pe. Chen Hechao, levado por representantes do governo em janeiro passado;

Pe. Ji Fu Hou;

Pe. Maligang;

Pe. Yang Guanglin;

Pe. Shang Mancang foi levado em abril;

Pe. Yang Jianwei e Pe. Zhang Chunguang (ver foto 1), ambos desapareceram em 29 de abril, por volta das 16h, ambos na vila de Xushui (Baoding). Até agora, nada foi aprendido, nem há qualquer sinal deles;

Pe. Zhang Zhenquan (ver foto 2) também desapareceu em 29 de abril, da vila de Xushui, por volta das 15h;

Pe. Yin Shuangxi (ver foto 3), que desapareceu no mesmo dia em Xushui;

Pe. Zhang Shouxin, que desapareceu em 30 de abril em Baoding.

D. James Su Zhimin, de Baoding

O IPCO já publicou uma notícia sobre Mons. Su Zhimin: “Beijing, China, 8 de maio de 2019, (CNA) reproduz as declarações de Su Tianyou, sobrinho do bispo D. James Su Zhimin, de Baoding, na província chinesa de Hebei, a sudoeste de Pequim: “O paradeiro dele é desconhecido e nem sei se ele está vivo ou não. Eu estou em lágrimas toda vez que penso neste homem de 87 anos. Por favor, orem por ele”.

    “Em 1996, o bispo (James Su Zhimin) foi preso durante uma procissão e acusado de realizar atividades religiosas “não registradas”: Su recusou-se a ingressar na Associação Patriótica Católica Chinesa”, que é a igreja do Partido Comunista Chinês.

Preso por ser fiel à Roma 

“Antes de ser preso em 1996, o Bispo Su Zhimin foi detido e mantido por 26 anos em prisões ou campos de trabalho forçado. O governo chinês o considerou “contra-revolucionário” porque, desde a década de 1950, ele se recusou a ingressar na Associação Patriótica”, diz a Comissão de Direitos Humanos. https://ipco.org.br/bispo-chines-preso-por-23-anos-ainda-nao-foi-libertado-de-que-valeu-o-acordo-provisorio/

Continua AsiaNews:

“A comunidade clandestina de Baoding é uma das mais antigas e numerosas da Igreja na China. Seu bispo, Mons. James Su Zhimin, está nas mãos da polícia há pelo menos 25 anos, tendo já passado mais de 40 anos em trabalhos forçados sob Mao Zedong. Os fiéis de Baoding também pedem orações por Mons. Su Zhimin e outro padre, Liu Honggeng, que também está preso há 7 anos. A comunidade não oficial de Baoding se separou depois que o vigário de Monsenhor Su, Francis An Shuxin, decidiu se mudar para a Igreja oficial (alguns dizem que ele o fez por sugestão do Vaticano): ele havia passado décadas na prisão. Desde então, a comunidade e os sacerdotes estão divididos.”

O Acordo Vaticano-China (PCCh)

“O acordo sino-vaticano desferiu outro golpe na comunidade clandestina. Tal como está, o acordo trata apenas das ordenações de novos bispos, mas está sendo usado pelo governo chinês e pela Frente Unida como “prova” de que o Vaticano defenderia a linha do Partido de controle total sobre a Igreja. Desde a assinatura do acordo, a Frente Unida vem obrigando todos os padres a professar sua adesão ao Partido e a filiação à Igreja oficial. Aqueles que não o fazem são afastados da paróquia ou comunidade e sofrem essas detenções sem acusação, o guangzhi.”

***

Recordamos que o Acordo Vaticano-China foi renovado em setembro de 2020 apesar de ter se revelado ineficaz para conter a perseguição que o PCCh faz aos católicos chineses. As declarações do Cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong são muito claras. Também, em 2020, a diplomacia americana tentou convencer o Vaticano a não renovar o Acordo dado as constantes violações de direitos humanos e perseguição religiosa na China.

Como católicos, lamentamos que esse Acordo Provisório, repetidamente violado pelos comunistas, não tenha sido objeto de denúncias e protestos — ao que se sabe — por parte do Vaticano.

Nossa Senhora, imperatriz da China abrevie o calvário dos católicos e liberte aquele País das garras comunistas.

Fonte: https://www.asianews.it/news-en/10-priests-from-Baoding’s-underground-church-disappear-in-the-hands-of-police-55713.html

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Souza Leão

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