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Médicos cubanos: “bolsistas” ou escravos?


Autor: Marcos Costa

O conhecido diário madrileno “El País” (16-2-18), em artigo-reportagem de Luísa Lucciola, revive com riquezas de dados e informações a realidade do Programa Mais Médicos. Essa iniciativa do malfadado governo petista na gestão Dilma Rousseff nada mais é do que a institucionalização do trabalho escravo no Brasil.

Como se sabe, o Código Penal brasileiro considera trabalho análogo ao escravo aquele que submete a pessoa a atividades forçadas ou jornada exaustiva, sujeitando-a a condições degradantes, com restrição de locomoção por razões físicas ou por dívida, mantendo vigilância ostensiva no local de trabalho ou tendo documentos ou objetos pessoais apropriados pelo empregador, com o objetivo de reter a pessoa em situação de exploração.

Vamos tratar apenas do aspecto “trabalho análogo à condição de escravo”, sem entrar no mérito da qualificação profissional dos médicos cubanos.

Registra o artigo do “El País”:

“A reportagem teve dificuldades em entrevistar médicos cubanos — assessorias de imprensa das secretarias municipais de Saúde dependiam de autorizações da Opas, que por sua vez atribuíam a decisão de falar ou não aos próprios médicos, segundo seu contrato com o governo cubano. Muitos médicos se recusaram a falar sem permissão expressa de seus superiores e alguns decidiram, mesmo liberados, não conceder entrevistas, porque ‘não temos nada a dizer, só viemos trabalhar’”.

Em linguagem direta: os médicos cubanos no Brasil não podem falar. Por quê?

Prossegue o “El País”:

“Numa tarde de junho do ano passado, um representante da embaixada cubana chegou à casa de Aleyna (nome alterado a pedido da entrevistada), no interior de Minas Gerais para comunicá-la de que[sic] ela tinha sido excluída do programa Mais Médicos e tinha 48 horas para voltar a Cuba. A médica tentava na Justiça brasileira ser contratada de forma independente e, em menos de dois dias, teve que tomar uma decisão que mudou seu destino: não viajar (para Cuba). Com isso, aos olhos do governo cubano, Aleyna tornou-se desertora e não poderá voltar ao país pelos próximos oito anos”.

Não termina aqui a arbitrariedade da ditadura cubana:

“‘Eu (Aleyna) já tinha trabalhado por três anos no programa. Já tinha construído minha vida aqui e não queria mais que 70% do meu salário fosse pro governo de Cuba’, explica. Ela faz parte de um grupo de cubanos que contesta o modelo de seu contrato, na expectativa de que possam receber integralmente o valor pago pelo governo brasileiro. ‘Antes, a gente estava praticamente cego, não tinha acesso a essas informações (de que 70% do salário ia para a ditadura castrista). Aí a gente chegou no Brasil e começou a ler sobre isso, descobriu muita coisa. Foi o momento que muitas pessoas decidiram tomar uma atitude’, conta a médica, que prefere não se identificar por temer retaliações do governo cubano’”.

Imagine o leitor que uma Agência de Empregos brasileira obrigasse os contratados (a pretexto de serem “bolsistas”) a repassar 70% do seu salário para a Agência, e isso até o fim do contrato. Certamente seria processada por “Trabalho Escravo”.

Eis a opinião do advogado André Santana — que “representa mais de 80 médicos cubanos que querem ser contratados diretamente pelo governo brasileiro: ‘Isso nos parece uma fraude, um agenciamento de mão de obra, uma terceirização precária. O Estado tem toda a culpa nisso, já que ele elegeu esse tipo de contratação que, além de discriminatória, é indigna. Esta é a nossa pretensão: fazer com que o médico volte ao trabalho e receba o salário integral’. Segundo o Ministério da Saúde, há 154 processos na justiça semelhantes”.

Será que os órgãos dos chamados Direitos Humanos, sejam da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sejam da ONU, não veem isso?

Será porque Cuba continua a ser a “menina dos olhos” da esquerda nacional e internacional e é preciso salvá-la a todo custo? Como se sabe, Cuba conta com amigos como Frei Betto e tantos outros expoentes da “Teologia da Libertação”.

Por essa razão os médicos cubanos são chamados de “bolsistas” e voluntariamente aceitam repassar 70% de seu salário ao governo comunista ilha-prisão.

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