Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 10 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:52:57 PM
Perto de 530.000 franceses desfilaram em 5 de outubro, em Paris e Bordeaux, contra a inseminação artificial de uma dupla de lésbicas (procriação medicamente assistida ou PMA) e o aluguel de ventres (gestação por outro ou GPA) em favor de um par de homossexuais. Essas operações atualmente são ilegais e não podem ser financiadas pelo sistema público de saúde.
Os manifestantes foram convocados pelo conjunto de organizações conhecido como “La Manif pour tous”, que já promoveu multitudinários protestos contra o “casamento” homossexual nos dois anos anteriores, segundo informou a imprensa francesa, como La Croix.
Falou-se de uma certa desarticulação ou desânimo em relação a movimento. Mas as passeatas mostraram tratar-se de pura torcida esquerdista visando esmorecê-lo.
O público familiar, e em sua larga maioria católico conservador, manifestou-se com a força e o número dos grandes dias, deixando atônitos muitos jornalistas, especialistas e sociólogos acostumados aos raciocínios de laboratório.
Infelizmente – e como não é novidade – a grande mídia brasileira pouco ou nada informou sobre essas colossais manifestações populares, que rumam no sentido oposto ao das esquerdas e da Revolução Sexual.
Procurando esvaziar as manifestações, Manuel Valls, primeiro ministro socialista, concedeu entrevista ao jornal “La Croix”, porta-voz oficioso da Conferência Episcopal Francesa, prometendo que os projetos questionados não serão aprovados.
Em promessa de político em apertos, quanto mais de um socialista, só um cúmplice ou um vesgo pode de fato acreditar.
Muitíssimos pais de família com seus filhos, bem como numerosas delegações vindas de todos os cantos do país, desfilaram em Paris entre a Porte Dauphine e Montparnasse.
Tal era a extensão do cortejo, que na altura da famosa cúpula dos Invalides, ele passou durante cinco horas!
Muitas faixas exibiam as razões do mal-estar popular: “Espancamento tributário das famílias: STOP”; “O ser humano não é uma mercadoria”, ou ainda “A mulher não é uma máquina de fazer bebês”.
Nada a ver com as passeatas financiadas pelo governo ou por algum grupo de pressão. Os manifestantes pagaram do próprio bolso todas as despesas de transporte e outras, chegando de ônibus alugados por grupo, de trem, ou partilhando o carro em combinações feitas através das redes sociais.
Laurence veio de Mans (Sarthe) com seus dois pequenos filhos. Ele nunca perdeu uma manifestação e disse: “As garantias de Manuel Valls (primeiro ministro) vê-se bem que é um jogo. Agora chega de palavras, nós queremos fatos”.
Um grupo de estudantes veio de Fribourg, Suíça, onde estudam filosofia e teologia. Um deles, Grégoire, de 23 anos, disse sentir-se mal diante das manobras que visam “mudar nossa moral para fundamentá-la em outras coisas que não são a ordem natural. A ‘gestação por outro’ conduz à coisificação dos homens e pode dar na eugenia”, explicou.
Os manifestantes continuam exigindo a abrogação da lei de “casamento” homossexual.
Em Bordeaux, entre os 30.000 manifestantes provenientes das regiões do sul como Aquitaine, Midi-Pyrénées, Poitou-Charentes, Limousin e Vendée, não faltavam as críticas contra o prefeito da cidade, Alain Juppé, que embora se apresente como de ‘direita’, declarou que não abolirá a lei de “casamento” homossexual.
Geoffroy, de 36 anos, pai de cinco crianças e residente em Pau, não longe de Lourdes, montou seu cartaz ironizando os ditos desse político de direita, dizendo: “Esse não vai ser meu presidente”.
“Casamento” homossexual, ‘gestação por outro – GPA’, ‘procriação medicamente assistida – PMA’, ideologia de gênero e outras aberrações igualitárias acabaram formando um pacote de procedimentos moralmente perversos voltados contra a própria finalidade da família e repudiados pelas manifestações.
Para a imensa maioria dos presentes, a manifestação passa por cima das posições dos partidos políticos, inclusive daqueles que vêm subindo por se dizerem defensores da família. “Não podemos alugar o corpo da família”, insistia Jean-Baptiste de Scorraille, prefeito de bairro em Toulouse.
Para Constance, 19 anos, de Bayonne, “é importante mostrar com estas manifestações que a família, inclusive os jovens, estão contra este mundo que quer a mercantilização das crianças”.
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