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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

Meta comunista: desunir a Igreja Católica para destruí-la

Por Luis Dufaur

5 minhá 5 anos


As violências comunistas contra os católicos foram contraproducentes. O número dos fiéis católicos não parou de aumentar.

Um sacerdote católico da província chinesa de Jiangxi, interrogado pela imprensa ocidental descreveu a nova estratégia comunista para destruir a Igreja. Ele foi reproduzido pelo site Bitter Winter.

O padre explicou que “nos primeiros anos de ditadura, o comunismo se engajou no confisco das propriedades da Igreja e numa violenta repressão do catolicismo ‘subterrâneo’ [porque se refugiou em ‘catacumbas’].

“Ele prendia os sacerdotes e religiosos chineses e expulsava pela força os missionários estrangeiros, inclusive os lazaristas que eram muito populares.

“Porém, as prisões e violências não serviram para destruir a Igreja. Pelo contrário, a perseguição impulsionou um número crescente de pessoas a acreditar em Deus”.

“Em pouco mais de dez anos, acrescentou o sacerdote, o número de fiéis havia crescido exponencialmente.

“Isso foi uma coisa que o Partido Comunista Chinês não tinha previsto e que fez compreender ao regime que os encarceramentos eram inúteis”.

A factícia Igreja Patriótica

No início dos anos 1950, o governo criou a factícia Igreja Patriótica e constrangeu os católicos a entrar nela rompendo a obediência ao Papa.

Nesse período, ficaram fiéis ao Papa religiosos como Dom Pedro José Fan Xueyan (1907-1992), bispo católico cativo durante mais de 30 anos porque se recusou a romper a lealdade devida ao Vaticano.

Foram capturados muitos fiéis e clérigos que imitavam a Mons. Fan e boicotavam a Igreja Patriótica.

Para grande desapontamento do PC, havia outros bispos como Dom Fan Xueyan. Dom Tomás Zeng Jingmu (1920-2016), falecido, sexto bispo da diocese católica de Yujiang, padeceu perto de 30 anos no cárcere recusando a adesão à Associação Patriótica.

Depois do excarceramento permaneceu constantemente vigiado pelo Partido Comunista. Ele era assediado a toda hora, proibido de se movimentar ou presenciar atos na Igreja.

O sacerdote explicou que “as autoridades queriam impedir que aparecesse um novo bispo ‘clandestino’ com a mesma influência de Dom Fan ou de Mons. Zeng”. Não adiantou.

A nova estratégia do Partido Comunista Chines: Dividir para destruir

O Partido Comunista mudou agora a estratégia. Começou a aplicar um novo método de destruição que consiste em desagrega-la por dentro promovendo a desunião.

Segundo narrou o sacerdote, os ideólogos do comunismo concluíram que esse era o único modo de destruí-la, porque quando mais se enrijecia a perseguição mais aumentavam as adesões.

O PC concluiu que o método ideal consistiria em desagregar as religiões internamente. “Esse é o artifício para destruir nossa diocese. É espantoso porque não há modo de se prevenir contra este tipo de perseguição”.

O sacerdote acrescentou que o comunismo aplica três táticas fundamentais.

  • A mais significativa consiste em pôr sob espionagem os bispos que recusam aderir à Igreja Patriótica.
  • A segunda implica fechar os seminários clandestinos.
  • A terceira visa reduzir o número dos locais de reunião dos fiéis.

Os socialistas trabalham duramente para que o clero clandestino de todas as dioceses adira à Igreja Patriótica.

Quando prisões e ameaças não funcionam, apelam à tortura ou a corrupção. Mas se os religiosos continuam resistindo devem ser assediados incessantemente para que não possam exercer seus deveres e sua liderança. Hoje são assediados até bispos que têm 80 ou 90 anos.

Bispos que aderem à ‘Associação Patriótica’ são promovidos logo. Até como deputados do Partido Comunista!

“Aqueles que aceitam aderir à Igreja Patriótica são promovidos logo, recebem aposentadoria e excelentes benefícios.

As astúcias do demônio são malvadas, ele analisa atentamente o coração dos homens e faz alavanca em seus pontos de maior debilidade”.

Ele contou que a um padre da diocese de Jiangxi ofereceram centenas de milhares de yuan para que aderisse à Igreja Patriótica, mas recusou.

Com base no Acordo entre a Santa Sé e o Partido Comunista, cada vez que o Vaticano reconhece um bispo notório por suas posições favoráveis ao Partido, muitos fiéis se recusam a participar em suas celebrações.

Heróis como o cardeal Kung ficaram para sempre na memória dos fiéis.

Assim a Igreja se divide. O próprio Partido Comunista mantém em segredo que vários clérigos outrora “clandestinos” aderiram à Igreja Patriótica porque teme que percam influência sobre os fiéis.

Dessa maneira, segundo o sacerdote que quis conservar o anonimato, “o PC vai corrompendo as pessoas e cria o caos na Igreja e dessa forma causa rupturas internas. Essa é uma tática extremamente perversa!”.

O PC, como ateu que é, desconhece que “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem.” (São João, 10:27).

Os fiéis logo percebem o mau cheiro do lobo disfarçado de pastor. E acontece até que religiosos “patrióticos” se somam aos fiéis “clandestinos” das “catacumbas”.

Veja-se o caso do jovem bispo auxiliar de Shangai Mons. Taddeo Ma Daqin que apenas sagrado renunciou clamorosamente à Igreja Patriótica ante a catedral lotada de fiéis que o aplaudiam.

Ele foi sequestrado na hora pela polícia na porta da catedral e ainda continua em prisão. Agora é um herói a mais da resistência católica. Cfr. Prisão iníqua do bispo auxiliar de Shangai afervora católicos no mundo

 

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Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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