Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 3 anos — Atualizado em: 11/16/2021, 5:13:49 PM
Há pouco, celebrou-se na Basílica de Aparecida, uma missa afro. A cerimônia chocou os católicos.
“No sábado, 6 de novembro, aconteceu a Romaria das Comunidades Negras ao Santuário Nacional de Aparecida (SP). Durante a celebração da missa, foram adotados elementos da cultura afro-brasileira e, nas redes sociais, internautas classificaram o fato como “abuso litúrgico”.
Sim. Festejar os regionalismos na liturgia sem cair nos erros progressistas, sem alimentar luta de classes, luta de raças, sempre foi o proceder da Igreja. Vejamos um exemplo:
Comentário do Prof. Plinio, — na Secção Ambientes, Costumes, Civilizações: (foto ao lado)
“Aspecto interno de um templo católico, no qual se realiza uma cerimônia litúrgica.
“O altar e o presbitério estão iluminados. O Pontífice, no trono, está rodeado por seus acólitos. Na abside, da qual se vê uma parte, se comprimem os fiéis. Grandes festões, pendentes do teto e presos às colunas, acentuam a nota festiva do ambiente. A atmosfera é de pompa e alegria, como sói ser nas solenidades da Igreja.
“Nada, absolutamente nada se nota nela que possa parecer revolucionário, totalitário ou proletarizante.
“Entretanto, a festa que se realiza é uma festa do trabalho. Se observarmos bem, verificaremos que as guirlandas são feitas de cestos, cestos decoram o púlpito e revestem a própria Cruz a cujos pés se realiza o Sacrifício.
“É que a região — Thiérache, no Aisne, França — é especializada no fabrico de cestos. E, sendo esta a festa dos cesteiros, ornamentaram eles todo o edifício sagrado com o fruto de seu trabalho.
“O sentido dessa decoração é profundíssimo. Ela nos faz ver que o trabalho, mesmo manual, é considerado pela Igreja com maternal carinho, e que esta Mãe amorosa se regozija em adornar-se com as oferendas de seus filhos.”
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E a missa afro em Aparecida? Ela também não constituiu uma autêntica manifestação popular, elogiada pelo Prof. Plinio, no texto acima?
Por que razão as missas afro chocam os fieis católicos?
Vejamos a resposta na própria conclusão do seu comentário: “A Santa Igreja não precisa tomar ares de sindicato”. Menos ainda de luta de raças, acrescentamos nós.
“Mas, em sentido contrário, também vemos aí que, para conviver amorosamente com o mundo da indústria e do trabalho, a Santa Igreja não precisa tomar ares de usina ou estilos de sindicato. Continuando autenticamente Ela mesma, na sua pompa, na sua majestade, pode a Esposa de Cristo reunir em torno de si os filhos de todas as classes, como uma Rainha cheia de bondade. E, assim, sob o seu influxo as festas do trabalho assumem um ar de nobreza e dignidade que bem exprime o alto apreço em que Ela as tem.”(1)
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É possível, portanto, fazer uma ornamentação, uma ambientação para uma missa dedicada aos negros. Sem as músicas, as danças e alegorias a seus costumes africanos tantas vezes uma mistura de paganismo e selvageria.
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Vejamos, antes de tudo, que a diversificação na Criação é um bem em si mesmo. Ou seja que a unidade de raças e a variedade na cor da pele (brancos, negros, amarelos) é obra de Deus mais perfeita que se todos os homens tivessem um só cor da pele.
A tulipa preta é a rainha da noite. Os dotes com que Deus galardoou a raça negra deveriam ser o maior orgulho a ser comemorado.
A raça negra tem dotes, tem charme, tem encantos que precisam ser valorizados, esses sim, em uma cerimônia religiosa. Mas essas são qualidades que o progressismo detesta porque abomina os valores autênticos que Deus pôs na raça negra.
(1) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ACC_1957_083_Dois_estilos_de_festa.htm#.YZJDV2DMKMo
Marcos Machado
492 artigosPesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.
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