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Plinio Corrêa de Oliveira
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Missa Afro em Aparecida: valorização dos negros?


Há pouco, celebrou-se na Basílica de Aparecida, uma missa afro. A cerimônia chocou os católicos.

Missa autêntica, para negros, na África.

“No sábado, 6 de novembro, aconteceu a Romaria das Comunidades Negras ao Santuário Nacional de Aparecida (SP). Durante a celebração da missa, foram adotados elementos da cultura afro-brasileira e, nas redes sociais, internautas classificaram o fato como “abuso litúrgico”.

Pode uma cerimônia litúrgica festejar regionalismos?

Sim. Festejar os regionalismos na liturgia sem cair nos erros progressistas, sem alimentar luta de classes, luta de raças, sempre foi o proceder da Igreja. Vejamos um exemplo:

Cesteiros ornamentaram o edifício sagrado com o fruto de seu trabalho. Esse é o autêntico regionalismo.

Comentário do Prof. Plinio, — na Secção Ambientes, Costumes, Civilizações: (foto ao lado)

“Aspecto interno de um templo católico, no qual se realiza uma cerimônia litúrgica.

“O altar e o presbitério estão iluminados. O Pontífice, no trono, está rodeado por seus acólitos. Na abside, da qual se vê uma parte, se comprimem os fiéis. Grandes festões, pendentes do teto e presos às colunas, acentuam a nota festiva do ambiente. A atmosfera é de pompa e alegria, como sói ser nas solenidades da Igreja. 

Nada, absolutamente nada se nota nela que possa parecer revolucionário, totalitário ou proletarizante.

É uma festa do trabalho

“Entretanto, a festa que se realiza é uma festa do trabalho. Se observarmos bem, verificaremos que as guirlandas são feitas de cestos, cestos decoram o púlpito e revestem a própria Cruz a cujos pés se realiza o Sacrifício.

“É que a região — Thiérache, no Aisne, França — é especializada no fabrico de cestos. E, sendo esta a festa dos cesteiros, ornamentaram eles todo o edifício sagrado com o fruto de seu trabalho.

Profundo sentido da decoração

“O sentido dessa decoração é profundíssimo. Ela nos faz ver que o trabalho, mesmo manual, é considerado pela Igreja com maternal carinho, e que esta Mãe amorosa se regozija em adornar-se com as oferendas de seus filhos.”

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Aparecida: missa afro na Basílica

E a missa afro em Aparecida? Ela também não constituiu uma autêntica manifestação popular, elogiada pelo Prof. Plinio, no texto acima?

Cena da missa afro em Aparecida, novembro 2021

Por que razão as missas afro chocam os fieis católicos?

Vejamos a resposta na própria conclusão do seu comentário: “A Santa Igreja não precisa tomar ares de sindicato”. Menos ainda de luta de raças, acrescentamos nós.

Não tomar ares de Sindicato

“Mas, em sentido contrário, também vemos aí que, para conviver amorosamente com o mundo da indústria e do trabalho, a Santa Igreja não precisa tomar ares de usina ou estilos de sindicato. Continuando autenticamente Ela mesma, na sua pompa, na sua majestade, pode a Esposa de Cristo reunir em torno de si os filhos de todas as classes, como uma Rainha cheia de bondade. E, assim, sob o seu influxo as festas do trabalho assumem um ar de nobreza e dignidade que bem exprime o alto apreço em que Ela as tem.”(1)

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Tulipa preta

É possível, portanto, fazer uma ornamentação, uma ambientação para uma missa dedicada aos negros. Sem as músicas, as danças e alegorias a seus costumes africanos tantas vezes uma mistura de paganismo e selvageria.

***

Vejamos, antes de tudo, que a diversificação na Criação é um bem em si mesmo. Ou seja que a unidade de raças e a variedade na cor da pele (brancos, negros, amarelos) é obra de Deus mais perfeita que se todos os homens tivessem um só cor da pele.

A tulipa preta é a rainha da noite. Os dotes com que Deus galardoou a raça negra deveriam ser o maior orgulho a ser comemorado.

A raça negra tem dotes, tem charme, tem encantos que precisam ser valorizados, esses sim, em uma cerimônia religiosa. Mas essas são qualidades que o progressismo detesta porque abomina os valores autênticos que Deus pôs na raça negra.

(1) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ACC_1957_083_Dois_estilos_de_festa.htm#.YZJDV2DMKMo

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Autor

Marcos Machado

Marcos Machado

472 artigos

Pesquisador e compilador de escritos do Prof. Plinio. Percorreu mais de mil cidades brasileiras tomando contato direto com a população, nas Caravanas da TFP. Participou da recuperação da obra intelectual do fundador da TFP. Ex aluno da Escola de Minas de Ouro Preto.

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