Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 4 anos — Atualizado em: 6/19/2020, 12:37:00 AM
A Quarentena socialista, decretada por nossos governadores-interventores, que por sua vez se inspiraram no modelo chinês de Wuhan, nos oferece a ocasião para tratar da Organicidade.
Vimos, no artigo passado, que a Quarentena viola o princípio de Subsidiariedade. Hoje trataremos do organismo X mecanismo.
Organismo e mecanismo: duas concepções opostas da sociedade humana
A sociedade humana, é pela Lei Natural um organismo vivo, com funções diferenciadas para cada uma de suas partes. Exatamente como o corpo humano que tem órgãos e funções diferenciadas. E, sendo vivo, é capaz de adaptar-se às circunstâncias concretas.
O contrário do organismo é o mecanismo: considera a sociedade humana como um conjunto de peças que são acionadas por uma central, exatamente como o fizeram o nazismo e o comunismo. Esse foi o sistema da Quarentena horizontal.
Mecanismo e Organismo são opostos
Comenta o Prof. Plinio: “Um organismo animal ou humano, e um mecanismo têm entre si algo de comum. Tanto um como outro é um conjunto de peças diferentes entre si, ordenadas umas às outras de maneira a constituir um só conjunto, e realizando cada qual uma tarefa que constitui parte do uma obra comum.
“A despeito de tantas analogias, as diversidades entre organismo e mecanismo são tão profundas que se poderiam chamar quase de infinitas. Todas elas resultam da diferença que vai do inerte, estático, morto, para o que é quente, ágil, vivo:
O que é vivo tem movimento por si mesmo
I — Os órgãos de um corpo agem por um movimento que lhes vêm da vida que está presente neles; o movimento procede das próprias profundezas de seu ser. As peças de uma máquina são incapazes de se mover por si. Todo o seu movimento lhes vem de fora. Elas propriamente não se movem: são movidas.
II — Os órgãos vivos têm uma capacidade não pequena, de se adaptarem por si mesmos a novas condições de existência e funcionamento. É uma adaptação delicada, geralmente lenta, feita aos milímetros, mas exatíssima e durável. A máquina só é como foi feita, e por si mesma não se adapta a nada. Quando alguém a adapta a algum outro fim, pode fazê-lo drasticamente, porque a matéria é cega, e não é necessário empregar contemplações para fundir uma peça de metal, ou lavrar o mármore.
(…) O que é natural (orgânico) é mais perfeito
“IV — Como a natureza é obra direta de Deus, e o mecanismo é mais diretamente obra do homem, apesar de estar tudo quanto é mecânico muito mais sujeito à ciência, tudo quanto é orgânico é muito mais perfeito. Assim, para exemplificar, por mais que a ciência aperfeiçoe as pernas e braços mecânicos — e ela tem conseguido maravilhas neste sentido — qualquer homem preferirá a uma destas “maravilhas” sua perna ou seu braço natural, ainda que deficientes.
Uma obediência à maneira de escravos
“V — Na máquina, todas as peças obedecem à maneira de escravas, ao impulso de quem as aciona. O principal é pois o papel da vontade de quem as dirige. Com uma máquina só há um meio de direção possível: a ditadura.
“Um organismo vivo é muito mais livre, a mecânica sempre foi, é, será sempre mais eficiente do que a cirurgia. No organismo humano, o êxito das atividades do corpo depende da cooperação natural, viva, de certo modo (note-se bem a restrição), livre, de cada parte.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1951_011_CAT_3A_Sociedade.htm
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