Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 3 anos — Atualizado em: 2/7/2022, 4:05:34 PM
Publicamos nesse Site um artigo sobre a Estratégia Apostólica do Papa Pio IX. Hoje, festa do Beato pontífice, acrescentamos parte de um artigo do Prof. Plinio, publicado no Legionário. https://ipco.org.br/estrategia-de-pio-ix-e-a-imaculada-conceicao-i/
O que faria o Beato Pio IX, por exemplo, diante da pressão internacional a favor do Great Reset? Como enfrentaria ele essa tentativa de República Universal?
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“A História do pontificado do grande Pio IX mereceria ser estudada a fundo pelos católicos. Ela contém ensinamentos para nossa época muito mais oportunos e mais profundos do que geralmente se pensa.
“Em nosso último artigo, procuramos mostrar o êxito da energia apostólica do grande Pontífice. Quer pela definição do dogma da Imaculada Conceição, feito por meio da bula “Inefabilis” em 1854, quer pela convocação do Concílio do Vaticano e a definição do dogma da infalibilidade papal em 1869, o grande Papa enfrentou aguerrida e resolutamente o naturalismo e o racionalismo do século. A despeito da opinião em contrário, de leigos eminentes e até de Prelados, Pio IX julgou que a época era ainda menos propícia do que outra qualquer para uma atitude de impassibilidade sorridente, cujo efeito necessário seria o encorajamento dos maus e o entibiamento dos bons. Com isto, Pio IX, calcando aos pés qualquer falso sentimentalismo, enfrentou decididamente a impiedade. Sua energia combativa venceu. Depois da definição do dogma da infalibilidade pontifícia pelo Concílio do Vaticano, a onda do racionalismo naturalista tem decrescido incessantemente, e, se bem que ela ainda conserve formas disfarçadas dignas da maior cautela dos católicos, é certo que ela perdeu aquela agressividade truculenta e blasfema com que se pavoneava nas altas rodas literárias, políticas e sociais da Europa do século XIX.
Erraria quem pensasse que, agindo assim, Pio IX empregou uma estratégia de cunho exclusivamente pessoal. O que o grande Pontífice fez não foi senão a aplicação, ao seu século, dos tradicionais processos de apostolado da Santa Igreja. A estratégia de Pio IX foi a de todos os Pontífices que se viram em situação análoga à sua e que venceram as grandes crises que assediaram a Santa Igreja no passado. E não seria difícil mostrar, que foi idêntica a linha de conduta observada pelos Pontífices que depois de Pio IX se tem sucedido no trono de São Pedro. É a admirável continuidade pontifícia que atesta, de modo flagrante, a assistência indefectível do Espírito Santo aos Papas, através dos séculos. Todos os capítulos da História da Igreja, em todos os séculos, atestam esta admirável continuidade, e proporcionam aos fiéis ensinamentos de inestimável valor. É o que o estudo do Pontificado de Pio IX demonstra, e o que queremos fazer ainda neste artigo encarando a ação do seu grande sucessor, o imortal Leão XIII.
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Em nosso último artigo, mostramos a situação dificílima – humanamente falando, ou seja, encarando as coisas apenas pelo modo por que as veem os que não tem espírito de Fé – que a Santa Igreja atravessou no século XIX. Os inimigos da Igreja se compraziam em ver nela um imenso edifício que se esboroava, e que cedo ou tarde ruiria, inteiramente, quando ruíssem todas as grandes monarquias europeias, restos com a Igreja, de um estado de coisas destinado definitivamente a desaparecer.
A apostasia de grandes massas humanas, a infiltração de princípios errôneos no seio de importantes frações do laicato, tudo convergia para que a vitalidade inexaurível e divina da Igreja parecesse irremediavelmente perdida. Só os que viam a realidade com os olhos penetrantes da Fé podiam discernir, neste aparente inverno, os indícios de uma futura primavera, e nestas ruínas uma miragem aparente que na realidade cederia ante uma estupenda ressurreição.
Leão XIII, ele também, via o domínio do mundo dividido entre duas grandes forças: o liberalismo e o socialismo. Supor a vitória de qualquer coisa que não fosse isto, parecia uma ilusão política vizinha da demência. Ou o mundo seria liberal, ou socialista. Os dois extremos políticos se chocavam ardentemente nos parlamentos, na imprensa, nas universidades e nos comícios eleitorais. O Catolicismo ou se aliaria a uma destas forças contra a outra, ou estaria – é o que diziam os de pouca Fé – irremediavelmente derrotado. E, se abstraísse da indestrutibilidade da Igreja, o argumento era certíssimo. Humanamente falando, os recursos da Igreja não seriam suficientes para enfrentar um só destes adversários, quanto mais a ambos simultaneamente!”
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