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O que é a Revolução anticristã? Introdução

Por Nuno Alvares

5 minhá 3 anos — Atualizado em: 1/3/2022, 6:05:27 PM


O conceito de Revolução está se tornando cada vez mais acessível ao público jovem. A Revolução sexual, a agenda lgbt, o aborto, a esquerda católica, o ecoterrorismo, o comunismo, os lockdowns socialistas, o passaporte sanitário … são aspectos de um todo, um conjunto cada vez mais nítido. E a noção de Contra Revolução nasce, também, mais facilmente na mente das jovens gerações: com facilidade associam a missa tridentina, o anticomunismo, os valores morais, a Idade Média, o ideal de cavalaria aplicado a nossos dias.

***

Techo da Introdução ao livro Revolução e Contra Revolução do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Quem poderia afirmar que a causa principal de nossa presente situação é o espiritismo, o protestantismo, o ateísmo, ou o comunismo? Não. Ela é outra, impalpável, sutil, penetrante como se fosse uma poderosa e temível radioatividade. Todos lhe sentem os efeitos, mas poucos saberiam dizer-lhe o nome e a essência.” (…)

“Sua causa profunda é uma explosão de orgulho e sensualidade que inspirou, não diríamos um sistema, mas toda uma cadeia de sistemas ideológicos. Da larga aceitação dada a estes no mundo inteiro, decorreram as três grandes revoluções da História do Ocidente: a Pseudo-Reforma, a Revolução Francesa e o Comunismo.”

[Vinte anos depois o Prof. Plinio introduz a IV Revolução tribalista que tão bem ficou caracterizada no Sínodo da Amazônia com o culto à Pachamama e elogio da vida tribal como modelo para a decadente civilização.] https://ipco.org.br/106991-2/

Orgulho e sensualidade

“O orgulho leva ao ódio a toda superioridade, e, pois, à afirmação de que a desigualdade é em si mesma, em todos os planos, inclusive e principalmente nos planos metafísico e religioso, um mal.
É o aspecto igualitário da Revolução.

“A sensualidade, de si, tende a derrubar todas as barreiras. Ela não aceita freios e leva à revolta contra toda autoridade e toda lei, seja divina ou humana, eclesiástica ou civil. É o aspecto liberal da Revolução.

“Ambos os aspectos, que têm em última análise um caráter metafísico, parecem contraditórios em muitas ocasiões, mas se conciliam na utopia marxista de um paraíso anárquico em que uma humanidade altamente evoluída e “emancipada” de qualquer religião vivesse em ordem profunda sem autoridade política, e em uma liberdade total da qual entretanto não decorresse qualquer desigualdade.

A Pseudo-Reforma foi uma primeira Revolução. Ela implantou o espírito de dúvida, o liberalismo religioso e o igualitarismo eclesiástico, em medida variável aliás nas várias seitas a que deu origem.

“Seguiu-se-lhe a Revolução Francesa, que foi o triunfo do igualitarismo em dois campos. No campo religioso, sob a forma do ateísmo, especiosamente rotulado de laicismo. E na esfera política, pela falsa máxima de que toda a desigualdade é uma injustiça, toda autoridade um perigo, e a liberdade o bem supremo.

O Comunismo é a transposição destas máximas para o campo social e econômico.

“Estas três revoluções são episódios de uma só Revolução, dentro da qual o socialismo, o liturgicismo, a “politique de la main tendue”, etc., são etapas de transição ou manifestações atenuadas. Sobre os erros através dos quais se opera a penetração larvada do espírito da Revolução em ambientes católicos, o Exmo. Revmo. Sr. D. Antônio de Castro Mayer, Bispo de Campos, publicou uma Carta Pastoral da maior importância. (1)

“Claro está que um processo de tanta profundidade, de tal envergadura e tão longa duração não pode desenvolver-se sem abranger todos os domínios da atividade do homem, como por exemplo a cultura, a arte, as leis, os costumes e as instituições.
Um estudo pormenorizado deste processo em todos os campos em que se vem desenrolando, excederia de muito o âmbito deste artigo.

“Nele procuramos – limitando-nos a um veio apenas deste vasto assunto – traçar de modo sumário os contornos da imensa avalancha que é a Revolução, dar-lhe o nome adequado, indicar muito sucintamente suas causas profundas, os agentes que a promovem, os elementos essenciais de sua doutrina, a importância respectiva dos vários terrenos em que ela age, o vigor de seu
dinamismo, o “mecanismo” de sua expansão.

“Simetricamente, tratamos depois de pontos análogos referentes à Contra-Revolução, e estudamos algumas das suas condições de vitória.

“Ainda assim, não pudemos explanar, de cada um destes temas, senão as partes que nos pareceram mais úteis, no momento, para esclarecer nossos leitores e facilitar-lhes a luta contra a Revolução. E tivemos de deixar de lado muitos pontos de uma importância realmente capital, mas de atualidade menos premente.

“O presente trabalho, como dissemos, constitui um simples conjunto de teses, através das quais melhor se pode conhecer o espírito e o programa de “Catolicismo”. Exorbitaria ele de suas proporções naturais, se contivesse uma demonstração cabal de cada afirmação. Cingimo-nos tão somente a desenvolver o mínimo de argumentação necessário para pôr em evidência o nexo
existente entre as várias teses, e a visão panorâmica de toda uma vertente de nossas posições doutrinárias.

“Tendo “Catolicismo” leitores em quase todo o Ocidente, pareceu conveniente publicar uma tradução deste trabalho, em separata. Preferimos o francês, já consagrado pela tradição diplomática, por ser o idioma de país católico mais universalmente conhecido.

Este artigo pode servir de inquérito. O que, no Brasil e fora dele, pensa exatamente sobre a Revolução e a Contra-Revolução o público que lê “Catolicismo”, que é certamente dos mais infensos à Revolução? Nossas proposições, embora abrangendo apenas uma parte do tema, podem dar ocasião a que cada um se interrogue, e nos envie sua resposta, que com todo o interesse
acolheremos.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/RCR01.pdf (gratuito)


(1) Carta Pastoral sobre os Problemas do Apostolado Moderno – Boa Imprensa Ltda., Campos, 1953, 2ª. edição.

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Nuno Alvares

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