Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 14 anos — Atualizado em: 1/15/2016, 3:21:40 PM
Hélio Viana
Sob o título Crise na Casa Branca – Barack Obama ladeira abaixo, a redação internacional do jornal colombiano “El Espectador” (23/09/2010) publicou um artigo mostrando o grau de desprestígio a que chegou o presidente Obama.
– Sim, aquele mesmo Obama que há pouco mais de um ano a mídia mundial – e, portanto, também o referido jornal – apresentava como se fosse um Messias.
“Não nos comparem com o Todo-poderoso. Queixam-se do plano de reforma de saúde ou de que a guerra no Iraque está em vias de terminar, mas não a do Afeganistão.
Dizem que não se fazem mais coisas, que o desemprego cresce, que a economia… Acordem jovens, isto não é um exercício acadêmico”, disse Obama aos seus aliados do Partido Democrático durante ato político na Filadélfia na última segunda-feira.
Blogs políticos de Washington interpretaram essas palavras como um apelo desesperado de Obama sobre o alcance dos seus poderes. Pois ele tem claro que se avizinha uma débâcle eleitoral de seu partido no pleito do próximo dia 2 de novembro, quando se renovarão a totalidade da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e 37 governadores.
“Sua figura está diminuída, seus rivais agigantados, o panorama econômico deteriorado. A seis semanas dos comícios Obama mostra-se incapaz de evitar que seu partido perca a maioria em ambas as Casas”, explicou a analista política Virginia Volk.
O jornal colombiano prossegue dizendo que ficou longe a aura de popularidade e esperança daquela manhã fria e orvalhada de 20 de janeiro de 2009, quando Obama chegou à Presidência com quase 70% de apoio, se comparada com os seus atuais 45% de popularidade ameaçando despencar ainda mais.
Nos encontros que vem mantendo nos Estados com mulheres e estudantes numa tentativa de reverter sua situação, Obama tem enfrentado reclamações como estas: “Estou exausta de defendê-lo, de defender seu governo. Estou realmente decepcionada de aonde fomos parar”, disse-lhe uma mulher. Um jovem se queixou: “O senhor criou um movimento inspirador durante sua campanha, mas essa inspiração está morrendo”.
Mas, segundo o artigo, a esta altura “a causa parece perdida”. Mickey Kaus, colunista do “Slate”, escreveu: “Seus argumentos para reverter a situação são insuficientes, não descreve seus pontos de vista, não tem grandes idéias nem iniciativa”.
O Presidente visitou ontem uma casa de família nos subúrbios de Washington para demonstrar as vantagens de sua reforma da saúde, que entrou em vigor nesta quinta-feira (23/9), seis meses após sua promulgação e apesar de 49,3% dos americanos se oporem a ela.
Mas ainda hoje o Partido Republicano – cujo êxito em novembro nas urnas promete ser tsunâmico – apresentará um programa radical de governo que inclui entre outras coisas a revogação ou paralisação da referida reforma sanitária e o congelamento no Congresso de todos os gastos para qualquer outro projeto de Obama.
Outro aspecto que nesta época de crise e contenção tem contribuído para a perda de prestígio de Obama são os altos custos das férias de sua família. Por exemplo, nas últimas que sua esposa e uma das filhas passaram na Espanha, a primeira dama reservou cerca de 60 apartamentos no exclusivo hotel Villapaddiema, na Costa del Sol, onde cada noite custa em torno de 2.500 dólares.
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Cuidado, portanto, com a propaganda e as pesquisas, que mediante tapeações procuram com freqüência tapar a enorme distância existente entre a realidade e aqueles a quem elas querem beneficiar. Que o diga Barack Obama.
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