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Plinio Corrêa de Oliveira
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Rússia usa “conservadores” desprevenidos para minar Ocidente


O serviço de inteligência dos EUA reconheceu em relatório que os serviços secretos russos desencadearam uma campanha de desinformação massiva bem sucedida nas eleições de 2020, divulgou a CNN.

A guerra da informação de Putin explora a mesma ingenuidade de ocidentais
que aproveitava a velha URSS,
Caricatura de Catolicismo, nº 155, novembro de 1963

Os objetivos russos iam muito além da eleição de, neste caso Biden, pois tentavam minar “a confiança pública nas instituições e exacerbar as divisões sociopolíticas nos EUA”.

Dessa maneira desfeririam um golpe mortal na coesão do país que é a coluna vertebral dessa nação, independentemente dos candidatos em campanha.

O relatório foi divulgado pelo Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional e avalia de modo abrangente as agressões estrangeiras a essa coluna vertebral, detalhando extensas operações de guerra psicológica por adversários dos EUA, que incluem a China e o Irã.

É perturbador o já temido, mas mal ocultado fato que se deu no ano 2020 que já se tinha manifestado em eleições anteriores: grandes figuras da política que se apresentavam como “conservadoras” haviam sido seduzidas pela campanha de desinformação da Rússia e acabavam perdendo aos conservadores sinceros.

Esses ingênuos seduzidos se reuniram com figuras do Kremlin que ofereciam promessas de fortes apoios econômicos, veiculavam teorias conspiratórias. E os ambiciosos desprevenidos caíram no conto.

A guerra psicológica e da informação russa privilegiou o uso de agentes especializados em divulgar por um lado sedutoras fakes news na mídia dos EUA, em geral propriedade de Cresos [N.R.: rei da Lídia, famoso pela sua riqueza] de esquerda.

Mas, por outro lado, desde São Petersburgo, um formidável exército de espalhadores de fakes news, fortemente treinado, saturava as redes sociais com sofisticados métodos e milhares de perfis e sites fictícios.

E os jogava contra o establishment esquerdista que o mesmo cérebro russo alimentava com dinheiro e informações falsas em sentido contrário. Assim racha o adversário internamente.

O braço cibernético do Departamento de Segurança Interna não encontrou provas de uma adulteração do número dos votos, mas esse temor foi apenas um dos boatos espalhados pelos herdeiros da KGB.

Os esforços da Rússia para jogar no caos as eleições de 2020 nos EUA foram patenteados por “agentes ligados à inteligência russa” treinados para propagar alegações infundadas, mas que pudessem iludir o público americano genuinamente conservador.

O relatório afirma que Vladimir Putin, estava “ciente e provavelmente dirigiu” a operação.

Putin “tinha competência sobre as atividades de Andriy Derkach”, o legislador ucraniano que promoveu repetidamente a desinformação desejada pelo Kremlin.

O relatório esvazia muitas narrativas falsas, mas a Rússia não cessa de pôr em circulação fake news úteis “por meio de organizações de mídia dos EUA”, mas não cita quais.

É assustador porque as descobertas apontam as fraquezas do governo dos EUA para combater a intromissão estrangeira.

Konstantin Kilimnik, descrito no relatório como um agente de influência russa, reincidia com boatos deliberados.

Quando identificado fugiu e se refugiu na Rússia. Doze pessoas de sua organização foram sancionadas, mas as operações online russas continuam até hoje com outros perfis e endereços digitais.

O relatório também menciona a China, mas reconhece haver opiniões conflitantes no serviço de inteligência sobre ações de Pequim para favorecer a Biden.

A guerra psicológica russo-chinesa quer muito mais do que um político, neste caso já conquistado pelas esquerdas.

Ela quer quebrar a medula lógica do país que quer conquistar.

A Diretora de Inteligência Nacional da atual administração, Avril Haines, apontou que a influência estrangeira maligna visa exacerbar as divisões e minar a confiança nas instituições americanas.

Para isso todos os recursos valem, quem quer que esteja sentado na poltrona presidencial da Casa Branca.

Em 2021, em pleno governo Biden, mais um ataque cibernético russo pôs em xeque milhares de computadores de empresas e órgãos oficiais dos EUA, informou entre outros “El Pais”.

Tom Burt, vice-presidente da Microsoft para assuntos de segurança, atribuiu a campanha à desconhecida “agência russa Nobelium”.

Na realidade se trata de um grupo de piratas que o governo dos EUA e outros identificaram como parte do Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo [SVR] e que podem agir com diversas máscaras.

O ataque foi típico da espionagem (em busca de segredos industriais ou farmacêuticos) e não na da sabotagem, uma atividade que causou milhões em perdas para empresas norte-americanas e afetou o fornecimento de petróleo e de carne.

Washington revidou com duras sanções à Rússia em 15 de abril.

Na ocasião, o presidente Biden sempre mole face aos destruidores dos EUA, disse a Putin que os EUA “poderiam ter ido mais longe, mas se a Rússia der mais um passo em sua interferência, estamos preparados para responder.”

Moscou reagiu com vigorosas ameaças verbais inconsequentes ciente do oco e inconsequente das palavras de Biden.

Burt considera que “a atividade recente aponta que a Rússia quer acesso sistemático e de longo prazo à cadeia de suprimentos de tecnologia para visar alvos de interesse” do Kremlin.

É a demolição psicológica calculada que faz uso também da difusão de fake news.

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Luis Dufaur

Luis Dufaur

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Escritor, jornalista, conferencista de política internacional no Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, webmaster de diversos blogs.

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