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Plinio Corrêa de Oliveira
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Senhores, atenção: a França está mudando!


Estava já pronto outro artigo, para este espaço, quando chegou a meu pleno conhecimento um fato prioritário de capital significação: a França não é mais a de 1789 e séculos seguintes! Simetricamente à Revolução Francesa, aparece uma nova França e parece ressurgir um país católico. Comentário frequente é: a esquerda perdeu a juventude, perdeu a rua, perdeu o povo … e perdeu a bússola. Na França!

Um site com o significativo nome de “Boulevard  Voltaire” descreve: “Esses resistentes são… católicos!… Eles estão começando a compreender que o liberalismo, que enlouqueceu, está fracassado […] Trata-se de famílias e, sobretudo, de jovens, que saíram às ruas para dizer ‘basta!’ aos destruidores da sociedade”. [1]

Que sucedeu, para haver tão surpreendente mudança? Houve uma maré jovem e conservadora de fundo na França. O estopim desta crise das esquerdas foi a aprovação pelo Parlamento de um projeto de casamento entre pessoas do mesmo sexo, por iniciativa do governo socialista.

Os conchavos políticos continuaram e os parlamentares de esquerda apressaram-se para aprovar o projeto à revelia da vontade popular. Mas nenhuma autoridade eclesiástica de relevo, na França como no Exterior, se destacou pela adesão a um protesto popular em defesa de princípios essenciais da Lei de Deus, dos Evangelhos e do Direito Natural.

Isto determinou três impressionantes e multitudinárias manifestações de protesto, em janeiro, março e maio deste ano.

A imensa Avenue de la Grande Armée — do Arco do Triunfo até a ponte que comunica Paris com La Défense — foi pequena para conter a multidão que se manifestou mais contra o projeto socialista de “casamento” homossexual, que o equipara ao casamento entre homem e mulher e permite a adoção de crianças por casais homossexuais.

Infelizmente nas mãos de uma grande propulsora do socialismo e da agenda homossexual, a Prefeitura de Paris interditou a manifestação na prestigiosa avenida dos Champs Elysées, cônscia de que se a permitisse contribuiria para abrilhantar ainda mais a marcha de protesto. Contudo, os Champs Elysées não teriam sido suficientes para tanta gente. Tal foi o comparecimento, que a polícia precisou liberar a Avenue Foch, outra imensa artéria que vai do Arco do Triunfo até o Bois de Boulogne e a Avenue Carnot.

Satélites detectaram com sensores de calor a área ocupada pelos manifestantes nessas grandes avenidas e nas ruas adjacentes: oito quilômetros de ruas inteiramente repletas!

Mais notório do que o número foi o entusiasmo e o fervor dos participantes. Uma não explicada ojeriza e até proibição da parte dos organizadores ao uso de cartazes, bandeiras, símbolos não-oficiais, cânticos e slogans, bem como de outras formas para exprimir adesão, na prática não conseguiu se impor. Ordeiros, mas aguerridos, os mais distintos grupos vindos de toda a França cantavam, agitavam bandeiras de suas regiões, erguiam cartazes feitos em casa, faziam rufar caixas e tambores.

Houve manifestações análogas e simultâneas em muitas cidades da França, bem como diante de embaixadas, consulados e órgãos oficiais franceses em numerosos países, inclusive no Dubai, no Congo e no Afeganistão.[2]

Só nos resta voltar o olhos para Nossa Senhora, e lembrarmos o que Plinio Corrêa de Oliveira proclamou na conclusão de sua obra “Revolução e Contra-Revolução” e que se aplica inteiramente ao caso francês, e do mundo em geral: “A primeira, a grande, a eterna revolucionária, inspiradora e fautora suprema desta Revolução, como das que a precederam e lhe sucederem, é a Serpente, cuja cabeça foi esmagada pela Virgem Imaculada. Maria é, pois a Padroeira de quantos lutam contra a Revolução.” Hoje, ontem e para sempre.


[1] Site www.bvoltaire, fr. 18934.

[2] Por razões de espaço resumimos muito. Os que desejarem um relato mais completo desse grande evento leiam as matérias de Marcelo Dufaur, “Mais de um milhão de franceses marcham novamente contra o ‘casamento’ homossexual”, “Catolicismo”, maio de 2013; Alejandro Ezcurra Naón, “Estará nascendo a Contra-Revolução Francesa?”, “Catolicismo”, junho de 2013.

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Leo Daniele

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