Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 9 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 8:48:54 PM
O que se passou naquele túmulo perto de Jerusalém por volta do ano 30 da era cristã, quando Jesus ressuscitou? Como é que sua imagem ficou impressa no precioso Sudário, hoje em Turim?
A ciência pena em responder a essas e outras perguntas conexas, mas não arreda o pé – e faz bem –, procurando alguma pista que permita uma explicação. Pois até o momento ela se confessa incapaz sequer de entender o fenômeno.
Também por isso, a imprensa vai atrás dos especialistas em sindologia, nome da especialidade que estuda o Santo Sudário.
O presidente do Centro Internacional de Sindologia de Turim, professor Bruno Barberis, foi procurado incontáveis vezes a propósito do apaixonante tema. E respondeu mais recentemente à Rádio Vaticano:
Prof. Barberis – Certamente se tem progredido no estudo do Santo Sudário para saber como foi feito, mas no momento atual tudo é insuficiente para responder a esta interrogação, que continua sendo o enigma mais significativo e fascinante do Lençol.
Fizeram-se muitas hipóteses nos últimos 100 anos, mas todos os experimentos e tentativas de reproduzir num pano uma imagem com as mesmas características resultaram insatisfatórias.
Aos que supuseram que pudesse tratar-se efetivamente de uma marca deixada por um cadáver, foi-lhes necessário antes de tudo individuar o fenômeno físico ou químico que permitiria a um cadáver gerar uma impressão desse tipo. Até agora nada conseguiram.
Outros levantaram a hipótese de tratar-se de uma obra pictórica realizada por algum artista do passado.
Porém, nos pontos coloridos do Santo Sudário não foram encontrados nem pigmentos nem corantes de qualquer tipo.
Foi encontrado sangue e nós sabemos que é sangue humano do grupo AB.
Hoje ainda, o Santo Sudário deve ser definido como uma imagem irreproduzível. Isto não quer dizer que o seja de modo absoluto.
A ciência e a Fé convergem no Santo Sudário porque ele fala aos dois. O Santo Sudário relembra efetivamente e de modo inequívoco, com uma precisão verdadeiramente surpreendente, todas as características da Paixão de Cristo que os Evangelhos descrevem de modo literal.
Mas eu diria que é uma “provocação à inteligência”, sublinhando que, não obstante os estudos feitos e os conhecimentos científicos e tecnológicos do terceiro milênio, a imagem continua sendo inexplicável.
De fato, a ciência e a Fé não estão em oposição. Pelo contrário, são dois aspectos complementares para este objeto, o Santo Sudário, e caso se misturarem podem criar confusão e levar a afirmações desprovidas de sentido.
Mas, se cada uma se mantiver separada e trabalhando em paralelo, nos permitirão verdadeiramente adquirir uma noção de amplo espectro do objeto estudado.
Este fato nos permite chamar o Santo Sudário de “Quinto Evangelho” ou de “O espelho do Evangelho”. Aqui reside verdadeiramente o fascínio mais profundo que emana do Lençol de Turim.
Radio Vaticano – A análise de 1988 do Carbono 14 fixa uma data entre 1260 e 1390 d.C. Quais são os pontos fracos dessa análise e por que ela deveria ser refeita?
Prof. Barberis – Os pontos criticáveis não se referem tanto ao método, que é o que temos de melhor no momento atual para datar objetos de origem biológica, portanto contendo carbono, como é o caso de um tecido.
O pano oferece 100% de sua superfície à poluição ambiental. Aquela datação é anacrônica sob muitos pontos de vista.
Seria obviamente necessário refazê-la, mas somente no momento em que nossos conhecimentos físico-químicos, sobretudo do Lençol, e também biológicos, sejam de molde a nos permitir reconhecer os pontos mais adequados para extrair uma amostra.
E, em segundo lugar, conhecer bem o tipo de contaminações que possam existir para empreender a calibração do resultado.
No momento atual esses conhecimentos ainda não existem. Eis por que não é ainda oportuno repetir essa analise.
Radio Vaticano – Quais são os seus conselhos para perscrutar e ler o Santo Sudário?
Prof. Barberis – Antes de tudo, para poder lê-lo bem é necessário conhecê-lo previamente.
Por tanto, eu aconselho a todos aqueles que se aproximam do Santo Sudário, de aprender a conhecê-lo – utilizando obviamente os textos e os sites que falam do Santo Sudário.
E depois, ficando de frente daquela imagem, eu diria que é necessário deixá-la falar, é necessário deixar-se olhar por ela.
Quem se encontra diante do Santo Sudário se dá conta de que está sendo olhado, e então, nesse momento, é necessário pôr de lado o desejo de entender a fundo as características, os pontos essenciais, não procurar reconhecer aquilo que as descrições feitas por outros nos tinham fornecido.
É necessário que haja um diálogo entre essa imagem e aquele que a observa. Eu garanto a todos os que tentarem esta experiência, que no final de tudo eles se sentirão verdadeiramente interpelados.
E aí está o grande fascínio, o grandíssimo fascínio do Santo Sudário, que em cada exposição atrai milhões de peregrinos.
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