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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

150 ANOS DA COMUNA DE PARIS

Por Gustavo Solimeo

14 minhá 3 anos — Atualizado em: 8/18/2021, 4:51:02 AM


O “Massacre da Rua Haxo”. 49 reféns, incluindo 10 religiosos, foram massacrados pelos Communards — os ativistas ateus e anticlericais da Comuna de Paris.

Perseguição religiosa, aspecto esquecido de um episódio mitificado pela esquerda. França, “uma nação dividida por um sulco de sangue”

  • Gustavo Solimeo

No sábado, 29 de maio, paróquias católicas do 20º distrito de Paris organizaram uma peregrinação em homenagem à memória do Arcebispo Georges Darboy [foto abaixo] e de outros sacerdotes e religiosos mortos por membros da Comuna de Paris, em 1871. O episódio ficou conhecido como o “Massacre da Rua Haxo”. Cerca de 300 fiéis, sacerdotes e religiosos participaram da procissão, liderada pelo bispo auxiliar, Dom Denis Jachiet.

A procissão deveria percorrer quatro quilômetros até a paróquia de Notre-Dame des Otages [Nossa Senhora dos Reféns], o mesmo lugar onde, 150 anos antes, 49 reféns, incluindo 10 religiosos, haviam sido massacrados pelos Communards — os ativistas ateus e anticlericais da Comuna de Paris. Logo que a procissão começou, transeuntes e pessoas sentadas às mesas em cafés ao ar livre começaram a vaiar e insultar os fiéis.

Apesar disso, a procissão [foto abaixo] continuou sem medo. Cem metros adiante, ao se encontrar com manifestantes pró-Comuna nas proximidades do cemitério Père Lachaise, as tensões aumentaram. Esses últimos tinham acabado de participar de uma manifestação esquerdista para comemorar os “mártires da Comuna”, ou seja, as vítimas da repressão sangrenta do movimento revolucionário pelo governo provisório. Carregando bandeiras vermelhas, tentaram sufocar os cânticos religiosos dos fiéis com slogans ameaçadores como “Abaixo o clero!” e “Morte aos fascistas!”.

Cerca de 300 fiéis, sacerdotes e religiosos participaram da procissão, liderada pelo bispo auxiliar, Dom Denis Jachiet.

À medida que avançava, a procissão era novamente interrompida pela chegada de um grupo de cerca de 20 jovens encapuzados gritando slogans “antifas”.

Esses ativistas passaram rapidamente das provocações com insultos e ameaças à agressão física, arremessando garrafas e outros projéteis contra os participantes da procissão católica e espancando alguns deles. Muitos foram feridos, sendo atendidos pela equipe médica da Ordem de Malta. Um sexagenário, severamente atingido na cabeça, foi hospitalizado.

Carregando bandeiras vermelhas, manifestantes esquerdistas tentaram sufocar os cânticos religiosos dos fiéis com slogans ameaçadores como “Abaixo o clero!” e “Morte aos fascistas!”

Os poucos agentes de segurança fornecidos pela diocese e pela Ordem de Malta foram rapidamente suplantados. Os dois únicos policiais enviados pelo Município pediram reforços e tentaram intervir com bombas de gás lacrimogêneo a fim de manter os agressores separados dos fiéis.

Para evitar o pior, os fiéis encerraram a procissão e se refugiaram na igreja mais próxima, Nossa Senhora da Cruz, onde esperaram rezando até que a polícia os libertasse.[i]

Antagonismo metafísico e teológico, não meramente político

Setores da intelligentsia esquerdista e secularista procuraram atribuir um caráter político à procissão católica. Afirmavam que católicos tradicionalistas, “ligados à extrema direita”, aproveitaram o 150º aniversário da Comuna de Paris para realizar uma demonstração da extrema direita sob a cobertura de ato religioso.[ii]

Nada mais falso. A peregrinação aos lugares ligados ao martírio de sacerdotes e religiosos durante a Comuna de Paris de 1871 foi promovida por paróquias regulares da Arquidiocese de Paris, sem qualquer participação de entidades relacionadas com os círculos católicos chamados “tradicionalistas”. Além disso, tinha um objetivo essencialmente religioso: honrar os mártires para fomentar a devoção a eles e fazer avançar a causa de suas respectivas beatificações.[iii]

Na realidade, o antagonismo entre os dois grupos vai muito mais fundo do que um simples desacordo político. Ele decorre de duas visões opostas do homem e do universo. Uma, herdada da Idade Média, guarda resquícios de uma visão do mundo hierárquica e sacral. A outra, nascida da Revolução Francesa, é uma visão igualitária e secularista.

A Comuna de Paris é a herdeira direta dos princípios igualitários e libertários da “Grande Revolução”. Barricada de la Chaussée Ménilmontant, 18 de março de 1871.

Uma nação dividida por um sulco de sangue

Duas “Franças” — opostas e irreconciliáveis — emergiram do conflito entre essas duas visões de mundo incompatíveis. Na expressão eloquente de Churchill, a França tornou-se uma nação dividida por um sulco de sangue, o sangue vertido na Revolução Francesa.[iv]

Longe de desaparecer, esse sulco se espessou durante os 72 dias da Comuna de Paris — uma revivescência da Revolução Francesa —, quando milhares de civis e dezenas de sacerdotes foram massacrados, especialmente durante a “Semana Sangrenta” (21-28 de maio). De onde as duas comemorações opostas.

Herdeiros da Revolução Francesa

Comuna de Paris é a herdeira direta dos princípios igualitários e libertários da “Grande Revolução”. Seus membros visavam completar o trabalho iniciado em 1789, interrompido pelo golpe militar que deu origem ao regime napoleônico e ao que se seguiu.

Os Communards de 1871 estão ligados aos Jacobinos do século XVIII não apenas por suas doutrinas e programa: o próprio nome Comuna se refere ao governo insurrecional de Paris (Commune) que pôs fim à monarquia francesa em 10 de agosto de 1792.

Os princípios revolucionários permaneceram como germes incubados nas veias da nação, provocando de tempos em tempos explosões espasmódicas. Assim, a Revolução Liberal de 1830 pôs fim à Restauração Borbônica, uma tentativa mal sucedida de reconectar a França pós-revolucionária com o Ancien Régime. Por sua vez, a Revolução de 1848 levou à derrocada da liberal “Monarquia de Julho” e levou ao Segundo Império de Napoleão III. O conflito eclodiu novamente com a queda deste regime em 1871 e reapareceu, após um longo período de latência, na Revolução de Maio de 1968. Com seu slogan “défense d’interdire” (“é proibido proibir”), esta última inaugurou a era atual de libertarismo político, social e moral.

Cidade descristianizada, foco de grupos revolucionários

Marechal Mac-Mahon – Horace Vernet (1789–1863). Coleção do Palácio de Versalhes.

Na realidade, uma prolongada deterioração religiosa e moral na capital francesa precedeu a Comuna de Paris. Na época da Comuna de 1871, Paris já era uma cidade descristianizada. Apenas 15% de sua população de 1,8 milhões de almas praticavam regularmente a religião.[v]

A “Cidade das Luzes” havia se tornado uma incubadora de grupos e movimentos revolucionários de todos os matizes. Sociedades secretas e clubes de anarquistas, comunistas, socialistas, blanquistas (socialistas revolucionários), anarquistas-unionistas, republicanos anticlericais e secularistas pululavam ali.

A crescente multidão de operários era objeto de doutrinação e propaganda por parte desses agentes revolucionários.

Proclamação da Comuna de Paris

No início de setembro de 1870, os prussianos derrotam a França de Napoleão III na batalha de Sedan. A República é proclamada, a metade norte do país é invadida, e sua capital sitiada. Os parisienses teriam de suportar longos meses de fome e frio. Nestas condições dramáticas, a população se dividiu entre aqueles que queriam um armistício e os decididos a resistir e lutar a todo custo.

Em janeiro de 1871, o governo provisório, liderado pelo historiador e político liberal Adolphe Thiers, concluiu um armistício com Bismarck. Essa capitulação levou ao desfile humilhante dos alemães em Paris.

Antecipando uma insurreição, o governo provisório e as tropas regulares francesas se retiraram para Versalhes, deixando a capital à mercê de grupos de esquerda, bem organizados e prontos para a tomada do poder.

A Guarda Nacional, com 180.000 homens, recusa-se a aceitar a derrota e promete continuar a luta. Em 18 de março, a tentativa do governo Thiers de tomar à força os 200 canhões da Guarda Nacional leva a uma insurreição que resulta na proclamação oficial da Comuna de Paris em 28 de março.

Seguiu-se uma breve, mas cruel guerra civil, colocando os Communards (também chamados federados) contra os Versalheses, leais ao governo provisório de Thiers.

Monumentos são queimados ou destruídos, entre eles o Hôtel de Ville (Prefeitura de Paris)

Repressão

No dia 21 de maio, o general Mac-Mahon consegue entrar em Paris, superando mais de 500 barricadas erguidas em todos os bairros. A cidade é invadida, os bairros caem um após o outro. Os massacres se multiplicam, os monumentos são queimados ou destruídos, entre eles o Hôtel de Ville (Prefeitura de Paris), o Palácio das Tulherias e a coluna da Praça Vendôme, que celebrava as vitórias de Napoleão I. Em 28 de maio de 1871, a última resistência foi esmagada, deixando entre 8.000 e 20.000 mortos.

Cerca de 40.000 revolucionários são feitos prisioneiros e a maioria deles é julgada por conselhos de guerra. Muitos são condenados à prisão ou deportação para a Argélia ou a Nova Caledônia, bem como a trabalhos forçados; algumas centenas recebem a pena de morte.

Foi a chamada “Semana Sangrenta” (21-28 de maio), que marcou o fim da Comuna.

Medidas revolucionárias e os Comités de Salut Publique

         No curto espaço de 72 dias, durante 57 sessões, a Comuna de Paris estabeleceu uma série de medidas revolucionárias, mostrando claramente qual teria sido o destino da França se aquele regime ditatorial tivesse durado. Devido à falta de tempo, os Communards implementaram apenas algumas das medidas decretadas. Mais tarde, porém, sob a Terceira República, princípios radicais foram postos em prática.

Desde cedo, eles criaram comitês de vigilância nos bairros — um renascimento dos sanguinários Comités de Salut Publique da Revolução Francesa —, controlados por um Comitê Central composto por revolucionários de várias correntes de extrema-esquerda.

A Concordata de 1801 foi rescindida unilateralmente e a separação da Igreja e do Estado decretada; foram confiscados os bens da Igreja, que se tornaram propriedade do Estado; estabeleceu-se o ensino livre, secular e obrigatório, com supressão do ensino religioso nas escolas. Em alguns bairros, as igrejas foram autorizadas a continuar a atividade religiosa durante o dia, mas tinham que abrir suas portas à noite para reuniões políticas. Isto transformou as igrejas nos principais centros políticos da Comuna.

Uma medida simbólica foi adotar a bandeira vermelha em vez da tricolor e restabelecer o calendário da Primeira República Francesa, descartado há tempos.

Um evento simbólico mitificado

Anarquistas, socialistas, comunistas e outros revolucionários desde cedo cantaram a Comuna de Paris em verso e prosa, e a celebraram continuamente. Tornou-se um lugar comum nos discursos e escritos dos líderes comunistas.

Em 1966, Mao associou o nome da Comuna com sua Revolução Cultural, referindo-se a ela com bastante frequência. Lênin, junto com Marx, considerou a Comuna um exemplo real da ditadura do proletariado. Aquele chefe bolchevique quis que seu corpo fosse enterrado envolto em restos de uma bandeira vermelha resgatada da Comuna.[vi] A nave espacial Voskhod 1 levou para o espaço um pedaço de uma bandeira da Comuna de Paris. Da mesma forma, para honrar a Comuna, os bolcheviques rebatizaram o navio de guerra Sebastopol para “Parizhskaya Kommuna”.[vii]

O lirismo revolucionário, entretanto, omite um aspecto deste evento simbólico: a perseguição à Igreja.

Perseguição à Igreja Católica

Na noite de 24 de maio, os federados buscaram o Arcebispo Darboy, o Padre Deguerry e três jesuítas, e os executaram sumariamente em um estreito corredor da prisão.

A perseguição à Igreja e o massacre de padres e religiosos não foi obra de um punhado de celerados, nem o resultado de um mero “acidente de percurso”. Foi antes a consequência inevitável do choque das duas visões antagônicas do homem e do universo, mencionadas acima.

Em 26 de março, três semanas após o estabelecimento da Comuna, começou uma violenta perseguição contra o clero parisiense, já objeto de medidas humilhantes. Os religiosos foram acusados de “cumplicidade com os opressores feudais, capitalistas, bonapartistas ou opressores de Versalhes”.

No início de abril, os padres que quisessem continuar exercendo seu ministério (cada vez mais clandestino), tinham que abandonar suas batinas e vestir-se com trajes civis. As freiras, incluindo as Irmãs da Caridade, relativamente protegidas, pois sua instituição havia sido reconhecida como de interesse público, também tiveram de abandonar seu hábito. Com o coração pesado, o clero aceitou estas exigências para continuar suas atividades e se proteger de insultos e violência.[viii]

Um decreto de 5 de abril de 1871 previa que “todas as pessoas acusadas de cumplicidade com o governo de Versalhes serão reféns do povo de Paris”. O mesmo decreto especificava, ainda, que “cada execução de um prisioneiro de guerra ou de um apoiador da Comuna de Paris será imediatamente seguida da execução de um número de reféns três vezes maior… e eles serão designados por sorteio”.

Concomitantemente com a Semana Santa, iniciou-se uma “caça à batina”: um após o outro, 200 padres foram atirados na prisão. Todos — incluindo o Arcebispo de Paris, Georges Darboy — foram tomados como reféns, nos termos do decreto mencionado. Os Communards ofereceram ao presidente Adolphe Thiers libertá-los em troca do revolucionário Louis Auguste Blanqui, preso em um forte na Bretanha. Thiers recusou categoricamente.

Saint-Hilaire, resumindo a opinião de seu chefe, respondeu àqueles que se manifestaram preocupados com a recusa de Versalhes de trocar 74 reféns, incluindo o arcebispo, pelo líder revolucionário Blanqui: “Os reféns? Tanto pior para eles! Politicamente, a morte deles será um bom negócio”.[ix]

No dia 4 de abril, a casa da Companhia de Jesus na Rue de Sèvres foi visitada pelos federados. Os padres Olivaint e Caubert, que apressadamente colocaram uma hóstia consagrada sob suas roupas, foram levados juntos para Mazas — uma prisão onde havia já outros padres. Eles foram proibidos de celebrar a Missa e de ver ou se comunicar com os outros. Em 22 de maio, a maioria dos prisioneiros foi transferida para a Grande Roquette, uma prisão para os condenados à morte. Duas mulheres heroicas conseguiram passar hóstias consagradas aos padres jesuítas pouco antes de saírem daquela prisão.[x]

Na noite escura de 24 de maio, os federados buscaram o Arcebispo Darboy, o Padre Deguerry e três jesuítas, e os executaram sumariamente em um estreito corredor da prisão.

No dia 26 de maio, 10 sacerdotes foram escolhidos entre os reféns. Os padres se juntaram a quatro civis e um grupo de 35 guardas nacionais. O triste cortejo saiu da prisão em direção ao 20º distrito, a alguns quilômetros de distância, sob insultos e ameaças: “Morte aos padres! Morte aos Gendarmes!”.

À medida que a marcha progredia, a multidão ficava mais compacta e superexcitada. Em certo momento, uma banda de música começou a liderar a procissão, a qual se dirigiu para a Rue Haxo, onde os líderes da Comuna de Paris estavam entrincheirados. Por volta das 17 horas, por ordem de seus líderes, homens e mulheres atacam os reféns com fuzis, revólveres, sabres e baionetas. Ensanham-se com particular virulência contra o padre Tuffier, um velho sacerdote dos Sagrados Corações, que responde com uma bênção. O grande massacre durou quinze minutos.

Para esconder seu crime, os federados jogaram os corpos em um poço. Na segunda-feira de Pentecostes, tendo tomado conhecimento do local onde ocorreu o massacre, alguns parentes encontraram seus corpos e devolveram cada um deles à sua congregação, paróquia ou família.

Pouco depois, esses padres mortos “in odium Fidei” (por ódio à Fé) durante a Comuna de Paris eram proclamados mártires pela vox populi. Mais tarde, uma igreja construída no local de seu martírio foi apropriadamente dedicada a Nossa Senhora dos Reféns. Essa igreja era o destino final dos fiéis parisienses em sua peregrinação de sábado, 29 de maio de 2021, se não tivessem sido impedidos pela violência revolucionária de chegar a ela.

Esse episódio mostra que, infelizmente, a França permanece uma nação dividida por um sulco de sangue e não encontrará unidade ou harmonia enquanto esse sangue não se tornar semente de cristãos. Tampouco retomará o grandioso papel que a Providência lhe destinou como “fille aînée de l’Église” — “filha primogênita da Igreja”.

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 848, Agosto/2021.


[i] “A procession in memory of the Catholic martyrs of the Municipality attacked by antifas”

News in 24. https://news.in-24.com/news/39710.html; « Paris : une procession en mémoire des martyrs catholiques de la Commune attaquée par des antifas”. Par Elisabeth Piersonhttps://www.lefigaro.fr/paris-une-procession-en-memoire-des-martyrs-catholiques-de-la-commune-attaquee-par-des-antifas-20210530

 « Paris : une procession catholique violemment attaquée par des antifas » . https://www.famillechretienne.fr/36589/article/paris-une-procession-catholique-violemment-attaquee-par-des-antifas ; « Débat chez les catholiques autour de la commémoration de prêtres tués par les communards ». Par Cécile Chambraud. https://www.lemonde.fr/societe/article/2021/06/07/debat-chez-les-catholiques-autour-de-la-commemoration-de-pretres-tues-par-les-communards_6083191_3224.html

[ii] « La marche pour les prêtres tués lors de la Commune de Paris était-elle une provocation ? » Par Théo Moy. « Marianne ». https://www.marianne.net/societe/laicite-et-religions/la-marche-pour-les-pretres-tues-lors-de-la-commune-de-paris-etait-elle-une-provocation.

[iii] “Paris archbishop laments attack on Catholics honoring city’s martyrs” By CNA Staff

Paris. https://www.catholicnewsagency.com/news/247843/paris-archbishop-laments-attack-on-catholics-honoring-citys-martyrs; « La marche pour les prêtres tués lors de la Commune de Paris était-elle une provocation ? » Par Théo Moy. « Marianne ». https://www.marianne.net/societe/laicite-et-religions/la-marche-pour-les-pretres-tues-lors-de-la-commune-de-paris-etait-elle-une-provocation; “A procession in memory of the Catholic martyrs of the Municipality attacked by antifas”

News Edna Local News .https://news.in-24.com/news/39710.html.

[iv] Citado por Plinio Corrêa de Oliveira. Minha Vida Pública. Parte VIIhttps://www.pliniocorreadeoliveira.info/Minha_Vida_publica/MVP_10_Viagens_de_1950_1952_Europa.htm#_Toc451114412

[v] La Commune de Paris et l’assassinat de Mgr Darboy. https://www.baskulture.com/article/la-commune-de-paris-et-lassassinat-de-mgr-darboy-3823.  

[vi] “Paris Commune: The revolt dividing France 150 years on”. By Hugh Schofield. BBC News, Paris. https://www.bbc.com/news/world-europe-56426710; “Comuna de Paris”. https://www.fideus.com/esdeveniments%20-%20comuna%20de%20paris.htm.

[vii] Comuna de Paris. https://www.fideus.com/esdeveniments%20-%20comuna%20de%20paris.htm .

[viii] Anne Bernet. « Ces prêtres victimes de l’anticléricalisme des Communards… et des Versaillais ». Aleteia. Publié le 24/05/21.https://fr.aleteia.org/2021/05/24/en-1871-ainsi-moururent-les-premiers-pretres-victimes-de-lanticlericalisme-des-communards-et-des-versaillais/ .

[ix] Anne Bernet. « Ces prêtres victimes de l’anticléricalisme des Communards… et des Versaillais ». Aleteia. Publié le 24/05/21.https://fr.aleteia.org/2021/05/24/en-1871-ainsi-moururent-les-premiers-pretres-victimes-de-lanticlericalisme-des-communards-et-des-versaillais/

[x] Noémie Bertin. « Prêtres emprisonnés, moines fusillés… Les martyrs oubliés de la Commune de Paris ». Famille Chrétienne. https://www.famillechretienne.fr/36519/article/pretres-emprisonnes-moines-fusilles-les-martyrs-oublies-de-la-commune-de-paris.

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Gustavo Solimeo

Gustavo Solimeo

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Licenciado em História pela Universidade de São Paulo. Ex-Secretário de Redação e atual colaborador da revista de cultura "Catolicismo". Membro Titular da Academia Marial de Aparecida.

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