Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 12 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:28:13 PM
A França é para o “gás de xisto o que o Qatar é para o petróleo”, defendeu o ex-primeiro ministro socialista francês Michel Rocard.
E ainda disse para seus colegas do governo socialista que, por isso mesmo, “a França é abençoada pelos deuses”, noticiou o site da TV do governoFranceTV.info.
Porém, o fanatismo ambientalista que tomou conta desse partido estatista e anticapitalista pode fazer que a França não só não aproveite esse potencial, mas que pura e simplesmente proíba explorá-lo.
Rocard criticou a decisão do governo Hollande de desaprovar a retomada das pesquisas para a exploração desse gás, preconizada por relatório de peritos.
O problema é estratégico.
A França tem muito pouco petróleo e gás, sendo obrigada a importar ingentes volumes, ou do mundo árabe ou da Rússia.
Além disso, recorre maciçamente a usinas nucleares para atender a 70% de suas necessidades de eletricidade.
Mas o ecologismo radical enquistado no Partido Verde, um aliado do governo Hollande, e nas próprias fileiras socialistas preconiza o fim das usinas nucleares, pondo o país entre a espada e a parede.
Além do mais, sobre o gás e o petróleo russo e árabe pendem espadas de Dâmocles, que independem da nação francesa e que podem levá-la a um estrangulamento energético num momento inesperado, por razões que nada têm a ver com ela.
O gás de xisto daria à França a independência energética indispensável a um país soberano e a uma grande economia.
Além de socialista histórico, Rocard é também ecologista. “Muito ecologista” – corrige – mas não fanático. Sobretudo quer conservar a sensatez. Por isso, seu testemunho é respeitado.
Verdes manifestam em Figeac contra o gás de xisto |
“Sobre esta questão, eu me abstive de falar durante muito tempo, pois sou muito ecologista. Porém, nada li que seja completamente convincente”contra as jazidas de xisto, explicou em entrevista ao diário “Le Monde” de Paris.
Rocard deplorou a existência de um “fantasma”, que age como um recalque similar às reações histéricas contra as sementes geneticamente modificadas.
“Quando se sabe que o gás de Lacq é extraído por fragmentação hidráulica, sem danos ao local, a gente fica se interrogando. (…) Na Europa, a França seria para o gás de xisto o que o Qatar é para o petróleo. Podemos recusar? Eu acho que não”, explicou.
Bastou que o ministro de Recuperação produtiva, Arnaud Montebourg, afirmasse ter “refletido” sobre a exploração do gás de xisto, que Jean-Vincent Placé, presidente do grupo ecologista no Senado, denunciasse que “uma virada do governo seria uma violação absoluta do acordo passado entre o os partidos Socialista e Europe Ecologie-Les Verts”.
Proibido pensar!
Placé ameaçou, dizendo que se o primeiro-ministro continuar se abrindo ao gás de xisto “acontecerá uma grande ruptura na aliança de governo com os ecologistas”.
De momento, atendendo às exigências dos fanáticos verdes, seus aliados, o presidente Hollande recusa a exploração de jazidas de xisto.
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