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Plinio Corrêa de Oliveira
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Aquecimento global, tema falseado por alarmistas (II)


Professor da Universidade de Brasília (UnB) apresenta sólida argumentação contra a tese de um atual aquecimento global do planeta, tão alardeada por cientistas, políticos e órgãos da mídia

Catolicismo — O bio-etanol é um tipo de tecnologia alternativa em relação aos combustíveis fósseis. Seria uma solução inteligente, não pelas emissões que produz, mas por ser uma fonte de energia renovável?

Prof. Baptista — Com certeza. Conheço um projeto de biocombustíveis baseados em oleaginosas, que está sendo implantado no alto oeste potiguar e visa mitigar a pobreza, sendo financiado pela JICA. As famílias vão plantar o girassol, processar o óleo em uma cooperativa, e há um acordo com a Petrobrás para a compra do óleo. Ou seja, você insere os indivíduos numa cadeia produtiva fechada, que gera riqueza, minimiza a pobreza e dá dignidade aos participantes. Acho fantástico.

Catolicismo — A energia nuclear, cujo retorno se propõe em alguns países como o Brasil, pode ser considerada uma fonte menos poluidora que os combustíveis fósseis, apesar dos graves inconvenientes originados pelo lixo atômico?

Prof. Baptista — Você tocou no ponto mais absurdo que a neurose do aquecimento global antropogênico (causado pelo homem) gerou: o retorno à energia atômica. O Brasil sempre foi visto com bons olhos por ter fontes de energia renováveis, e por utilizar hidrelétricas na geração de energia. Considerar viável a energia nuclear, é no mínimo complicado, devido aos resíduos gerados. Não podemos nos esquecer dos estragos que causou a uma região inteira na cidade de Goiânia uma bomba de césio 137 abandonada numa clínica. E Chernobyl é um exemplo clássico. Para mim, adotar essa política é andar para trás.

Catolicismo — De modo geral, as fontes de energia ditas alternativas são mais caras que as fontes baseadas em combustíveis fósseis?

Prof. Baptista — No último capítulo do meu livro Aquecimento Global: ciência ou religião? (Editora Hinterlândia, 2009, 188 pp),

faço uma consideração a esse respeito, quando digo que “as soluções encontradas para minimizar os efeitos do aquecimento global apóiam-se conceitualmente numa corrente chamada de modernização ecológica, que se baseia na internalização das preocupações com questões ambientais por parte de instituições políticas, que visam conciliá-las com o crescimento econômico. Isso é possível por meio da adoção de tecnologias ditas ‘limpas’”.

Mas elas normalmente são caras e inacessíveis aos pobres. Uma coisa é a Alemanha reunificada adotar tecnologias ambientalmente corretas, outra coisa é Moçambique adotá-las. Além disso, as tais fontes alternativas são pouco eficientes, e não suprem as demandas como as baseadas em combustíveis fósseis.

Assisti a um documentário do Channel 4 britânico, que mostrava na zona interiorana africana um hospital que tinha recebido de uma ONG ambientalista um gerador fotovoltaico de energia solar. E as pessoas viviam um impasse: ou ligavam a geladeira ou acendiam a luz, pois a energia gerada era insuficiente para as duas coisas. Isso é cruel. Uma coisa é optar por produtos ambientalmente corretos e poder pagar mais caro por eles, outra coisa é empurrarem soluções tecnológicas caras que não resolvem o seu problema.

Catolicismo — A propaganda que se faz a favor de fontes de energia limpa e o empenho no combate a fontes provenientes de combustíveis fósseis, como o petróleo e o gás, não terão razões políticas e econômicas por detrás? Quais seriam elas?

Prof. Baptista — Tudo tem algo subjetivo! O primeiro aspecto que gostaria de salientar é que, se o controle da emissão de CO2 se exerce por meio dos combustíveis fósseis, por aí se controla o mundo, pois em tudo vemos combustíveis fósseis. Não considero que a razão seja impor novas formas de “energia limpa”, mas isso acabou sendo a alternativa proposta.

Parece teoria de conspiração, mas se você pensar que no mundo surgem países como os BRIC, que se destacam dentre as nações em desenvolvimento — com o Brasil divulgando o pré-sal como o seu segundo descobrimento, a Rússia reestatizando seu parque petrolífero, a Índia com um grande desenvolvimento tecnológico à base de carvão e petróleo, e a China crescendo a mais de 10% ao ano — controlar a emissão é uma forma de manter o status quo.

Você acha que os americanos e os europeus aceitariam calmamente perder sua posição de destaque no mundo? Ainda mais para essas nações emergentes, que estão querendo morder fatias cada vez maiores do bolo? Quem foi que disponibilizou recursos vultosos para se comprovar que os combustíveis fósseis aumentam os gases de efeito estufa? Quem promoveu a maior retirada de um produto do mercado, como foi o caso dos CFCs?

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Daniel Martins

Daniel Martins

320 artigos

Voluntario do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Articulista na Revista Catolicismo e na Agencia Boa Imprensa. Coordenador do Canal dos Santos Anjos no YouTube: https://www.youtube.com/c/CanaldosSantosAnjos/

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