Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
6 min — há 8 anos — Atualizado em: 5/1/2017, 9:20:32 PM
O governador de Nova York, Andrew M. Cuomo, sancionou recentemente uma lei que permite o enterro de animais domésticos nos cemitérios junto com os seus donos. “Os amigos de quatro patas são como uma família para muitos nova-iorquinos”, declarou Cuomo. “Quem somos nós para ficar no caminho se o desejo final de alguém é passar a eternidade ao lado deles?”, continuou o governador.
Ora, não tendo os animais alma imortal como os homens, essa declaração do governador de Nova York demonstra a nova mentalidade que vai penetrando na opinião pública.
Afinal, o que é alma? É o principio da vida — anima, do latim. Daí dizermos que as pessoas cheias de vida são animadas. Enquanto seres vivos, os animais possuem um princípio vital, uma espécie de alma mortal, cuja vida se extingue aqui na Terra. Os homens, pelo contrário, foram criados à imagem e semelhança de Deus e dotados por Ele de uma alma imortal, que continua na eternidade. Por sua vez, as plantas possuem um princípio vital vegetal e os minérios são seres nos quais inexiste princípio vital.
Logo no início das Sagradas Escrituras, no Livro do Gênesis, está escrito que no sexto dia da criação Deus criou os animais e depois o HOMEM à sua imagem e semelhança: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra” (Gen 1,26-28).
Há uma hierarquia posta por Deus no Universo, na qual os animais ocupam uma posição dentro da Criação. Vemo-lo claramente quando Jesus Cristo afirma: “Olhai os pássaros do céu, não semeiam nem colhem, nem guardam em celeiros, no entanto, o vosso Pai celeste os alimenta” (Mt 6, 26). Assim, Deus provê para que não falte nada aos animais.
O Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 2416 diz: “Os animais são criaturas de Deus. Deus envolve-os na sua solicitude providencial. Pelo simples fato de existirem, eles O bendizem e Lhe dão glória. Por isso, os homens devem estimá-los. É de lembrar com que delicadeza os santos, como São Francisco de Assis ou São Filipe de Néri, tratavam os animais.”
No entanto, estimar os animais não significa colocá-los no mesmo nível do homem dentro da Criação. O Catecismo ensina que os animais estão sujeitos ao governo do homem, que é o rei da Criação. Isto significa que lhe é lícito utilizar-se dos animais para sua alimentação, para auxiliá-lo no trabalho, no lazer e até mesmo utilizar a sua pele para vestimentas etc. Isto também fica claro no parágrafo seguinte:
“§ 2417. Deus confiou os animais ao governo daquele que foi criado à Sua imagem. É, portanto, legítimo servimo-nos dos animais para a alimentação e para a confecção do vestuário. Podemos domesticá-los para que sirvam o homem nos seus trabalhos e lazeres. As experiências médicas e científicas em animais são práticas moralmente admissíveis desde que não ultrapassem os limites do razoável e contribuam para curar ou poupar vidas humanas.”
No parágrafo 2418, o mesmo Catecismo afirma que é “contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas”. Fazer sofrer inutilmente os animais é “contrário à dignidade humana” e não à dignidade do animal, como dizem os ambientalistas. É uma atitude condenável e faz mal ao homem agir dessa forma.
Deve-se observar que esses artigos do Catecismo da Igreja Católica estão ligados às explicações do 7º Mandamento “Não roubarás”, ou seja, o animal é propriedade do homem e não ao 5º Mandamento que estipula “Não matarás”. Assim diz o parágrafo 2415: “O sétimo mandamento manda respeitar a integridade da criação. Os animais, como as plantas e os seres inanimados, estão naturalmente destinados ao bem comum da humanidade passada, presente e futura”.
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Já os ecologistas acreditam que o homem e o animal têm a mesma situação moral e natural.
A palavra ecologia foi usada pela primeira vez por Ernest Haeckel (1824-1919) em sua Morphologie Généralle, publicada em 1866. Ele pregava “a doutrina de que a natureza é a fonte da verdade e mestra sábia para a conduta do homem durante a vida. A sociedade devia ser organizada de acordo com regras estabelecidas pelo mundo natural.”, narra Anna Bramwell no livro “Ecology In The 20th Century, A History”, publicado pela editora universitária Yale Universtiy Press.
Anna Bramwell diz em seu livro que “Haeckel rejeitava a distinção entre a esfera natural e a espiritual. (…) (Ele) pensava que os animais deviam ser considerados iguais ao homem.”
Certos ecologistas atuais vão ainda mais longe. Eles declaram que o planeta Terra tem um câncer: o nome desse câncer é o ser humano!
Paul Ehrlich, em sua obra The Population Bomb, Ballantine Books 1968, diz: “Um câncer é uma multiplicação descontrolada de células; a explosão populacional é uma multiplicação descontrolada de pessoas […]. Nossos esforços devem passar do tratamento dos sintomas para a extirpação do câncer […]. Nós devemos ter um controle populacional […] compulsivo se os métodos voluntários fracassam”. Nessa afirmação, está implícito que, se os métodos convencionais de controle de natalidade usados hoje não forem suficientes para o controle populacional, poderá então ser iniciada uma perseguição sistemática, não excluindo a morte dos que forem considerados um efeito dessa “multiplicação descontrolada de pessoas”.
Como podemos notar, nosso século está repleto de doutrinas aparentemente loucas, como a Ideologia de Gênero e certa ecologia. Contudo, essas loucuras têm um método e um objetivo, que é destruir o homem. Mas não se trata de um ódio contra o homem propriamente, mas contra Deus, que o fez à sua imagem e semelhança. Para os promotores dessas doutrinas, é preciso destruir todo vestígio de Deus sobre a Terra.
Caminharíamos para a derrocada da civilização cristã se não fosse a promessa de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”!
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