Dez bispos católicos na mira do Partido Comunista Chinês.
Artigo de BitterWinter, site especializado em liberdade religiosa, nos fornece o quadro de uma “repressão abrangente” praticada pelos sicários de Xi Jinping.
O primeiro governo de Donald Trump nos forneceu dados da perseguição religiosa e política, a situação da liberdade de expressão na ditadura chinesa.
Nesse segundo mandato, por ora, não vemos infelizmente o mesmo empenho do governo norte americano em denunciar a perseguição na China. ONU, Ocidente, Vaticano até então parecem silenciosos.
Extenso e documentado
Do extenso e documentado “resumo da crescente perseguição nos últimos anos de igrejas domésticas protestantes, católicos dissidentes e novos movimentos religiosos cristãos”, por Feng Reng, destacamos alguns pontos relativos à perseguição aos católicos.
“Em 2024, o governo chinês continuou sua perseguição sistemática aos cristãos, particularmente visando igrejas "clandestinas" não registradas, pastores, fiéis e membros do clero. Os grupos mais fortemente perseguidos incluíam líderes de igrejas domésticas, bem como bispos católicos clandestinos e católicos que se recusaram a se juntar à Associação Católica Patriótica Chinesa (CPCA).”
“Igrejas clandestinas” significa aqui aquelas que não se submetem à ditadura do PCCh. Os frutos do Acordo Vaticano-Pequim, segundo documentos publicados pelo Cardeal Zen (emérito de Hong Kong), são os mais duvidosos para não dizer coisa mais triste ainda. Os padres e bispos são forçados pelo governo comunista a aderir à Igreja Patriótica Chinesa (CPCA) submissa a Xi Jinping.
Os fatos
“De acordo com um relatório do Hudson Institute por Nina Shea, “Dez bispos católicos perseguidos na China”, a perseguição de bispos e clérigos católicos que se recusam a se submeter ao controle do governo continuou severa em 2024. O relatório listou dez bispos católicos que enfrentaram perseguição, incluindo:”
Diocese de Baoding, província de Hebei – Bispo James Su Zhimin: detido secretamente desde 1997 sem nenhum processo judicial, seu paradeiro e condição permanecem desconhecidos.
Diocese de Wenzhou, província de Zhejiang – Bispo Peter Shao Zhumin: detido várias vezes desde 2016, levado secretamente pelas autoridades novamente em 2 de janeiro de 2024, e permanece sob custódia.
Diocese de Xinxiang, província de Hebei – Bispo Joseph Zhang Weizhu: preso em 2021 e mantido em um local não revelado desde então.
Diocese de Xangai – Bispo Thaddeus Ma Daqin: colocado em prisão domiciliar desde 2012 por se recusar a se juntar à Associação Católica Patriótica Chinesa (CPCA), controlada pelo estado.
Diocese de Zhengding, Província de Hebei – Bispo Julius Jia Zhiguo: levado sob custódia em agosto de 2020 e permanece sob vigilância do governo.
Diocese de Mindong, Província de Fujian – Bispo Vincent Guo Xijin: forçado a renunciar ao seu cargo por se recusar a se juntar à CPCA, desapareceu da vista do público após 2020.
Diocese de Tianjin – Bispo Melchior Shi Hongzhen: em prisão domiciliar desde 2007; apesar de ser “formalmente reconhecido” pelo governo em 2024, sua idade avançada (95) o impede de cumprir seus deveres
Diocese de Xuanhua, Província de Hebei – Bispo Augustine Cui Tai: detido várias vezes desde 1993, preso pela última vez em abril de 2021 e desaparecido desde então.
Diocese de Xangai – Bispo Joseph Xing Wenzhi: desapareceu repentinamente em 2011, sem explicação oficial.
Diocese de Hong Kong – Cardeal Joseph Zen Ze-kiun: preso em 2022 pelas autoridades de Hong Kong sob acusações de “conluio com forças estrangeiras”, liberado, continua sob vigilância.
O Acordo Provisório Vaticano-Pequim
O relatório de Shea destaca que, desde a assinatura do Acordo China-Vaticano de 2018, o PCCh intensificou sua repressão aos católicos clandestinos, buscando impor controle total sobre todas as igrejas católicas por meio da Associação Católica Patriótica Chinesa (CPCA). Para bispos clandestinos que se recusam a cumprir as diretrizes do governo, as autoridades recorreram a detenções, prisões domiciliares e desaparecimentos forçados.
Sinicização = controle total
Também o comunismo chinês inventa seus eufemismos: “sinicização”, uma palavra-mágica para encobrir a maior perseguição religiosa.
Além disso, o PCC vem avançando com sua política de “Sinicização da Religião”, que inclui:
- Proibir menores de entrar em igrejas e controlar rigorosamente a educação religiosa;
- Forçar membros do clero a passar por doutrinação política, exigindo que promovam valores sociais fundamentais;
- Alterar (adulterar) a Bíblia para se alinhar à ideologia do Partido Comunista;
- Prevenir atividades religiosas não sancionadas pelo governo.
E a pergunta se põe novamente: Por que a China comunista faz e desfaz como quer em matéria de Religião, coibindo liberdade de expressão e o Mundo Livre assiste conivente? Que mistério há por onde a ditadura férrea comunista na China é intocável?
Deixamos para outro artigo a continuação do calvário dos católicos chineses.
Nossa Senhora imperatriz da China liberte o quanto antes aquele escravizado povo das garras comunistas.