Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
3 min — há 11 anos — Atualizado em: 9/1/2017, 9:24:45 PM
Os jogos olímpicos de inverno em Sochi, na Rússia, foram ocasião de múltiplas revelações.
Uma foi a publicação de documento interno das autoridades russas do esporte sobre o uso do gás xênon como “substância útil para o aumento das prestações” dos atletas, noticiou o jornal “El Mundo” de Madri.
Outrora foi bem conhecido o esforço da URSS para obter grande número de medalhas em competições desportivas. Isso era um meio de reforçar a propaganda ideológica de seu sistema materialista. Então foram praticados todas as ilegalidades e abusos possíveis.
Contudo, após a queda da URSS, sem os estímulos ideológicos estatais, os atletas russos deixaram de ganhar o número distorcido de prêmios que obtinham, e voltou-se à realidade do esporte.
Mas com os ingentes trabalhos de Vladimir Putin visando instaurar uma “nova-URSS”, as matreirices parecem ter voltado ao centro das atenções oficiais.
A televisão pública alemã WDR levantou a suspeita de que os esportistas russos em Sochi teriam sido dopados inalando o gás xênon. A WDR citou um documento nesse sentido, o qual além do mais recomendava usar esse estimulante ilegal nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
O gás xênon é usado em clínicas como anestesiante, é inodoro e incolor, não sendo detectável pelos controles antidoping. Em doses muito concentradas, estimula a secreção do hormônio eritropoietina (EPO).
Os testes de laboratório mostraram que sua capacidade de dopagem é enorme.
“Em apenas 24 horas, a produção de EPO aumenta 160%”, explicou o especialista Mario Thevis, consultado pela WDR.
Quando os jornalistas da WDR tentaram estabelecer contato telefônico em Moscou com o diretor geral do Centro de Medicina Atômica russo, este apelou para uma interpretação singular do conceito de “dopagem”.
Analisando a resposta da autoridade russa, a WDR concluiu que o método sub-reptício já foi usado com “bons” resultados em Atenas 2004 e Turim 2006.
“Mais do 70% das medalhas obtidas pelos russos nesses encontros desportivos teriam sido impulsionadas pela manipulação do gás xênon em grande escala”, explicou a TV alemã.
Embora não fiquem sinais no organismo, a regulamentação antidoping proíbe explicitamente incrementar de forma artificial a quantidade de EPO no corpo.
O ex-presidente da Agência Mundial Antidopagem (WADA), Richard Pound, disse ao programa Sport Inside da WDR, não ter “dúvida alguma”: “Isso para mim e dopagem”.
Obviamente, a Rússia nega que o gás proibido seja utilizado pelos atletas de elite do país, mas falou de um “mínimo permitido pelo Estado”.
O caso pode trazer complicações burocráticas junto à Agência Mundial Antidopagem, que prometeu estudar logo o caso.
Entretanto, uma coisa é certa: mais este tipo de abusos com fins de propaganda ideológica típico da Guerra Fria está voltando sob o comando do novo presidente todopoderoso do Kremlin, como nos “velhos tempos soviéticos”.
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