O 8 de dezembro é uma das grandes datas do santuário de Lourdes, festa da Imaculada Conceição, que está no cerne da devoção a Nossa Senhora que apareceu naquela pequena cidade francesa no dia 11 de fevereiro de 1858 para confirmar o dogma mariano, proclamado solenemente alguns anos antes pelo Bem-aventurado Papa Pio IX, para entusiasmo da Cristandade e humilhação da iniquidade anti-católica.
Uma procissão excepcional é organizada para as 21:00 horas. Ninguém falta a ela e o cortejo com velas se põe em marcha, saindo da Gruta sagrada, percorrendo toda a esplanada e culminando ao chegar diante das basílicas.
As Ave-Marias são rezadas nas línguas dos grupos mais numerosos. Após cada mistério, canta-se o bem conhecido hino Ave, Ave, Ave Maria, cuja letra difere, nas diversas línguas.
Mas na hora do estribilho Ave, Ave, Ave Maria, a multidão estremece erguendo as velas em uníssono. Naquele momento, dir-se-ia que a obra da Santíssima Virgem nos corações apaga os efeitos da maldição da torre de Babel.
Após a bênção final, o pequeno número de eclesiásticos presentes tem dificuldade para conter o entusiasmo da multidão que quer tocar a piedosa imagem que preside a procissão.
Na noite, o ar dos Pireneus apresenta uma pureza extraordinária.
Brilhando no alto de um escarpado morro, a formidável fortaleza medieval de Lourdes, toda iluminada de luz dourada, completa o panorama.
Ela evoca uma era em que a Cruz e a espada se uniam aos pés da Virgem Imaculada, esmagando eternamente a cabeça da serpente.
O espetáculo da procissão na monumental esplanada faz pensar naquela outra procissão — quão maior e mais esplendorosa — que, como anelam tantos fiéis, poderá inaugurar o Reino de Maria, após o advento dos tremendos acontecimentos previstos em Fátima, próprios a purificar a Terra.
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