Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
2 min — há 14 anos — Atualizado em: 8/31/2017, 5:43:46 PM
Atilio Faoro
“A educação encontra-se numa encruzilhada: como educar filhos, com os limites e as restrições próprios do processo civilizatório, sem o exercício da autoridade?”
O alerta vem da juíza da 1ª Vara de Família de Petrópolis (RJ), Andréa Pachá, que registra a gravidade da crise de autoridade no interior das famílias brasileiras, em artigo reproduzido na imprensa carioca (O Globo, 22-8-10).
No seu artigo, a magistrada constata: “Um fenômeno recente tem se repetindo com freqüência cada vez maior nas Varas de Família: a busca da Justiça pelos pais, como forma de suprir sua incapacidade de estabelecer limites aos filhos.
Espera-se que um juiz decida em que escola deve a criança estudar, quais ambientes que deve freqüentar, que tipo de música pode ouvir ou a que horas deve voltar para a casa”.
Para a juíza, a confusão de papéis e a falência da família tradicional é evidente. “Verdadeiro paradoxo, pois a mesma sociedade que brada por menos Estado espera que o Estado interfira justamente naquelas relações que deveriam ser exclusivamente privadas. Não é com pesar que se constata a falência da antiga família patriarcal”.
Depois de perguntar “como representar o papel de pai ou mãe sem ônus?” e de afirmar que “não existe geração espontânea de adolescentes bem educados” Andréa Pachá argumenta: ”Valores éticos, morais e comportamentais não são inatos e devem ser transmitidos desde a infância pelos pais, que também devem demonstrar que não se vive em grupo sem ceder à busca desenfreada pelo consumo e pelos prazeres individuais.
A dor e o limite fazem parte. A transferência desta tarefa, primeiro para a escola, depois para os terapeutas e agora para os juízes não parece o melhor caminho. O exercício da autoridade não deve ser visto como ameaça ou retrocesso”.
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