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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Lições da França para o Brasil


Poucos meses após conseguirem a vitória nas urnas, os socialistas franceses se reúnem em Toulouse para lamentar a “direitização” da França. Veja abaixo como o mesmo fenômeno acontece no Brasil

Por ocasião de recente congresso do Partido Socialista francês, realizado em Toulouse, o prestigioso jornal parisiense « Le Figaro » publicou em 26 de outubro diversas entrevistas com participantes. É impressionante o teor das respostas!

Apesar de estarem atualmente no poder, com o presidente François Hollande e sua equipe, os membros do Partido Socialista mostram-se apavorados com o que chamam “direitização” dos eleitores.

É prova eloqüente de que não basta a um partido socialista ou comunista ganhar o poder, por meio destas ou daquelas artimanhas eleitorais. É só o governo começar a aplicar medidas de tipo comunista ou socialista, que os eleitores, na França como aliás no Brasil, começam a ficar avessos àqueles mesmos que elegeram.

Transcrevo alguns trechosde “Le Figaro”. Os negritos são meus.

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Alerta vermelho: como explicar a degringolada do executivo nas sondagens, cinco meses apenas depois de sua chegada ao poder? Ao PS, a questão atormenta. O líder dos senadores socialistas e prefeito de Dijon, François Rebsamen,  levantou o tema com François Hollande [presidente recém eleito]. Os dois homens participam a mesma constatação: a sociedade francesa se direitiza, o que complica singularmente a tarefa dos socialistas”.

“A direitização da sociedade é um fenômeno muito profundo, decuplicado pela crise econômica, analisa o prefeito de Dijon. Os diques caem uns após os outros. A direita se desloca para a extrema direita, e a esquerda nem sempre é suficientemente forte para resistir”.

“Tal constatação é participada por muitos dentro do PS: ‘Não houve crescimento da esquerda [nas eleições]. Se nós ganhamos foi graça ao ‘antisarkozysme’ [rejeição ao ex-presidente Sarkozy], observou um alto dirigente do partido (…) a França francamente não caminha para a esquerda!

“Somos numerosos [no PS] a ter consciência de que o fundo doutrinário procedente dos anos 70, o liberalismo cultural, não está mais em sintonia com as aspirações da sociedade, inclusive de nosso eleitorado.”

“Nós estamos nos colocando limites para estar em sintonia com o clima atual e reconquistar o eleitorado popular, acrescenta Rebsamen. Cuidado para não abaixar a cabeça diante da direitização. É duro ter que tornar a subir a ladeira”.

Para François Rebsamen, o PS deve lançar-se com urgência num trabalho de reconquista ideológica (…) Precisamos liderar a batalha ideológica, caso contrário a perderemos”.

Para Laurent Baumel, deputado socialista e secretário nacional adjunto do PS para a Europa e as relações internacionais, “hoje, a prioridade é sobretudo ganhar a confiança das camadas populares nos campos econômico e social”.

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No Brasil, observadores sagazes têm notado algo muito parecido. Há um descompasso entre os políticos e a massa da população, esta muito mais conservadora do que aqueles.

Em seu livro “Projeto de Constituição angustia o País”, Plinio Corrêa de Oliveira analisa exaustivamente essa situação. Fica aqui nosso convite ao leitor para que o leia. Pode ser encontrado na Internet, no site www.pliniocorreadeoliveira.info.

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Autor

Gregorio Vivanco Lopes

Gregorio Vivanco Lopes

173 artigos

Advogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".

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