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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Se quiser, tente. Mas é inútil


imageHá pessoas que põem o sossego acima de tudo. E não são poucas. “Desde que não me amolem — dizem — o mundo que vá para onde bem entender. Cada qual se arranje como quiser e como puder, só não perturbem meu descanso.”

Não se trata apenas da preguiça física, cujo símbolo é a pessoa estirada na sua rede ou refestelada na sua poltrona; há uma preguiça psicológica e moral, muito mais perniciosa, que faz do indivíduo por ela afetado um bicho preguiça do raciocínio e da previsão. Ele é encontradiço não tanto na classe mais popular de trabalhadores manuais, mas na classe mais abastada dos ricos e dos bem-estabelecidos.

Preocupados com sua indústria, seu comércio ou sua carreira, em relação aos quais são uns leões de perspicácia e intransigência, não se preocupam com nada do que acontece fora desse estreito (estreitíssimo) limite de seus interesses pessoais.

“Mudar o mundo não depende de mim; é um esforço inútil, vou me desgastar à toa, ficar estressado, deixa o barco correr.”

Sobretudo o que não querem é prever e lutar.

Depois que o comunismo sanhudo deixou de ameaçar visivelmente o Brasil e passou a usar táticas mais aggiornati e insidiosas — não menos ameaçadoras! — o nosso adorador do sossego exultou: “O comunismo morreu!”. E não adianta querer abrir-lhe os olhos para os programas de certos partidos políticos, para o marxismo que se ensina em não poucas universidades, para a infiltração nos meios de comunicação social e na própria Igreja. Nada o move nem comove.

Desvendar-lhe que o comunismo continua bem vivo e apenas se metamorfoseia em certas correntes culturais e ecológicas, irrita-o profundamente. Nada exacerba mais o preguiçoso aferrado a seu sono do que sacudi-lo para que acorde e abra os olhos. Então ele vira uma fera.

De modo que a informação que dou abaixo ao leitor não visa mover esse gênero de poltrões. Eles são inamovíveis. Viso, sim, esclarecer aqueles para quem a moral, o bem do Brasil e da Igreja ainda falam alto no interior de suas consciências. Felizmente eles existem em número ponderável, e até crescente.

*        *        *

Mesmo em época de disfarce e metamorfose, o comunismo tem necessidade de manter alguns focos nos quais se manifesta por inteiro, não só para alentar seus arditi, como também para manter um polo de atração para todos os que são aliciáveis por ele. No plano das nações, esse papel é exercido pela presença de Cuba na América Latina. Em nível nacional, reproduzo aqui para o leitor alguns trechos da notícia publicada pela “Folha de S. Paulo” (9-7-13), sob o título “Universidade oferece curso para difundir comunismo”:

“Um plano para propagar o comunismo está em curso na região de Ouro Preto. Ali a doutrina avança por um programa de extensão da Universidade Federal de Ouro Preto, que propaga ideias comunistas a estudantes e moradores do interior mineiro desde 2012.

“O programa do chamado Centro de Difusão do Comunismo da Ufop tem cunho abertamente ideológico. A maioria [dos alunos] é composta por moças de classe média baixa e estudantes de serviço social. Todas as atividades do centro são gratuitas. O programa consome R$ 60 mil por ano em bolsas mensais de R$ 250.

“Coordenador do Centro de Difusão do Comunismo, André Mayer, filiado ao PCB, diz que a iniciativa permite aos participantes ‘colocar a sociedade em xeque; é uma proposta muito clara de buscar as contradições dessa sociedade e transformá-la’.”

Foi preciso uma liminar da Justiça Federal para fechar provisoriamente o Curso, até que haja um julgamento definitivo.

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Se o leitor conhece alguém com a mentalidade acomodatícia que descrevemos acima, aconselhamos que não lhe dê essa notícia. De nada adianta. Ele se sairá com evasivas, falará em pluralismo, liberdade de ensino e coisas do gênero, mas não se preocupará com o futuro do Brasil, podendo chegar mesmo a invectivar o leitor que tenta esclarecê-lo. Dirá qualquer coisa, contanto que não tenha que sair de sua modorra.

Se quiser, tente. Mas é inútil.

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Autor

Gregorio Vivanco Lopes

Gregorio Vivanco Lopes

173 artigos

Advogado, formado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor dos livros "Pastoral da Terra e MST incendeiam o Brasil" e, em colaboração, "A Pretexto do Combate Á Globalização Renasce a Luta de Classes".

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